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Revista.Ag 10 anos: história de mulheres que fazem a diferença

Revista.Ag 10 anos: história de mulheres que fazem a diferença

Para celebrar os nossos primeiros dez anos, convidamos dez mulheres que fazem, de alguma forma, a diferença na vida de outras pessoas. São histórias para inspirar novos caminhos

Publicado em 18 de maio de 2018 às 18:12

Herminia Azoury já viu e ouviu casos horríveis e nem por isso desistiu de sua batalha. Sylvia pediu a compreensão dos filhos por estar ausente todos os sábados, já que tem a meta de estruturar um ambulatório no Hospital Infantil. Claudia fala com orgulho de sua grife e da parceria de 30 anos com o marido. Joelma se emociona ao citar os alunos com síndrome de down. Jacqueline carrega com o mesmo orgulho o trabalho com presidiárias e a exposição no Moma, em Nova York. Bartira largou a rotina de executiva para se dedicar a mudar a vida jovens carentes. Ariane e Valquíria lutam bravamente pelo empoderamento da mulher negra. Carol faz com que mulheres, vítimas de violência, voltem a sorrir.

No dia 8 de maio, todas essas histórias se cruzaram no estúdio da TV Gazeta. Foram mais de 20 dias de negociações e ajustes de agendas até que essas dez mulheres topassem posar juntas para a nossa capa. Três professoras, uma juíza, uma dentista, uma médica, uma ex-doméstica, uma empresária, uma artista plástica e uma estilista decidiram fazer mais do que a profissão de cada uma exigia. Decidiram ir além e arrumar uma forma de mudar a sociedade, para muito melhor. Entre risos, retoques de batons, e algumas confidências, aguentaram firme até tarde da noite, quando terminou a sessão de fotos. Pareciam conhecidas de longa data. E saíram firme num compromisso: “Vamos criar um grupo no WhatsApp. Precisamos nos apoiar, uma nas outras”, disse uma delas.

Jacqueline, Claudia Meire e Carol: qualificação, autoestima e sorriso Crédito: Ricardo Medeiros

Atenção à maioria

A estilista Jacqueline Chiabay, 54 anos, começou a trabalhar com sustentabilidade quando a palavra não era moda. “Foi durante a faculdade de Artes Plásticas, quando tive contato com a matéria-prima do couro. Ao longo das décadas desenvolvi as minhas próprias técnicas”, conta. A capixaba dá a mesma importância a exposição de suas peças no Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma), no período de 2009 a 2010, quanto aos projetos que empodera mulheres em presídios e na zona rural. Há 10 anos ela participa do projeto de ressocialização chamado “Novas Marias”, que ensina às detentas, técnicas de costura. “Quando falei que trabalharia em presídios as pessoas me chamaram de louca. Ao longo desses anos aprendi sobre a troca e que você pode olhar para o outro. Nunca perguntei o que elas fizeram e nem julguei. Só quis dar uma oportunidade para aquelas mulheres”. Ela ensina a técnica exclusiva com a sobra do couro. “O meu trabalho além de sustentável, envolve gente. Criamos produtos como almofadas, bancos e vestidos de noivas que são vendidos. Antes de ser minha profissão, o artesanato é minha missão”. Ela também atua com cerca de 150 mulheres de áreas rurais em torno de seu ateliê, em Viana. “As tramas de couro são levadas para as comunidades que confeccionam parte das peças”. Jacqueline é incansável em sua missão. A artesã ainda é consultora, percorre todo o Estado capacitando e empoderando as mulheres para serem empreendedoras. “Quero que elas ganhem o próprio dinheiro”.

O poder da moda

Filha mais nova de um porteiro e uma auxiliar de serviços gerais, Claudia Meire de Queiroz, cresceu sabendo da importância da cor de sua pele. “Em casa a minha mãe sempre disse que ninguém era melhor que ninguém. Cresci me achando bonita e nunca tive problemas de aceitação”. Ela só começou a entender o dolorido mundo do preconceito a partir dos 20 anos. Estagiou em uma escola onde todas as professoras eram brancas. “Quando surgiu uma vaga para ser professora, fui atrás, mas disseram que ela não existia. Foi quando comecei a perceber a não aceitação do negro em ambientes onde a população branca predomina”. O episódio virou uma luta na vida da mulher que, durante três anos, teve que ter o cabelo alisado para ser vista. Foi a única filha a cursar o ensino superior. Como pedagoga, era voluntária como contadora de histórias para a filha e suas amigas de escola. “Minha filha me questionava a não existência de bonecas negras. Numa encenação de ‘Chapeuzinho Vermelho’ a vesti da personagem principal. As crianças adoraram a roupa, que foi um sucesso”. A fantasia virou blusas de crianças, que virou uma marca de roupa para adultos, com a proposta de construir a moda a partir de tendências étnicas, com formas atualizadas com a brasilidade e sua ancestralidade africana. “Não quero rótulos, as peças são para todos. Não existe padrão e as meninas se reconhecem, independente do corpo. Quando perguntam se faço roupa tamanho GG, respondo: ‘Óbvio, é o tamanho gata-gostosa’”.

