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Gigante da beleza intensifica esforços contra o assédio nas ruas

Gigante da beleza intensifica esforços contra o assédio nas ruas

Segundo uma pesquisa internacional conduzida por L'Oréal Paris em parceria com a Ipsos em 2023, 85% das mulheres no Brasil já sofreram assédio nas ruas

Publicado em 23 de agosto de 2024 às 18:14

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Segundo pesquisa, 85% das mulheres no Brasil já sofreram assédio nas ruas Crédito: Shutterstock

Toque e abraços indesejáveis, gestos sexualmente explícitos, comentários inadequados sobre o corpo, humilhação pública... Esses são apenas alguns dos tipos de assédios que mulheres podem sofrer nas ruas. E eles acontecem todos os dias, em todos os lugares.

Segundo uma pesquisa internacional conduzida por L'Oréal Paris em parceria com a Ipsos em 2023, 85% das mulheres no Brasil já sofreram assédio nas ruas. E, embora o assédio sexual em espaços públicos seja um problema mundial e comum, ainda existem equívocos, especialmente entre pessoas com menos de 35 anos. A pesquisa revelou que 59% dos homens e 53% das mulheres com idade entre 18 e 35 anos acham que as mulheres às vezes são responsáveis por serem assediadas devido às suas atitudes ou aparência. Além disso, 43% dos homens e 28% das mulheres acreditam que, na maioria das situações, os homens acusados de assédio sexual não têm intenções ruins.

Apesar de esta geração ser frequentemente vista como mais consciente das questões de violência de gênero e suas consequências, os resultados da pesquisa evidenciam a necessidade urgente de mais orientação e educação e de intensificar os esforços para combater o assédio nas ruas, que não só limita as escolhas diárias das mulheres, mas também ameaça sua autoestima, confiança e visibilidade na sociedade.

Em resposta a essa realidade preocupante, L’Oréal Paris lançou em 2020, em parceria com a ONG internacional Right To Be, o Stand UP, um programa global de combate ao assédio nas ruas. Com base na metodologia dos 5D’s, a iniciativa ajuda, de maneira simples e segura, vítimas e testemunhas a intervirem contra o problema. Até hoje, mais de 3 milhões de pessoas já foram treinadas em 45 países. No Brasil, a ONG Cruzando Histórias é a responsável por ministrar os treinamentos oferecidos de forma gratuita para clientes e parceiros da empresa de beleza e para qualquer pessoa que solicite através do site.

"Como uma marca com valores femininos e feministas, incentivamos o empoderamento das mulheres para ocuparem todos os seus espaços de direito, mas isso só será possível se todas puderem caminhar com segurança e dignidade por todos os espaços, das ruas ao transporte público, passando por trabalho e locais de lazer. A liberdade de ir e vir é um direito fundamental e os números da pesquisa nos mostram que ele ainda é negado à maior parte das mulheres. É urgente sabermos como nos defender e como intervir de forma segura em defesa delas", comenta Maira da Matta, Diretora de L’Oréal Paris no Brasil.

Espaços públicos com maior incidência de casos de assédio

Após uma análise de pesquisas públicas sobre assédio e violência contra mulheres, foi realizado um mapeamento detalhado para identificar os espaços públicos com maior incidência de casos de assédio nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A partir dos dados observados, a marca promoverá diversas ações digitais e físicas nessas regiões, destacando e endossando a mensagem principal da campanha #nãodoupassagemproassédio, visando reforçar a conexão direta com as ruas e incentivar tanto vítimas quanto testemunhas a se posicionarem contra o assédio.

Com base nesse mapeamento, serão enviadas notificações geolocalizadas ao público presente nesses locais, incentivando-o a estar atento ao ambiente ao seu redor e a agir de forma segura. Essas notificações não têm o intuito de alarmar, mas de promover uma conscientização sobre a importância da vigilância e da segurança. Posteriormente, os destinatários receberão um novo alerta, desta vez convidando-os a participar do treinamento Stand UP.

Saiba como intervir

O treinamento da Stand UP oferece um método baseado em 5 Ds – distrair, delegar, documentar, direcionar e dialogar - que auxilia homens e mulheres a intervir com segurança diante dessa situação, tanto como testemunha quanto como vítima.

  • Distrair: forma indireta de desviar a atenção do que está acontecendo;

  • Delegar: contar para alguém o que está acontecendo ou para uma autoridade que está por perto para saber se é possível fazer algo a respeito;

  • Documentar: fazer o registro do que está acontecendo para apoiar a vítima, questionando se é permitido ou não exibir o material;

  • Direcionar: contato direto com o assediador para deixar a vítima livre, sem discussão para evitar conflitos maiores;

  • Dialogar: conversar com quem está sofrendo o assédio com gentileza e palavras de apoio, reforçando que não é culpa dela o que aconteceu.

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