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Publicado em 17 de setembro de 2025 às 20:51
Um boletim divulgado nesta quarta (17) indica que duas lesões cutâneas retiradas de Jair Bolsonaro apresentaram carcinoma de células escamosas ‘in situ’, uma forma inicial de câncer de pele. No último domingo (14), o ex-presidente passou por um procedimento cirúrgico para retirada de oito lesões.>
Especialistas apontam que, neste estágio, as células malignas estão restritas apenas à epiderme — a camada mais superficial da pele — e que a remoção já é suficiente para cura.>
Ainda assim, a oncologista Juliana Alvarenga alerta que, se o quadro não for devidamente tratado, há risco de progressão. Em alguns casos, o tratamento pós cirurgia pode contar com métodos complementares como crioterapia, terapias tópicas e fototerapia dinâmica. >
"É importante manter um acompanhamento dermatológico regular para avaliar precocemente qualquer nova mancha ou ferida que não cicatrize. Isso é essencial porque quem teve um CEC in situ tem risco aumentado de desenvolver novos cânceres de pele. Além disso, prevenir novas lesões com proteção solar rigorosa", destaca.>
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A remoção cirúrgica é indicada quando há o diagnóstico confirmado de malignidade ou quando a lesão apresenta risco de progressão. Nestes casos, o tumor é retirado com uma margem de segurança de tecido saudável.>
A definição do tratamento terapêutico depende de tipo histológico, estágio da doença, localização da lesão e condições clínicas do paciente. >
As opções incluem cirurgia convencional, cirurgia micrográfica de Mohs, além de curetagem em lesões superficiais, radioterapia em casos selecionados e terapias sistêmicas para melanoma avançado. "Lesões superficiais de carcinoma basocelular também podem ser tratadas com medicamentos tópicos, como imiquimode ou 5-fluoruracil", completa Juliana Alvarenga.>
Mesmo assim, existe a possibilidade de uma recidiva local, caso alguma célula neoplásica permaneça na região, além do risco de surgimento de novas lesões em outras áreas da pele, especialmente em pacientes de maior risco.>
Juliana Alvarenga
OncologistaSegundo a especialista, este é o tipo de câncer que possui maior chance de invasão local e metástase. Assim como o carcinoma basocelular (CBC) — o mais comum e de baixo risco metastático —, ele está diretamente associado à exposição solar acumulada ao longo da vida.>
São esses os tipos de câncer que costumam predominar em pessoas da faixa etária de Jair Bolsonaro, acima de 60 anos. O tipo melanoma, altamente agressivo e com elevado potencial de disseminação, é considerado menos frequente.>
"A exposição a radiação ultravioleta é o principal fator de risco, junto com pele clara, histórico de queimaduras solares, imunossupressão e exposição a agentes químicos, como arsênio e alcatrão, além da idade avançada", detalha Juliana Alvarenga.>
Ruivos, albinos e pessoas com histórico familiar também são mais suscetíveis à doença, conforme acrescenta a dermatologista Lívia Grassini. Outros fatores de risco incluem a exposição a câmaras de bronzeamento e queimaduras solares na infância e adolescência.>
Conforme reforçam as médicas, a população deve estar atenta a lesões que mudam de aspecto, cor ou textura, alteram as bordas e crescem de tamanho. Além de feridas que sangram e não cicatrizam.>
O diagnóstico é feito por um dermatologista, por meio de um exame físico. Para confirmação, é realizada uma biopsia da lesão, cujo material é enviado para análise laboratorial. O patologista identifica o tipo do tumor e determina se é ou não maligno.>
Dica da dermatologista:
Temos a regra do ABCDE para facilitar a identificação nos casos de melanoma:
A: assimetria da lesão
B: bordas irregulares
C: cor, mais de uma cor na mesma lesão
D: diâmetro maior que 6 mm
E: evolução, crescimento ou mudança de cor ou forma da lesão.
A prevenção pode ser feita através de hábitos simples do dia a dia, com enfoque na proteção da pele. Isso porque a exposição à radiação ultravioleta danifica o DNA das células, produzindo mutações que podem evoluir para o câncer.>
"É mais comum em clima tropical devido a maior exposição à radiação ultravioleta ao longo da vida, tendo efeito cumulativo aumentando os danos celulares. Além do estilo de vida, práticas de atividades físicas ao ar livre e exposição ocupacional", finaliza Lívia Grassini. >
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