O sorriso de volta

Caroline Serrão, 39 anos, é responsável por uma das mais importantes atitudes no recomeço da vida da mulher que sofre violência doméstica: voltar a sorrir. A capixaba coordena o Projeto Apolônias do Bem, inciativa que oferece tratamento integral e gratuito, feito por dentistas voluntários, para mulheres que vivenciaram situações de violência em casa. “São histórias marcantes de opressão e submissão de mulheres que, muitas vezes, não conseguem sair de um relacionamento doentio. Me sensibilizei como mulher”. No Estado, o projeto é realizado em parceria com o Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Nevid) e abrange os municípios de Vitória, Vila Velha, Guarapari, Marataízes, Piúma, Linhares e Cachoeiro de Itapemirim. Carol conta que as mulheres são agredidas, principalmente, nos seios, ventre e no rosto. “Muitas perdem os dentes ou tem fraturas múltiplas nos rosto. Fazemos o trabalho de reconstrução”. Há nove anos, a dentista também participa da Turma do Bem, organização social que, através de uma rede de voluntários, oferece tratamento odontológico gratuito para pessoas que não possuem condições de pagar por um atendimento. “A gente começa achando que vai prestar um trabalho voluntário, e no final percebe que recebemos muito mais do que oferecemos. Pra mim, esse trabalho é como um exercício físico, uma oração ou um remédio para me manter bem, saudável e de cabeça erguida diante das dificuldades. Só me faz bem”.

Shirley, Ariane e Bartira: comida no prato, empoderamento e oportunidade Crédito: Ricardo Medeiros

Sonho que virou realidade

Imagine o que significa doar alimentação a uma criança que, muita das vezes, não tem o que comer em casa. Shirley Maria Araújo, 37 anos, resolveu abrir o portão de casa para ajudar crianças de baixa renda a fugir da exclusão. Ao todo 138 crianças recebem comida e aulas de reforço com auxílio de professores voluntários na região de Cidade de Deus, em Barramares, Vila Velha.

Todos os dias, a partir das 6h30, as crianças, de 02 a 14 anos, frequentam o projeto Creche da Tia Shirley. Tudo começou no ano passado, num barraco de madeira de dois cômodos. O espaço, improvisado, várias vezes sofreu com as chuvas e como o local era muito pequeno, parte das crianças faziam os exercícios no quintal de terra batida. “Comecei com 15 crianças e, durante esse tempo, nunca faltou comida. Recentemente uma construtora doou um espaço pra gente, maior e com uma melhor estrutura”, comemora ela, que é baiana, mora no Estado há sete anos e sonhava em ser professora.

Trabalhava como doméstica até a filha Luna Vitória nascer com uma síndrome rara. “Como vivia mais no hospital do que em casa, tive que largar o emprego”, lembra. Depois acabou se dedicando totalmente ao seu sonho e vive basicamente de doações. “O bairro é muito pobre e a maioria dos frequentadores são crianças. Os pais têm que trabalhar e não tem com quem deixar os pequenos. É uma realidade muito diferente. A maioria vem por conta das refeições, porque não tem o que comer em casa”, conta. Shirley serve café da manhã, almoço e lanche. Para ela, a atenção dada as crianças e jovens pode ser a experiência mais poderosa na vida. “Me sinto realizada e tenho a certeza que estou no caminho certo”.

