Internet 5G promete mudar a vida das pessoas
Internet 5G promete mudar a vida das pessoas. Crédito: José Paulo Lacerda/CNI

Falta de conexão à internet é termômetro da exclusão digital

Muitos ainda estão excluídos do mundo virtual. Cenário pode mudar com a chegada do 5G

Publicado em 24/11/2021 às 03h30

O leilão da internet 5G, realizado no dia 4 de novembro, em Brasília, representa o começo de um processo de ampliação da conectividade para diversos setores da economia. Com velocidade dez vezes mais rápida que o 4G, a tecnologia vai impactar o aumento da produtividade.

Para a população do país, contudo, o acesso à quinta geração da internet móvel pode demorar até oito anos para estar disponível. O serviço que democratiza a informação ainda não é para todos. Fazer chegar internet de qualidade aos mais pobres é um desafio a ser superado no país e no Espírito Santo.

Em dezembro de 2020, o Brasil registrou mais de 234 milhões de acessos móveis à internet. Esse número representa um aumento de 7,39 milhões em relação a 2019, de acordo com informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em 14 Estados, a cobertura do 4G passa de 80% dos acessos. No Espírito Santo, o percentual da população com cobertura 4G em 2020 foi de 91,1%.

Mas a falta de recursos para ter o serviço em casa ou no celular, com a aquisição de um bom aparelho para navegar com qualidade, mantém muitos brasileiros excluídos do acesso ao mundo digital, essencial para melhorar o padrão e a qualidade de vida.

Segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de domicílios em que havia utilização da internet subiu de 79,1% em 2018 para 82,7% em 2019. Mesmo assim, naquele ano, não havia internet em 12,6 milhões de domicílios no país. De acordo com o IBGE, o Brasil tinha 39,8 milhões pessoas sem conexão com a internet no final de 2019. O número representa 21,7% da população brasileira com idade acima de 10 anos.

Entre os motivos mais apontados para isso, estão falta de interesse (32,9%), o serviço de acesso ser considerado caro (26,2%) e nenhum morador saber usar a internet (25,7%). O rendimento médio por pessoa dos domicílios com utilização da internet (R$ 1.527) era o dobro da renda dos que não utilizavam a rede (R$ 728).

222 MIL

famílias no Espírito Santo não têm acesso à internet em casa. Dado mostra que 15,4% dos domicílios estão excluídos do mundo digital

Segundo a pesquisa, o uso do celular para acessar a internet cresceu no Brasil. Os aparelhos são o principal meio de acesso à rede no país. Os dados do IBGE mostram que 79,3% dos brasileiros com 10 anos ou mais têm aparelhos celulares para uso pessoal, com ou sem internet. Entre aqueles que não têm celular no Brasil, 28% alegam que o aparelho telefônico é caro; 24,2%, que falta interesse em ter o equipamento, 19,8%, que não sabem usar; e 16,6%, que costumam usar o celular de outra pessoa.

No Espírito Santo, 222 mil casas não tinham acesso à internet no período de realização da pesquisa. O número equivale a 15,4% do total de domicílios capixabas e significa que 689 mil pessoas com idade a partir de 10 anos não possuem nenhuma conexão com a internet. Segundo o IBGE, 17 a cada 100 capixabas estão excluídos da era digital. Entre os motivos apontados, 49% alega não saber usar e 34,2%, falta de interesse em acessar.

Em relação à renda, enquanto os usuários de internet no Estado ganhavam em média R$ 1.447 mensais em 2019, quem não tinha acesso ao recurso ganhava cerca de R$ 864, valor abaixo do salário mínimo vigente naquele ano, que era de R$ 998.

O resultado da pesquisa mostra que um quinto dos brasileiros entrou na pandemia da Covid-19 sem acesso à internet. Os dados revelam o tamanho do desafio da inclusão digital no país, pouco tempo antes que a maior crise sanitária da era confinasse milhões de brasileiros em casa, com escolas fechadas e em trabalho remoto.

A ausência de conexão acentuou desigualdades no acesso à educação nesse período. Entre os estudantes de 10 anos ou mais que passaram a depender de aulas remotas, 4,3 milhões não acessavam a internet, quase todos eles da rede pública, segundo o IBGE. Na rede de ensino privada, 174 mil estudantes da mesma faixa etária estavam desconectados no pré-pandemia.

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