O humorista Rodrigo Sant'Anna, sucesso em Zorra Total como Valéria, compartilhou em suas redes sociais, dias atrás, a primeira fase do seu transplante capilar. "Eu sei que tem muito homem que passa por isso", comentou o ator.
O transplante capilar é uma opção para homens e mulheres que enfrentam o problema da queda dos fios. E não é pouca gente! Segundo a Sociedade Brasileira do Cabelo, estima-se que 42 milhões de brasileiros sofram de algum grau de calvície.
De acordo com o cirurgião plástico Filipe Canal, é natural que com a idade, o volume de cabelos diminua. No entanto, algumas pessoas podem apresentar sinais de calvície mais cedo. Muitos acreditam que a calvície acontece quando os cabelos de determinada área do couro cabeludo caem e não voltam a crescer. Mas, em geral, a calvície é resultante do afinamento dos fios, que se tonam curtos e reduzidos, até que desapareçam. Esse processo pode começar a partir dos 18 anos e assim seguir de maneira contínua, explica o médico.
Nessa técnica, o cabelo a ser implantado é o da própria pessoa. Uma parte dos fios é retirada de outra área da cabeça para o local que se encontra em desfalque. Canal diz que existem duas técnicas que podem ser utilizadas no procedimento.
Temos aí a técnica FUT, que consiste na retirada cirúrgica de uma faixa de couro cabeludo, localizada na região de trás da nuca, que será dividida em pedaços para a separação das unidades foliculares para ser transplantado. Essa técnica permite dar mais volume em áreas mais extensas, dependendo da quantidade de unidades capturadas. Já a técnica FUE retira as unidades foliculares de forma individual, não sendo necessários pontos e a cicatrização é mais rápida. Porém, ela é menos recomendada, pois é mais difícil conseguir um bom número de unidades viáveis para serem transplantadas, detalha ele.
Em ambas as técnicas, após três meses, o paciente já começa a ver uma diferença no visual. O resultado final pode ser visto em um ano. Acontece que, após a cirurgia, todos os fios transplantados caem e a partir daí crescerão os novos. Mas é importante lembrar que o paciente deve seguir as recomendações necessárias: evitar exposição ao sol, praia e atividades físicas intensas logo após o procedimento, além de procurar manter a saúde em dia. Tudo isso irá contribuir no sucesso do procedimento, ressalta o cirurgião plástico.
A seguir, o dr. Filipe esclarece algumas dúvidas sobre essa técnica
Não. Muita gente tem essa preocupação, mas na realidade isso não acontece. Os fios são retirados da parte posterior da cabeça do próprio paciente e são implantados fio a fio, então fica muito natural. No passado eram feitos em tufos dando um aspecto de cabelo de boneca que não existe mais. Hoje são separados fio a fio e implantados na área em desfalque. Tudo para deixar um aspecto final mais natural possível.
É natural que os fios transplantados caiam após o transplante, pois acontece um processo em que o fio entra no processo natural de queda quando ele é transplantado. Porém, após esse período, o cabelo volta a crescer. Esse crescimento já pode ser notado a partir do terceiro mês e após isso, os fios transplantados não cairão mais. É interessante destacar que o cabelo transplantado é retirado de uma parte saudável da cabeça do paciente, por isso, eles ficam com as características dessa área doadora, da área saudável, e crescerão normalmente e podem sim ficar longos. O crescimento do cabelo é em média 1cm por mês. O resultado final leva um ano.
Esses fatores dependem muito do estado em que se encontra a possível área doadora. Se a pessoa não tem cabelo algum, o procedimento fica inviável, já que é preciso dessa matéria prima do paciente. Se o indivíduo tem uma área grande de desfalque capilar, mas em compensação tem outra área que tenha fios suficientes, é possível fazer o procedimento. Mas em todo o caso é preciso avaliar de forma individual.
Sim. Utilizamos a anestesia local no transplante capilar. Ela é aplicada na área doadora, em que vão ser retirados os fios, e na área receptora, que receberá esses folículos. Também há casos em que é realizada a sedação venosa, em que além de não sentir dor, o paciente dorme. A cirurgia leva em média de 6 a 8 horas.
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