Publicado em 9 de setembro de 2025 às 12:33
A queda hormonal que ocorre durante o climatério pode estar associada a importantes riscos para a saúde cardiovascular e mental, especialmente em mulheres que já atravessaram a fase da pós-menopausa. Diante desse cenário, a ciência busca compreender quais estratégias e intervenções podem ser aplicadas para enfrentar esses desafios, de forma a promover mais qualidade de vida e melhorar os resultados clínicos ao longo dessa etapa da vida. >
O estudo de revisão sistemática “ Impact of aerobic exercise on cardiovascular and mental health in postmenopausal women: a systematic review and meta-analysis ”, publicado na edição de agosto do periódico Menopause, mostrou que o exercício aeróbico é responsável por melhorar muitos parâmetros de saúde. >
“Os estudos mostram que os efeitos do exercício aeróbico para as mulheres nessa fase são altamente importantes em parâmetros cardiovasculares e resultados psicológicos. Dessa forma, além do tratamento para reposição hormonal e a necessidade de exercícios de força para reduzir o risco de sarcopenia, também são indicadas atividades aeróbicas, como caminhada, corrida, ciclismo, natação e tênis”, esclarece a Dra. Ana Paula Fabricio, ginecologista com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO). >
Na revisão sistemática com meta-análise, foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que avaliaram intervenções de exercícios aeróbicos em mulheres na pós-menopausa . A revisão incluiu 61 ECRs com 4.100 mulheres (2.356 exercícios e 1.744 controle). >
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“O exercício aeróbico reduziu a pressão arterial sistólica em 4,5 mm Hg e a pressão arterial diastólica em 2,4 mm Hg. O colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL) aumentou em 2,4 mg/dL, enquanto o colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e os triglicerídeos diminuíram em 3,6 mg/dL e 7,7 mg/dL, respectivamente. O exercício aeróbico também reduziu as pontuações de ansiedade”, comenta a ginecologista. >
A Dra. Ana Paula Fabricio explica que, após a menopausa (50-59 anos de idade), observa-se uma maior prevalência de doenças cardiovasculares e metabólicas em mulheres. “Isso indica que a transição hormonal presente na menopausa é um importante fator de risco para a morbimortalidade feminina”, completa. >
As atividades aeróbicas, segundo a médica, são indicadas não só para melhora da saúde metabólica, ajudando no emagrecimento, como também exercem efeitos importantes para manutenção da pressão arterial , perfil lipídico e triglicerídeos, além de diminuir o risco (e atuar como adjuvante no tratamento) de ansiedade. >
“Particularmente sobre o colesterol, há uma redução da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e dos triglicerídeos, enquanto há um aumento do colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL) em mulheres na pós-menopausa. O colesterol HDL ajuda a remover o excesso de colesterol do corpo, enquanto o LDL pode se acumular nas artérias, formando placas que aumentam o risco de doenças cardíacas”, completa a Dra. Ana Paula Fabricio. >
A ginecologista ressalta que os exercícios aeróbicos são eficazes como terapia alternativa no tratamento e controle da pressão arterial leve e moderada. “Os exercícios como ciclismo, natação, subir e descer escadas, esteiras e corrida leve promovem resultados satisfatórios na redução da pressão arterial”, afirma a Dra. Ana Paula Fabricio. >
A prática regular dos exercícios aeróbicos não só fortalece o corpo, mas também contribui diretamente para a saúde dos vasos sanguíneos e para o controle da pressão . “Essas atividades físicas melhoram a circulação e, por consequência, as substâncias excretadas das células endoteliais [células que revestem os vasos sanguíneos] ajudam na regulação da pressão arterial através do controle no tônus vascular [capacidade dos vasos sanguíneos de se contrair e relaxar]”, explica. >
Ainda conforme a ginecologista, o exercício ajuda o corpo a produzir naturalmente uma substância que relaxa os vasos e melhora a circulação, o que contribui para a redução da pressão. “Outro efeito benéfico da prática regular de exercício físico no controle da pressão arterial é que o exercício físico estimula a secreção de óxido nítrico pelas células endoteliais, causando vasodilatação e controlando a pressão arterial a curto e médio prazo”, completa. >
A Dra. Ana Paula Fabricio explica que, no pós-menopausa, alterações hormonais também podem influenciar a produção de neurotransmissores ligados ao humor, como serotonina e dopamina. “Esse desequilíbrio, somado a fatores psicossociais como mudanças na imagem corporal, sintomas vasomotores e alterações no sono, contribui para que muitas mulheres relatem aumento da ansiedade, irritabilidade e até sintomas depressivos”, diz. >
Por isso, os exercícios físicos podem ser grandes aliados para ajudar na regulação do humor. “A prática regular de exercício aeróbico atua positivamente nesse cenário, pois estimula a liberação de endorfinas e promove neuroplasticidade, ajudando a regular o humor, reduzir a tensão e melhorar a qualidade do sono, o que, por sua vez, impacta diretamente na sensação de bem-estar e no equilíbrio emocional”, comenta. >
A ginecologista ainda enfatiza que são inúmeros os benefícios do exercício para a redução do risco cardiovascular. “Destaque para a diminuição dos níveis de marcadores pró-inflamatórios, aumento da sensibilidade da insulina, e melhoria da capacidade cardiopulmonar”, lista. >
A prática regular da atividade física é fundamental para assegurar a saúde da mulher na pós-menopausa . “Desta forma, é essencial que os profissionais de saúde incluam em suas estratégias a recomendação da prática do exercício físico, principalmente combinando exercício aeróbico e de força, promovendo bem-estar e prevenindo agravos à saúde da mulher”, finaliza. >
Por Maria Claudia Amoroso >
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