Autor(a) Convidado(a)
É bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória

Missão da Igreja na pandemia e na guerra é defender os mais pobres e excluídos

É tempo de despertar nos corações dos homens e mulheres a capacidade de tornarem-se próximos e acolherem as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias, sobretudo dos pobres e de todos os excluídos

  • Dom Andherson Franklin Lustoza de Souza É bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória
Publicado em 04/03/2022 às 14h21
Catedral de Vitória
Catedral de Vitória, na Cidade Alta. Crédito: Carlos Alberto Silva

No momento de seu retorno para o Pai, Jesus dirige aos seus discípulos o seu envio missionário: “Ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28,19). Uma ocasião desafiadora para a primeira comunidade cristã que recebia do Mestre a missão de continuar a sua obra, isto é, a fazer com que todas as nações se tornassem discípulos missionários. Por meio do anúncio da Boa Nova que a todos convida à comunhão com o Senhor e à vivência dos valores do Evangelho.

De fato, muitos foram os desafios enfrentados pela primeira comunidade cristã, formada por homens e mulheres marcados pela experiência do Ressuscitado e imbuídos da força do Espírito Santo.

O atual momento da história da humanidade traz as marcas profundas da pandemia que ainda causa grandes e dolorosas perdas, provocando na sociedade inteira grande dor e sofrimento, principalmente, enfrentados pelos mais pobres e excluídos. Não obstante os desafios e lutas deste tempo, todos viram terrificados, nestas últimas semanas, o retorno do terror e do absurdo da guerra que voltam a assombrar a humanidade inteira.

Diante desse cenário em constante mudança de época, a Igreja, comunidade dos discípulos e discípulas missionários, sente ecoar e acolhe o chamado e o envio missionário do Mestre. Assumindo a missão de gerar e formar, por meio do Batismo e da acolhida da Palavra de Deus; variadas e múltiplas vocações e ministérios, em vista do anúncio do Evangelho do Reino.

Despertando, assim, nos corações dos homens e mulheres deste tempo a capacidade de tornarem-se próximos e acolherem as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias, sobretudo dos pobres e de todos os excluídos. A fim de que, por meio das mãos generosas, os mais vulneráveis recebam o cuidado amoroso de Deus que os acompanha em suas dores e os fortalece na esperança de tempos novos de justiça, fraternidade e paz.

Em cada tempo e em cada momento da história da humanidade, Deus chama e envia homens e mulheres como sinais de sua presença, marcados pela força do Espirito Santo e impregnados da Alegria do Evangelho. Estes são: catequistas, ministros da pregação da Palavra de Deus e da distribuição da Eucaristia, animadores de Círculos Bíblicos; coordenadores dos diversos conselhos e agentes das mais variadas pastorais, movimentos e serviços, dentro e fora da Igreja. Ainda muitos vocacionados, seminaristas, religiosos e religiosas, diáconos, presbíteros e os bispos chamados a serem as primeiras testemunhas da vivência da participação e da comunhão em vista da missão.

Hoje, esses homens e mulheres, formados como discípulos de Jesus Cristo, assumem o envio para a missão, como verdadeiros portadores da Boa Notícia do Evangelho. Sinais de uma Igreja em Saída missionária, enviada a alcançar a todos com o suave convite que parte do coração amoroso do Pai que a todos alcança com a sua misericórdia e bondade.

De fato, este é o tempo do retorno, da reconstrução dos laços e compromissos, o tempo de alegrar os corações com o “bilhete de regresso”, como canta o Padre Zezinho. Assim sendo, que todos e todas ouçam e acolham o envio missionário de Jesus Cristo, comunicando por toda a parte a sua presença, carregando-o como um inestimável tesouro em vasos de barro (2Cor 4,7).

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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