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É especialista em Compliance, Governança e ESG. É gerente-executiva da área Jurídica e de Integridade da Findes e atua como professora nos cursos de pós-graduação da FDV e do IBMEC/BSB

Na direção certa: governança para a indústria e inovabilidade dos negócios

O Comitê Nacional de Governança para a Indústria é liderado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e coordenado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), com a missão de aproximar o setor empresarial das boas práticas

  • Mariana Covre É especialista em Compliance, Governança e ESG. É gerente-executiva da área Jurídica e de Integridade da Findes e atua como professora nos cursos de pós-graduação da FDV e do IBMEC/BSB
Publicado em 02/11/2022 às 10h00
Data: 29/05/2019 - ES - Vitória - Sede da FINDES na Reta da Penha, em Vitória - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Sede da Findes na Reta da Penha, em Vitória . Crédito: Ricardo Medeiros

Governança significa direção. E podemos dizer que a indústria encontra cada vez mais neste pilar o caminho para se fortalecer. A governança corporativa apresenta-se como uma engrenagem que sistematiza princípios e práticas como a transparência na forma como as empresas comunicam suas políticas e entregas.

A governança trata a integridade e a ética como componentes culturais na geração de resultados e valor. É por meio dela que estimulamos a equidade no tratamento de pessoas e podemos aperfeiçoar o controle de processos e a prestação de contas de recursos. Tudo isso de modo planejado, com estratégias e responsabilidades de ordem social e ambiental.

Assim, amplia-se o grau de confiabilidade das operações para a tomada de decisão de investidores, contribuindo para perpetuar a longevidade dos negócios, modelando-os às necessidades da população.

Apesar da governança valorizar regras e contribuir para processos mais sistematizados, há um grande desafio na forma de comunicá-la para o mercado e mantê-la como uma estrutura organizacional que se realiza de maneira permanente e contínua. É preciso enxergar a governança como uma ferramenta para tornar processos decisórios mais conscientes, em especial, em períodos de incertezas e crises.

Uma governança corporativa bem estruturada e atualizada garante não apenas negócios mais produtivos e lucrativos, mas agrega a eles ‘inovabilidade’ como valor que associa inovação e sustentabilidade, “fator decisivo nas perspectivas das empresas a longo prazo”, conforme argumenta Larry Fink em carta para os CEOs da BlackRock, uma das maiores empresas de investimentos do mundo.

Na estrutura de governança aqui apontada fazem parte as responsabilidades social e ambiental, de forma a se conectar à pauta ESG ou ASG (Ambiental, Social e Governança). Tem-se a governança ambiental e a governança social como pilares sólidos de uma estrutura permanente de governança corporativa organizacional, capazes de juntas alinharem uma cultura de geração de resultados e de valor e engajamento social que ampliem o valor da empresa.

Afinal, riscos de sustentabilidade, hoje, são equiparados a riscos de liquidez e credibilidade de uma indústria, cuja participação na temática é cada vez maior e se justifica pela importância que o setor tem no país.

Em recente levantamento para controle das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento industrial no Brasil, o Tribunal de Contas da União (TCU), principal órgão de controle, destaca o papel relevante da indústria brasileira para o desenvolvimento socioeconômico do país. Na ocasião, reconheceu-se que “o desenvolvimento industrial não é o único caminho possível para o padrão de vida de um país desenvolvido, mas é um caminho comprovado”.

Diante dessa representatividade, tem-se realizado, no âmbito da Rede Governança Brasil, o Comitê Nacional de Governança para a Indústria, liderado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e coordenado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), com a missão de aproximar o setor empresarial das boas práticas de governança, identificando gargalos e propondo melhorias que resultem numa maior eficiência institucional.

Nesse cenário, dos trabalhos temáticos dedicados a impulsionar a pauta da governança corporativa sob a ótica das indústrias, o comitê está trabalhando em um diagnóstico nacional para conhecer, retratar e valorizar os níveis de maturidade de governança corporativa em todo o setor produtivo, de pequenas, médias e grandes indústrias no Brasil.

A expectativa é que grande parte do setor já se valha de alguma boa prática e a parcela que, eventualmente, precise avançar passará a ser movida pelos exemplos que serão retratados.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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