Publicado em 18 de janeiro de 2020 às 13:08
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou o projeto aprovado pelo Congresso que prevê a destinação de R$ 2 bilhões ao fundo público que financia campanhas eleitorais. A medida foi anunciada pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, na noite de sexta (17), no Twitter. >
Crítico do fundão, Bolsonaro chegou a ameaçar derrubar a proposta.>
Um dia depois da aprovação do fundo no Congresso, Bolsonaro sinalizou que poderia vetar a destinação de verba pública para a campanha. Ele fez menções ao PSL, partido do qual se desfiliou, e ao PT, que levará a maior fatia do fundão, e disse que não iria "ajudá-los".>
"O PT vai ganhar R$ 200 milhões para fazer campanha no ano que vem. Aquele pessoal do PSL lá, que mudou de lado, também vai pegar R$ 200 milhões. Se quer fazer material de campanha caro, não vou ajudar esse cara, pronto", afirmou, no dia 18 de dezembro.>
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No dia seguinte, Bolsonaro deixou mais explícita sua intenção de vetar a proposta. Em entrevista a jornalistas, disse que não considerava justo o uso do fundo.>
"Aquela proposta que foi R$ 2 bilhões é em função de uma lei que tinha, não é que quero isso. Em havendo brecha para vetar, eu vou fazer isso. Porque eu não vejo, com todo respeito, como justos recursos para fazer campanha. A tendência é vetar, sim.">
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, contudo, disse que poderia haver retaliações por parte do Legislativo caso o veto fosse concretizado. >
No mesmo dia, Bolsonaro voltou atrás. Em transmissão nas redes sociais, sugeriu que, se não sancionasse o fundão, poderia ser alvo de um processo de impeachment. >
"O Congresso pode entender que eu, ao vetar [o fundo eleitora], atentei contra esse dispositivo constitucional [artigo 85 da Constituição, que trata de crimes de responsabilidade] e isso se tornar um processo de impeachment contra mim. Eu estou aguardando o parecer final da minha assessoria jurídica, mas o preliminar é que eu tenho que sancionar", disse.>
O presidente também afirmou que não tinha responsabilidade sobre o fundo aprovado.>
"Quem não queria o fundo partidário tinha que ter brigado lá atrás. Eu estou vendo uma campanha na internet muito salutar: não vote em quem usa o fundão.">
No dia 3 de janeiro, Bolsonaro voltou a repetir que não era responsável pelo fundão.>
"Não quero briga com o Parlamento, eu quero a solução para o Brasil. Se eu tiver a oportunidade eu quero apresentar um projeto, ou o próprio Parlamento apresenta um projeto que o dinheiro do fundão, os partidos possam usar, por exemplo, para as Santas Casas, para reformar uma escola, para fazer uma ponte. E daí sim eu acho que estariam sendo bem usados os recursos. Ou então que se revogue a lei de 2017. Não bota no meu colo um problema que não é meu. Eu não tenho nada a ver com isso.">
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