Este mês é especial para mim: há 11 anos eu fundava o Instituto Ponte, sem imaginar a dimensão que esse projeto alcançaria. Hoje, após mais de uma década, olho para trás com gratidão. Depois dos meus filhos, o Instituto Ponte é, sem dúvida, o meu maior legado.
Ao longo dessa caminhada, as emoções se transformaram, mas ainda me arrepio ao receber notícias de conquistas que chegam em nossos grupos de WhatsApp: um aluno contratado como engenheiro de software antes mesmo de concluir a graduação; uma aluna recebendo mais de R$ 6.900,00 em um estágio de 30 horas semanais, com plano de saúde integral; universitários disputando um prêmio de R$ 1 milhão em um hackathon internacional; e tantos outros que já conseguem sustentar suas famílias, mesmo antes de se formarem. Histórias assim mostram que a ascensão social em uma geração é possível.
Esses resultados, que sempre sonhei em ver, hoje aparecem em abundância. Em rodas de conversa, os jovens relatam que, sem o Instituto Ponte, suas vidas seriam muito semelhantes às de seus pais, sem perspectivas ou horizontes. Ouvir isso renova meu propósito e dá sentido a todo o esforço.
Mas a transformação não é vivida apenas pelos alunos. Ela também é compartilhada pelos pais, que muitas vezes enfrentam a dor de ver os filhos partirem ainda adolescentes para estudar em cidades distantes. Há o medo, a insegurança e a saudade, mas também a coragem de incentivar. No futuro, quando essa jovem puder viajar, comprar o que quiser sem receio, ter acesso a saúde de qualidade e dividir essas conquistas com sua família, todo o sacrifício terá valido a pena.
Tenho orgulho da equipe que constrói o Instituto Ponte comigo. Somos uma organização única: acolhemos estudantes de qualquer lugar do Brasil — do Acre ao Rio Grande do Sul, passando pelo Pará, Pernambuco, grandes capitais e zonas rurais — e oferecemos a eles oportunidades educacionais comparáveis às dos meus próprios filhos. Essa equipe me inspira a sonhar mais alto e me lembra, todos os dias, que nada disso seria possível sem o sonho coletivo de que transformar vidas é possível.
Hoje, atendemos 466 alunos de 19 estados brasileiros. E muitos me perguntam: até onde podemos chegar? Minha resposta é simples: iremos tão longe quanto a sociedade permitir. Porque é ela — ao abrir as portas das empresas, ao contribuir com doações, serviços e apoio financeiro — que nos dá a rota para avançar. Graças a essa confiança, em 2025 abrimos a maior turma da história do Instituto Ponte, com 113 novos alunos.
Neste mês de aniversário, teremos uma celebração especial: traremos alunos de todo o Brasil para Vitória, a fim de dar as boas-vindas aos novos estudantes, compartilhar a cultura do Instituto Ponte e celebrar, juntos, nossas conquistas. Quero convidá-lo para estar conosco no dia 27 de setembro, às 9h, na Escola Americana, em Vitória, e sentir de perto a energia transformadora dos nossos alunos.
Aproveito para agradecer a cada parceiro, voluntário, membro da equipe e família que caminham conosco. São vocês que tornam possível ver nossos jovens alcançando lugares improváveis em suas vidas — e que tornam também a minha vida mais útil.
Onze anos depois, sigo convicta de que a educação é a ponte mais sólida para a liberdade e a dignidade. E de que, juntos, podemos continuar construindo caminhos para transformar vidas e gerações.
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