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Calorões na menopausa? Entenda o que é o sintoma relatado por Mônica Martelli

Calorões na menopausa? Entenda o que é o sintoma relatado por Mônica Martelli

Ondas súbitas de calor são um sintoma comum na menopausa. Problema atrapalha o sono, provoca fadiga e irritabilidade, com risco de aumentar sintomas depressivos

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 14:38

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Mônica Martelli contou que sentiu demais os sintomas da menopausa, principalmente com fogachos (calorão), antes de fazer terapia hormonal Crédito: Reprodução @Mônicamartelli

A atriz Mônica Martelli, de 57 anos, revelou em entrevista recente que sentiu demais os sintomas da menopausa, principalmente com fogachos (calorão), antes de fazer terapia hormonal. “Sofri três longos anos com sintomas. Eu acordava de madrugada com os calorões. Me sentia angustiada, irritada, triste e esquecida”, disse a atriz à revista Marie Claire.

Mas o que afinal acontece? “Fogachos são ondas súbitas de calor, muitas vezes acompanhadas de suor, palpitação e rubor facial, que podem acontecer no período diurno, porém são mais frequentes à noite, causando insônia, porque a mulher cobre e descobre durante à noite. Eles acontecem porque, na menopausa, a queda do estrogênio desregula o centro de controle da temperatura no cérebro, tornando-o mais sensível”, explica a ginecologista Ana Paula Fabrício.

A sertaneja contou que os primeiros sinais surgiram com um calor intenso e inexplicável

O ginecologista Nélio Veiga Júnior diz que o declínio flutuante (no começo do climatério) e, após, permanente dos níveis hormonais do ovário podem levar a mudanças no metabolismo dessas mulheres. "Na menopausa, a diminuição do estrogênio pode: causar piora da qualidade do sono e levar essas mulheres a terem ondas de calor. Quando acontecem à noite (são os suores noturnos), os fogachos podem interferir no sono, o que frequentemente resulta em fadiga e pode levar à irritabilidade e instabilidade emocional”. 

Segundo o ginecologista Igor Padovesi, os relatos mais comuns sobre os fogachos descrevem uma sensação súbita de calor que parece vir de dentro, como se, de repente, o corpo fosse pegar fogo, especialmente na região do tórax e do pescoço. “No entanto, existem outras descrições de como as mulheres sentem esses sintomas vasomotores, por exemplo a sudorese noturna, que, às vezes, não cria uma sensação repentina de calor, mas faz a mulher acordar completamente suada; ou apenas a percepção de sentir mais calor do que o normal, sem as ondas características”, completa o médico.

O fato de acontecer mais à noite também coloca a boa qualidade do sono em cheque, em um momento da vida que já favorece um sono de pior qualidade, segundo a ginecologista Patricia Magier. “A progesterona é um hormônio que ajuda muito, principalmente na indução e regulação do sono, e o estrogênio está muito relacionado também a um prolongamento desse sono de qualidade, para que ele seja regenerador. Na menopausa, há um comprometimento tanto para pegar no sono quanto para manter um sono que realmente proporcione descanso. Fora a ação direta da queda hormonal, ainda temos o sono interrompido por conta dos calores noturnos, que são mais frequentes no meio da noite, e de despertar no meio da madrugada e ter dificuldade em voltar a dormir".

Ana Paula Fabrício explica que os fogachos da menopausa são diferentes daqueles ocasionais, que podem surgir em qualquer mulher em situações de estresse ou alterações hormonais passageiras. “Na menopausa, eles são frequentes, persistentes, mais frequentes à noite e podem durar anos, prejudicando sono, energia e qualidade de vida”, diz a médica. Dependendo da estação do ano (por exemplo no verão) e da resposta da mulher, o clima quente aumenta a frequência e/ou o desconforto dos fogachos. “Algumas percebem mais episódios; outras não têm aumento no número, mas cada crise se torna mais intensa e incômoda. Em estações mais quentes, o corpo já está tentando dissipar calor devido às altas temperaturas". 

Como o organismo da mulher na menopausa tem um controle térmico mais instável, o verão atua como um gatilho, intensificando os sintomas

Ana Paula Fabrício

Ginecologista

A ginecologista ainda explica que é comum sentir calafrios após os suores, por isso a mulher cobre e descobre várias vezes à noite, dorme mal e acorda cansada. Dentre as estratégias que ajudam a reduzir o desconforto, a ginecologista sugere: usar roupas leves de algodão ou linho; manter o ambiente ventilado ou climatizado; evitar álcool, cafeína e comidas muito condimentadas; hidratar-se constantemente; e praticar respiração e técnicas de relaxamento para reduzir o estresse. “Atividade física e dieta equilibrada diminuem a frequência dos fogachos. Também sugerimos evitar o consumo de açúcar e carboidratos à noite”, diz a médica.

Mas para resolver a questão, é necessário buscar ajuda médica. “Os estudos já evidenciam que a TH tem um impacto positivo na qualidade de vida de mulheres com sintomas climatéricos severos e melhoram os fogachos e episódios de suores noturnos, melhorando a qualidade do sono dessas mulheres”, completa Nélio. “A mulher deve procurar ajuda quando os fogachos começam a atrapalhar o sono, a rotina ou a autoestima. Hoje temos tratamentos hormonais, com reposição individualizada e personalizada através dos implantes hormonais, terapia transdérmica ou oral. E tratamentos não hormonais, com medicação fitoterápica, controle da alimentação e associado a ajustes de estilo de vida com atividades física regular, yoga, pilates e musculação”, destaca Ana Paula Fabrício. “A combinação do tratamento da reposição hormonal com um estilo de vida saudável é um alicerce poderoso para viver esse momento com qualidade e se preparar para o envelhecimento de maneira empoderada e ativa”, finaliza Igor.

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