Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 23:23
Destituído pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da secretaria-executiva da Casa Civil após fazer voo exclusivo em jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB), Vicente Santini ganhou novo cargo no Palácio do Planalto. >
Amigo da família Bolsonaro, Santini foi nomeado nesta quarta-feira (29) assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil e terá uma remuneração R$ 16.944,90 mensais, de acordo com lista de cargos e salários em sites do governo federal. O valor é cerca de R$ 300 menor do que seu salário anterior.>
O ex-secretário desembarcou nesta quarta em Brasília após acompanhar a comitiva presidencial a Déli, na Índia. Sua nomeação foi assinada por Fernando Wandscheer de Moura Alves, que o substituiu na secretaria-executiva da Casa Civil.>
O titular da pasta, Onyx Lorenzoni, está em férias, mas conversou com o presidente e com seus auxiliares para a realocação de Santini. De acordo com informações do Portal da Transparência, na condição de secretário-executivo, o auxiliar de Onyx recebia um salário de R$ 17.327,65.>
>
A destituição de Santini foi anunciada por Bolsonaro na manhã de terça-feira (28), ao desembarcar em Brasília da Índia. O presidente disse ter sido "inadmissível" o fato de ele ter usado uma aeronave oficial com apenas três passageiros (ele e duas assessoras) para voar de Davos, onde participava do Fórum Econômico Mundial, para Déli. >
"Inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo do Onyx [Lorenzoni]. Destituído por mim. Vou conversar com Onyx para decidir quais outras medidas podem ser tomadas contra ele. É inadmissível o que aconteceu, ponto final", afirmou o presidente.>
A viagem de Santini em voo da FAB foi divulgada pelo jornal O Globo. O secretário representava Onyx, que está em férias. >
"O cargo de executivo da Casa Civil já está perdido. Outras coisas virão depois de eu conversar com Onyx", disse. "Isso é decisão minha. Aguardo Onyx, não posso também desprestigiar o ministro, né? Vou ver os argumentos dele. Daí ver se teremos mais alguma medida suplementar disso aí", disse.>
Em agosto de 2019, o presidente Jair Bolsonaro entrega Medalha do Pacificador ao secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, destituído do cargo após usar um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) para viajar à Índia Reprodução/Twitter Em agosto de 2019, o presidente Jair Bolsonaro entrega Medalha do Pacificador ao secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, destituído do cargo após usar um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) para viajar à Índia Bolsonaro disse que o uso da aeronave não é "ilegal" mas "imoral". A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que "a solicitação [do avião] seguiu os critérios definidos na legislação vigente".>
"O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de aviões lá comercial, classe econômica. Eu mesmo já viajei no passado, não era presidente, para Ásia toda de comercial, classe econômica, e não entendi. A explicação que chegou no primeiro momento: 'ele teve de participar de reunião de ministros por isso...' Essa não, essa desculpa não vale.">
Santini é formado em direito pela Universidade Católica de Brasília e possui mestrado e douturado pela UniCeuB. Antes de ser o número dois da Casa Civil, ele assumiu a (SAM) subuchefia de acompanhamento e monitoramento, onde acompanhou casos como o desastre de Brumadinho, por exemplo.>
Ele chegou ao governo com respaldo da família Bolsonaro por ter amizade desde a infância com os filhos do presidente. O cargo de secretário-executivo foi assumido em março de 2019, quando o antigo ocupante do posto, Abraham Weintraub, assumiu o MEC (Ministério da Educação).>
Santini conheceu a família Bolsonaro dos círculos de militares por ser filho de general do Exército. Desde que entrou para o governo, ele costumava fazer publicações com filhos do presidente, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além de eles trocarem mensagens em tom elogioso um ao outro. >
Antes de assumir cargo público, ele era sócio de um escritório de advocacia em Brasília. Em seu currículo público, disponível em suas redes sociais, Santini diz ter trabalhado entre 2007 e 2012 no Ministério da Defesa com assuntos ligados a privatização e Aviação Civil.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta