A nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (5), trouxe um sinal de alerta para o Palácio do Planalto. Com recorde de desaprovação de 57%, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu sua vantagem eleitoral diminuir em relação a diversos adversários em cenários de segundo turno.
O dado preocupa — mas é apenas parte de um fenômeno mais amplo: a desconexão entre o governo e a arena digital, onde a guerra pela narrativa já está em curso. A pesquisa mostra que Lula aparece tecnicamente empatado com cinco nomes: Jair Bolsonaro (41% x 41%), Tarcísio de Freitas (41% x 40%), Michelle Bolsonaro (43% x 39%), Ratinho Júnior (40% x 38%) e Eduardo Leite (40% x 36%). Todos esses empates estão dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais. Os únicos cenários em que Lula lidera com folga são contra Eduardo Bolsonaro (44% x 34%), Romeu Zema (42% x 33%) e Ronaldo Caiado (43% x 33%).
A queda de Lula foi registrada em todos os oito cenários testados. Contra Jair Bolsonaro, por exemplo, o petista caiu de 44% para 41%, enquanto o ex-presidente, ainda inelegível, oscilou de 40% para 41%. Contra Tarcísio, Lula caiu de 43% para 41%, e o governador de São Paulo subiu de 37% para 40%.
A queda coincide com o desgaste provocado por denúncias como o esquema de fraudes nos descontos do INSS, mas reflete também uma falha estratégica: o governo entrega, mas não comunica com força. Lula é um dos maiores comunicadores do país no contato direto com o povo, mas esse talento não tem sido traduzido com eficiência para o ambiente digital.
O Brasil tem 187 milhões de pessoas conectadas e, mesmo assim, o presidente perdeu mais de 1 milhão de seguidores nas redes. Com cinco meses no comando da comunicação, Sidônio Palmeira ainda não conseguiu transformar dados positivos em percepção positiva. O governo parece preso a uma comunicação formal, que não gera identificação, não responde com agilidade e não emociona. Enquanto isso, a extrema-direita segue dominando a narrativa digital com presença contínua, linguagem emocional e senso de urgência.
A espontânea mostra Lula citado por 11%, Bolsonaro com 9% e 75% de indecisos. Dois terços dos eleitores acham que Lula (66%) e Bolsonaro (65%) não deveriam disputar em 2026. A rejeição de Lula chega a 57%. O maior medo de 45% dos eleitores é a volta de Bolsonaro; para 40%, é Lula permanecer. Quem emociona mais, mesmo sem entregar, ocupa o espaço. Quem não comunica perde a eleição nos algoritmos.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.