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Linfoma de Hodgkin: entenda o câncer da influenciadora Isabel Veloso

Linfoma de Hodgkin: entenda o câncer da influenciadora Isabel Veloso

Ela foi diagnosticada com um linfoma de Hodgkin, um câncer do sangue com origem no sistema linfático

Publicado em 12 de abril de 2024 às 15:04

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 Isabel Veloso
A jovem Isabel Veloso enfrenta um câncer terminal . (Reprodução @Isabelvelosoo)

A jovem Isabel Veloso enfrenta um câncer terminal e, segundo os médicos, tem apenas 4 a 6 meses de vida. Ainda aos 15 anos, ela foi diagnosticada com um linfoma de Hodgkin, um câncer do sangue com origem no sistema linfático. Isabel chegou a fazer quimioterapia e transplante de medula óssea, e, em novembro de 2023, alcançou a cura. No entanto, a doença voltou de forma mais agressiva. De acordo com ela, os exames apresentaram um tumor de 17 centímetros que pega parte do coração e pulmão.

Em entrevista para o podcast Inteligência Ltda de Rogério Vilela ela contou sua trajetória ao conviver com um câncer terminal. "Eu sei que quando eu me for, vai ser um momento muito de alívio, mas eu sei que eu não vou ter mais lembrança nenhuma, mas eles vão, vocês vão. Eu nem falaria nada, eu só pediria que vivam, que respirem por mim o que eu não pude respirar, que vivam o que eu não mude viver, que amem o que eu não pude amar. Aproveitem seu filho como eu nunca vou poder viver a experiência… Só vivam”, disse ela.

Entenda a doença

O linfoma de Hodgkin (LH) é um câncer que acomete o sistema linfático que pode ser encontrado em diversas partes do corpo, sendo os principais os linfonodos (ínguas), baço e medula óssea. "É uma doença que pode se desenvolver em qualquer faixa etária, mas é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais)", diz a hematologista Daniela Ferreira Dias, do Instituto Paulista de Cancerologia. 

O número estimado de casos novos de linfoma de Hodgkin (LH) para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 3.080 casos, o que corresponde a um risco estimado de 1,41 por 100 mil habitantes, sendo 1.500 casos em homens e 1.580 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 1,40 caso novo a cada 100 mil homens e 1,41 a cada 100 mil mulheres (INCA).

Os fatores de risco para LH ainda não estão bem estabelecidos. "Estudos sugerem algumas associações em pessoas com sistema imune comprometido (infecção por HIV) e pacientes que fazem uso de drogas imunossupressoras. A infecção pelo EBV (mononucleoses) aumenta o risco de desenvolver a doença, embora o mecanismo de ação ainda não esteja bem definido. Membros de famílias em que uma ou mais pessoas tiveram a doença de Hodgkin têm risco aumentado de desenvolvê-la", ressalta a médica.

Como a doença pode surgir em qualquer parte do corpo, os sintomas dependem de sua localização. Se desenvolver em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilhas, formam-se ínguas indolores nesses locais. Se ocorrer na região do tórax pode se manifestar com tosse, falta de ar e dor torácica. "Já se for no abdome, pode haver dor ou aumento do volume abdominal. Sinais e sintomas de alerta são aumento de transpiração, febre, perda de peso sem causa aparente e coceiras pelo corpo", conta Daniela Ferreira Dias.

Como é feito o diagnóstico

Para investigação da doença, exames laboratoriais de sangue e de imagem (tomografias, ultrassonografia ou ressonâncias) são necessários. Para diagnóstico e confirmação da doença, é obrigatória a retirada de amostra do tecido doente através de uma biópsia. Na doença de Hodgkin há presença de células denominadas Reed-Stenberg, nome dado em referência aos médicos que primeiramente descreveram a doença.

O linfoma de Hodgkin clássico é mais comum e tem 4 subtipos, mas há também um tipo predominante de linfócitos nodulares que representa cerca de 5% dos casos. Exames de PET-CT e biópsia de medula óssea podem ser necessários para estadiamento da doença. Dependendo do estágio da doença no momento do diagnóstico, pode-se estimar o prognóstico do paciente com o tratamento.

É uma doença que pode ser curável e o tratamento clássico consiste em poliquimioterapia (quimioterapia com vários medicamentos), com ou sem radioterapia associada. "Para os pacientes que não respondem ao tratamento inicial ou para aqueles em apresentam recaídas (retornos) da doença, outros tipos de quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea podem ser utilizados", finaliza. Os pacientes devem ser seguidos continuamente após o tratamento com realização de exames e consultas periódicas. 

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