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Doença autoimune: entenda o que é o lúpus e como lidar com a condição

Doença autoimune: entenda o que é o lúpus e como lidar com a condição

A doença inflamatória pode afetar o corpo todo, incluindo órgãos e tecidos, e ocorre quando as células do sistema imunológico atacam o próprio organismo do paciente.

Publicado em 17 de setembro de 2024 às 10:00

Jovem com Lúpus
A doença pode causar manchas vermelhas em formato de “borboleta” no rosto Crédito: Shutterstock

Imagine estar vivendo sua vida normalmente e no momento seguinte apresentar sintomas até então desconhecidos por você. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, essa é a realidade de 150 mil a 300 mil pessoas, expectativa de brasileiros que convivem com o lúpus.

Caracterizada como uma doença autoimune, o lúpus é uma doença inflamatória que pode afetar o corpo todo, incluindo órgãos e tecidos, e ocorre quando as células do sistema imunológico atacam o próprio organismo do paciente.

Segundo a doutora em Ciências da Saúde e professora do Unesc, Kelly Cristina Chiepe, os dois tipos mais comuns de lúpus são: o lúpus cutâneo, que causa manchas na pele, e o lúpus sistêmico que pode afetar órgãos internos como rins e cérebro.

Como o lúpus é diagnosticado?

Kelly Chiepe diz que o diagnóstico da doença é feito com base nos sintomas apresentados e na realização de exames de sangue e urina.

De acordo com ela os sintomas podem variar de intensidade e ocorrência e podem incluir desde cansaço extremo, febre baixa, perda de apetite e manchas vermelhas em formato de “borboleta” no rosto, até problemas renais e pulmonares em casos mais graves.

Doenças crônicas são aquelas caracterizadas pela progressão lenta e de longa duração, e o lúpus se apresenta como uma das mais recorrentes do grupo. “Lúpus não tem cura, mas com tratamento adequado é possível controlar a doença e viver bem. A doença passa por fases de atividade, quando os sintomas estão mais fortes, e remissão, quando os sintomas desaparecem ou ficam mais leves”. 

  • Formas de prevenir o lúpus 

  • Evitar a exposição excessiva ao sol sem proteção;

  • Prezar por uma alimentação balanceada;

  • Atividade física aeróbica regular;

  • Medidas de controle de fatores emocionais;

  • Estar atento a sintomas como manchas que podem aparecer na face, porque podem ser um sintoma do lúpus.

Tratamento e convivência com a doença

O tratamento do paciente diagnosticado pode variar de acordo com a intensidade e recorrência dos seus sintomas, mas a especialista destaca que o cuidado com a exposição à luz solar é essencial, já que pode piorar os efeitos da doença.

Kelly Chiepe explica que o tratamento pode incluir o uso de anti-inflamatórios para dores nas articulações, corticoides para reduzir a inflamação e imunossupressores para diminuir a atividade do sistema imunológico. 

"O acompanhamento médico é contínuo para ajustar os medicamentos conforme atividade ou remissão da doença. E práticas como acupuntura e medicação podem melhorar a qualidade de vida"

Kelly Chiepe

Doutora em Ciências da Saúde

Conviver com lúpus pode ser desafiador, principalmente nas fases de atividade da doença, que podem causar cansaço extremo e muita dor. "Mas com tratamento e ajustes no estilo de vida, como evitar o sol e controlar o estresse, é possível manter uma boa qualidade de vida. Apoio emocional e social também são importantes, já que a doença pode ser imprevisível.”, ressalta Kelly Chiepe.

Entenda outras doenças crônicas

Muitas doenças comuns ao nosso dia a dia são classificadas como crônicas. Confira as 10 patologias mais diagnosticadas no país:

  • Doenças cardiovasculares: patologias que afetam diretamente o coração e os vasos sanguíneos como hipertensão, AVC e cardiopatia congênita. São a maior causa de morte no Brasil e no mundo.

  • Diabetes mellitus: esta síndrome metabólica pode ter origens múltiplas e se caracteriza pela falta de insulina e/ou a ineficiência da insulina ao exercer seu papel, ocasionando uma alta taxa de açúcar no sangue.

  • Doenças respiratórias: asma, bronquite e rinite alérgica são alguns dos exemplos de doenças respiratórias que, como o próprio nome já diz, atingem o sistema respiratório, composto pelo nariz, traqueia, laringe, brônquios e pulmões.

  • Câncer: são cerca de 100 doenças que possuem como caraterística principal o crescimento desordenado das células, que se agrupam e formam os tumores malignos.

  • Doenças autoimunes: ocorrem quando o próprio sistema imunológico do corpo ataca as suas próprias células, é o caso da Artrite reumatoide, lúpus, dentre outras.

  • Colesterol alto: o colesterol possui função importante no funcionamento do nosso organismo, auxiliando na produção de alguns hormônios e vitaminas. Entretanto, ele passa a representar risco quando há um excesso da partícula LDL (colesterol ruim) aliado ao tipo de gordura ingerida.

  • Depressão crônica: diferente do transtorno depressivo maior, as alterações de humor ocasionadas pela depressão crônica podem durar por mais de 2 anos. Entre os efeitos estão a apatia, irritabilidade e desinteresse por realizar as atividades diárias.

  • Doença de Alzheimer: é uma doença degenerativa decorrente de alterações no cérebro. É progressiva e afeta diretamente a memória, a capacidade de aprendizado e o raciocínio.

  • Osteoporose: caracterizada pela perda gradual da massa óssea, ocasionando um enfraquecimento dos ossos tornando-os mais predispostos a fraturas ao longo do tempo.

  • Obesidade: a obesidade é uma patologia multifatorial, podendo estar relacionada a fatores metabólicos, sociais, psicológicos ou ambientais e é definida pelo excesso de tecido adiposo.

* Aline Gomes é aluno do 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve edição do editor Guilherme Sillva

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