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É engenheiro ambiental e diretor da Three Engenharia

Entre retrocessos e poucos avanços, meio ambiente exige medidas urgentes

É necessário que os planos climáticos sejam mais ambiciosos. E as ações em torno disso devem ser tomadas de forma coletiva e global

  • André Rocha É engenheiro ambiental e diretor da Three Engenharia
Publicado em 12/11/2021 às 02h00

Brasil teve um aumento de 9,5% nas emissões de gases poluentes em 2020, em plena pandemia da Covid-19, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima. Pouco avanço e algum retrocesso, quando a média global de emissões sofreu uma redução de 7%, por causa das paralisações de voos, indústrias e serviços ao longo do ano passado.

Neste momento em que acontece a COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, evento que reúne líderes governamentais e termina nesta sexta-feira (12), é a hora de revisar os mecanismos de atuação e traçar novas e urgentes  ações para os próximos anos. Essa agenda do clima é uma grande oportunidade para o Brasil que, além das vantagens naturais, também possui uma indústria (ainda em transformação), mas com algumas empresas já comprometidas com o desenvolvimento mais sustentável.

O ponto mais importante e sensível do encontro é tentar garantir que o mundo chegue ao fim do século com o aumento máximo de temperatura em 1,5º C. No entanto, há pouco entusiasmo. Além disso, a ausência de líderes e as muitas dúvidas quanto aos avanços possíveis dos dois maiores emissores globais de gases de efeito estufa, China e Estados Unidos, deixam uma nuvem suspensa no ar.

O fato é que é necessário e urgente que os planos climáticos sejam mais ambiciosos. E as ações em torno disso devem ser tomadas de forma coletiva e global. Todos devem fazer a sua parte para poder cobrar a conta e (também) pagá-la.

A implantação das energias renováveis, como hidrogênio, bioenergia e hidroeletricidade, são pontos-chave e podem ser responsáveis por uma redução de 80% nas emissões poluentes, por exemplo. Mas isso não é suficiente, infelizmente. Precisamos atingir 100% da meta. Por isso, ações como a captura e armazenamento de carbono, com as tecnologias de captura e reflorestamento, são necessárias.

O cenário da educação ambiental no Brasil também precisa ser forte e atuante. Um passo importante é construir políticas que vão ajudar as futuras gerações a ter um olhar diferente sobre consumo, utilização dos recursos naturais e sustentabilidade, além de fomentar uma economia cada vez mais diversa, inclusiva e amiga do meio ambiente.

Hoje já é possível descobrir o impacto que cada pessoa gera no mundo. Alguns sites permitem fazer uma estimativa da pegada ambiental de cada um e até dão dicas de como reduzir e/ou compensar os impactos das escolhas de consumo que os indivíduos fazem.

No meio corporativo, cada empresa deve descobrir o tamanho do impacto ambiental que gera. Pois só assim é possível calcular os efeitos de suas ações e estabelecer metas de redução.

Cuidar de tudo que nos cerca e combater a crise socioambiental que se abate sobre todos os países é urgente. E respostas assertivas precisam vir da COP26. Que os líderes do mundo inteiro trabalhem juntos para combater o aquecimento global, pois estamos apenas no começo de um período decisivo para o planeta.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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