Publicado em 25 de fevereiro de 2018 às 23:17
Por conta de críticas à sua aparência, a modelo norte-americana Gigi Hadid revelou no início de fevereiro que sofre de uma doença autoimune rara chamada de tireoidite de Hashimoto, popularmente conhecida como síndrome de Hashimoto (que leva esse nome em homenagem ao médico japonês Hakaru Hashimoto, que diagnosticou a doença, em 1912), em que as células brancas e anticorpos da própria pessoa atacam a tireoide, podendo causar alterações no balanço hormonal.
A médica Elaine Stabenow, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço em São Paulo, explica que a tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação crônica da glândula tireoide. O próprio corpo do paciente passa a não reconhecer como dele as proteínas que constituem a tireoide, então o organismo começa a produzir anticorpos que agem contra as proteínas da glândula e essa ação gera a inflamação crônica.
CAUSAS
Não há como saber ao certo as causas da doença ou o que a desencadeia, mas o fator genético é uma das hipóteses mais aceitas pela comunidade científica. Estresse físico e mental, além do consumo excessivo de iodo presente no sal de cozinha também podem favorecer o início da doença.
A tireoidite é caracterizada pela inflamação da glândula tireoide e podem ocorrer casos em que ela é assintomática por muitos anos até a doença causar um desbalanceamento hormonal, mais comumente o hipotireoidismo, ou seja, a glândula deixa de produzir a quantidade recomendada de hormônios T3 e T4, o que causa efeitos na vida da pessoa.
Essa inflamação crônica, ao longo dos anos, começa a alterar o tecido saudável da tireoide em tecido fibrótico, o que efetivamente interrompe a produção destes hormônios pela glândula e uma das consequências dessa alteração acaba sendo o hipotireoidismo, alerta a médica, que também explica que a tireoidite é diagnosticada através de exames de sangue.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que a tireoidite de Hashimoto tem prevalência maior em mulheres: cerca de 2% a 5% apresentam a doença contra 0,3% a 0,7% em homens. Uma das causas disso é a maior variação hormonal que elas passam por conta da menstruação, gravidez e menopausa.
Outro dado apresentado pela organização é que, apesar de tradicionalmente ser uma doença associada à meia-idade e à menopausa, a tireoidite de Hashimoto começa a ser diagnosticada cada vez mais cedo, especula-se que pelo uso indiscriminado de remédios anticoncepcionais.
Por ser uma doença autoimune, ainda não há uma cura para a tireoidite de Hashimoto. O que se pode fazer é o acompanhamento da doença através de um tratamento pontual dos sintomas mais graves da inflamação e balancear o descompasso hormonal através de injeções.
ATENÇÃO
Como é uma doença autoimune, não há muito o que fazer em relação a mudanças no estilo de vida ou na alimentação. É ficar atento à qualquer inchaço na região da garganta e com alterações no corpo, fala Elaine. (AE)
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