Neuza Ribeiro Santos, de 45 anos, morreu após ser agredida na Serra
Neuza Ribeiro Santos, de 45 anos, morreu após ser agredida na Serra. Crédito: Arquivo

Neuza foi obrigada a se afastar dos filhos por ciúme do marido e acabou morta

A doméstica Neuza Ribeiro Santos, de 45 anos, morreu após ser agredida em casa, em Nova Almeida, na Serra. O principal suspeito é o marido, que não foi localizado

Tempo de leitura: 3min
Publicado em 08/11/2021 às 16h38

O tradicional almoço em família vai perder espaço para a saudade de Neuza Ribeiro Santos, de 45 anos.

A doméstica morreu após ter sido brutalmente agredida dentro de casa na última quarta-feira (3) em Nova Almeida, na Serra.

Neuza ficou internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (São Lucas), em Vitória, mas não resistiu e faleceu no último sábado (6).

Segundo informações da Polícia Militar e de familiares da vítima, o suspeito é o marido dela, um produtor rural, de 42 anos. 

4 FILHOS

INTEGRAVAM A FAMÍLIA DE NEUZA

Além de trabalhar como doméstica, a vítima também cuidava de crianças da região onde morava.

Mãe de quatro filhos, Neuza deixou uma neta, a pequena Aline Vitória, de 3 anos. A menina era o xodó da avó, conforme contou o pai da criança, o pintor Pedro Henrique Teixeira Santos, 23 anos.

Pedro Henrique Teixeira

Filho da vítima

"Tenho vídeos delas juntas. Dá ate tristeza ficar vendo. Minha filha era o xodó da minha mãe. Não sei o que vai ser porque ela sempre procura pela avó"

O RELACIONAMENTO

O relacionamento de Neuza com o marido tinha pouco mais de nove meses. Segundo Pedro, o homem é natural da Bahia e passou a morar e trabalhar no Espírito Santo. Os filhos contaram que a doméstica era agredida com frequência pelo produtor rural.

“Ele ameaçava e batia muito nela, aí ela ia para nossa casa. E quando ela ia para casa, ele demorava questão de uma semana para vir pedir desculpa pra gente, ficava chorando dizendo que estava arrependido, e a gente aceitava", conta.

Na tentativa de evitar que a mãe continuasse sendo agredida e para ficar mais perto dela, os filhos conseguiram um imóvel para a doméstica, na frente da casa deles. A partir de então, as agressões cessaram.

"Até que ele conseguiu tirar minha mãe de perto gente. Ele a levou para morar em outro lugar e aproveitou, como se ele descontasse tudo que não fez, e minha mãe veio a óbito. Agora estamos indo para o cemitério", desabafa.

Ao lembrar da personalidade da mãe, Pedro Henrique destaca que ela era muito atenciosa, trabalhadora e gostava de ver todos os filhos reunidos. Questionado sobre o motivo dela não ter se separado, o filho acredita que ela queria proteger a família.

Pedro Henrique Teixeira

Filho da vítima

"Ele falava que se ela terminasse, ele ia matar a gente. Minha mãe ficou porque queria nos defender. Ela era uma mulher boa, nunca fez mal a ninguém, o bairro todo está em luto, até o comércio está fechando. Ele tinha ciúme, era possessivo"

Por causa da proximidade, Pedro Henrique diz que não deve voltar a morar na mesma casa. Neste período, ele tem ficado na residência do sogro, na mesma região.

“A gente estava com ela todo dia. Não quero voltar para casa porque quando a gente chega lá, lembra dela chamando para saber como a gente estava ou para comer na casa dela. Minha mãe gostava de reunir todo mundo para fazer almoço em família. Tudo isso acabou."

INVESTIGAÇÃO

Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), que realiza diligências desde a data do fato. Até o momento nenhum suspeito foi detido.

O filho dela, Pedro Henrique, torce para que o suspeito seja logo encontrado pela polícia.

"Pra ser sincero, o que ele fez nem prisão tem como consertar. Ele destruiu uma família, uma comunidade inteira", afirma.

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