Autor(a) Convidado(a)
É presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes)

O futuro do ES passa pela diversificação da indústria

O setor industrial, hoje, é o que paga a maior média salarial do país. Onde se instala, promove mudanças reais: movimenta fornecedores, impulsiona o comércio, gera empregos diretos e indiretos e contribui com a arrecadação de impostos

  • Paulo Baraona É presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes)
Publicado em 11/05/2025 às 10h00

O desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo começa pela definição do que queremos para o futuro e passa por traçar estratégias para transformar projetos em realidade. E há uma certeza nisso: para avançarmos, será necessário abraçar de vez uma grande oportunidade – diversificar ainda mais a matriz econômica e agregar valor ao que produzimos hoje.

Ao longo da história da industrialização capixaba, passamos por diversas fases. Começamos a engatinhar no fim do século XIX, demos os primeiros passos nos anos 1930 e nos firmamos a partir da década de 1960, com a chegada de grandes projetos voltados à exportação. A diversificação industrial, no entanto, é mais recente.

Iniciada nos anos 1990, vem crescendo, mas ainda há muito a evoluir.

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) vê na diversificação o caminho para uma indústria mais forte e competitiva, com geração de empregos qualificados e aumento de renda. Digo isso porque o setor industrial, hoje, é o que paga a maior média salarial do país. Onde se instala, promove mudanças reais: movimenta fornecedores, impulsiona o comércio, gera empregos diretos e indiretos e contribui com a arrecadação de impostos.

Mas nosso objetivo vai muito além de termos uma indústria diversificada: almejamos ter uma indústria de alto valor agregado. A nossa história foi construída em cima da produção e exportação de commodities, como o café, o minério e o petróleo – que continuam sendo de extrema relevância para o Estado. O desafio é transformar essas e outras riquezas em produtos acabados. Já temos bons exemplos, como as indústrias que produzem papel, café solúvel, ônibus, eletrodomésticos de linha branca, tintas e muito mais.

O Espírito Santo tem demonstrado maturidade ao adotar uma visão estratégica para o futuro, e vivemos um momento de convergência de ideias. O plano ES 500 Anos, liderado pelo Governo do Estado, traz entre suas missões a construção de uma economia diversificada, inovadora e sustentável – três pilares essenciais para uma indústria moderna e alinhada às exigências globais.

 ArcelorMIttal Tubarão investe em inteligência artificial
Siderurgia no ES. Crédito: Fernando Madeira

Mas é claro que essa transformação não pode ser construída de forma individualizada. É fundamental que poder público, setor produtivo e sociedade civil estejam unidos e alinhados em torno desse propósito. A iniciativa do ES 500 Anos já conta com a participação do setor produtivo e de representantes da sociedade civil, por meio de contribuições do Espírito Santo em Ação e do Fórum de Entidades e Federações (FEF), do qual a Findes faz parte.

Imagine onde podemos chegar se conseguirmos tirar tudo do papel. O Espírito Santo pode se desenvolver social e economicamente com uma indústria mais diversa e de maior valor agregado. Fortalecer a indústria local é, sem dúvida alguma, o caminho que precisamos perseguir. Hoje, somos um dos cinco estados mais industrializados do país, mas temos todo o potencial de sermos o primeiro e fazer do Espírito Santo, novamente, um bom exemplo para o Brasil.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.