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Daqui para frente, precisaremos investir na manutenção da nossa saúde

Desespero não adianta. Só aumenta os níveis de cortisol, um dos hormônios do estresse que deprime ainda mais o sistema imunológico. É inadiável buscar os nossos recursos internos

  • Ana Rita Novaes
Publicado em 15/05/2020 às 09h00
Atualizado em 15/05/2020 às 09h01
Meditação com violoncelo
Meditação e música. Crédito: Divulgação

Considerando que as últimas quarentenas ocorreram no Brasil no século passado, podemos supor que quase ninguém por aqui tenha vivido essa estranha experiência. A chegada da Covid-19 nos tirou do chão. Uma pandemia que se alastrou rapidamente, colocando em xeque o nosso modo de viver e de nos relacionar com a realidade. Um soco no estômago naqueles que pensavam ter o controle de tudo e negligenciaram a saúde pública e a ciência.

O mundo parou e ficamos perplexos, tendo que encarar enormes desafios; além da incerteza e do sofrimento coletivo, mirar um objetivo maior, sair dessa vivo. Nada mais natural que o nosso organismo se ressinta com a exacerbação de sintomas psicofísicos e angústia, pois de repente o chão se abre e percebemos que somos vulneráveis e mortais.

As pessoas que vinham investindo no autocuidado estão colhendo melhores frutos. Possivelmente estão mais resistentes e preparadas para o enfrentamento. Talvez essa vivência possa nos ajudar a enxergar que somos uma unidade, constituída de corpo, mente e espirito, integrados no harmônico arranjo aonde a vida se traduz.

Daqui para frente precisaremos investir continuadamente na manutenção da nossa saúde de forma integral. Ou seja, cuidar do nosso “terreno”, pois os germes continuarão por aqui, como sempre estiveram. Para isso, além da alimentação saudável, da prática de atividades físicas, incluir no cuidado preventivo as Práticas Integrativas e Complementares, como a Homeopatia, a Acupuntura, ambas especialidades médicas, além da fitoterapia e da meditação.

Disponíveis no SUS, na ACACCI e na rede privada, são conhecimentos tradicionais, que nos auxiliam na promoção à saúde e no tratamento de doenças, contribuindo para estimular os nossos mecanismos naturais de cura. Muitos estudos já foram publicados demonstrando seus benefícios.

Hora de arrumar o interior do nosso interior em todas as dimensões, cada um com a sua espiritualidade, com coragem, força e fé na vida. Desespero não adianta. Só aumenta os níveis de cortisol, um dos hormônios do estresse que deprime ainda mais o sistema imunológico. É inadiável buscar os nossos recursos internos.

Medite diariamente por 15 minutos. Sente-se confortavelmente com a coluna ereta e faça vários ciclos de respirações profundas, concentrando-se na sua respiração. Faça automassagem na região do pulso, planta dos pés, couro cabeludo, aonde há vários acupontos, que servem para acalmar e tonificar órgãos vitais. Procure uma boa conversa e manter leituras e pensamentos positivos.

Procure suporte da Homeopatia que historicamente contribuiu na redução da mortalidade e morbidade em várias epidemias, como na cólera, gripe, dengue e chikungunya. Inclua na dieta a cúrcuma, o gengibre, o limão, o própolis, o quefir, as frutas vermelhas e as sementes, fontes de vida e renovação celular. Tudo isso complementando as necessárias medidas de isolamento e higiene sanitária.

Enfim, como nada é por acaso, só nos resta acolher o momento e aprender com ele, refletindo, buscando o autoconhecimento, abusando da solidariedade e trabalhando pela transformação social da nossa desigual e antropofágica sociedade de consumo. Que depois dessa lição, possamos fraternamente reconstruir os nossos elos perdidos. Como disse Beto Guedes na canção "Sal da Terra", “vamos precisar de todo mundo, para construir a vida nova, vamos precisar de muito amor”.

A autora é médica, doutora e mestre em saúde coletiva e conselheira da Acacci.

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