Em nome das negras e lésbicas

A professora de Educação Física e profissional em dança Ariane Meireles, 52 anos, é uma mulher que faz outras mulheres falarem, botarem pra fora em forma de palavras os problemas reais de suas vidas. Tudo através da dança. Começou como profissional em dança afro-brasileira, aos 17 anos. “Iniciei o trabalho de ativismo nas comunidades em Vitória, Cariacica e Serra, e com aulas de dança afro-gratuitas abertas à comunidade. As aulas de dança sempre foram alimentadas com rodas de conversa sobre questões que afetam o negro. Mais tarde, ocupando o Museu do Negro e já integrando o Grupo Negraô de dança afro, seguimos com as aulas nesta mesma perspectiva: estudar história e cultura africana e afro-brasileira nas danças e nas rodas de conversa”. A ativista dos movimentos sociais de negros, negras e LGBT explica que não há dança afro sem história para contar e compartilhar. “São histórias que ensinam sobre nosso pertencimento racial e a importância de valorizar cada ancestral que nos compõe”. Atualmente integra o grupo as Griôs da Dança, onde mulheres negras com mais de 40 anos, em sua maioria, dançam e compartilham histórias de empoderamento. Foi com a mãe que aprendeu a resiliência e a força para enfrentar o racismo. “Aos sete anos, na escola, a diretora me chamou de macaca. O racismo foi claro e eu não me vi dentro da escola. Sai da pobreza e de um bairro marginalizado e cheguei à universidade”. Ariane aprendeu que, em primeiro lugar, o dinheiro das mulheres têm que circular também entre elas. “Mulher com dinheiro não é submissa. Com as negras, principalmente, isso é muito importante. Não podemos aceitar empregos secundários”. Mestre em política social e cursando doutorado em ciências da educação, é umbandista e também participa do movimento social LGBT chamado ‘Santa Sapataria-lésbicas e bissexuais do Espírito Santo’. “É um coletivo de mulheres que tem como principal foco discutir aspectos da cidadania lésbica e bissexual nas periferias das cidades. Atuamos por meio desses encontros mensais e também participamos de palestras, cursos e oficinas sobre a temática em diferentes espaços, de congressos e salas universitárias às rodas de conversa em botecos da cidade”. Ariane tem ainda muito o que falar.

Executiva que decidiu fazer o bem

Filha de um empresário de uma das maiores construtoras e incorporadoras do Espírito Santo, Bartira Almeida, 44 anos, encontrou a sua vocação após trabalhar 20 anos como executiva. “Durante esses anos fui muito feliz. Foi lá que aprendi a trabalhar, ter metas e gerir pessoas. Um dia meu pai me sondou sobre o processo sucessório e vi que não queria ser presidente da empresa”. Ela chegou a conclusão que sua missão era ajudar outras pessoas. Criou o Instituto Ponte, em 2014, organização sem fins lucrativos que deseja conectar projetos sociais a doadores. E através da educação tem transformado a vida de adolescentes de famílias de baixa renda da Grande Vitória. Ela visitou 49 ONGs em cinco Estados para conhecer outros trabalhos e se inspirar no seu projeto pessoal. “O objetivo sempre foi dar oportunidade de educação de qualidade para jovens de baixa renda. Eles frequentam escolas particulares de alto nível que são nossas parceiras. Esses meninos são diamantes que precisam ser lapidados”, conta. Atualmente o instituto conta com dois projetos. Um é o Bom Aluno, que garante suporte e capacitação educacional para estudantes de destaque em escolas públicas, que recebem aula de inglês, reforço em português e matemática, aulas de leitura e orientação psicológica, entre outros benefícios, fora do horário de aula. O outro é o Programa Primeira Chance, que seleciona, por meio das Olimpíadas Escolares, jovens talentosos do 9º ano do ensino fundamental, de famílias de baixa renda e interessados em mudar sua realidade social. “A gente ensina valores e que é preciso acreditar neles”. O projeto é capaz de mudar a perspectiva de vida dos alunos e suas famílias. “Em muitas casas esta será a primeira geração que irá concluir o ensino médio, isso me deixa realizada”, conta ela, já adiantando que, pela primeira vez, um aluno prestará vestibular para Engenharia Elétrica este ano.

Joelma, Sylvia, Valquíria e Maria Hermínia: arte do bem, prevenção de gravidez, ações afirmativas e combate à violência contra a mulher Crédito: Ricardo Medeiros

Professora especial

Duas vezes por semana Joelma Neves acorda às 4h30 da manhã para dar aula de teatro na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Laranjeiras, na Serra. Ao todos, são 140 adultos - com síndrome de down, cadeirantes, autistas e com deficiência intelectual. Joelma é pedagoga e atriz e sempre acreditou no teatro como poder de transformação de seus alunos. “Esse trabalho começou quando, após 16 anos de sala de aula, decidi parar. Eu acredito muito no estímulo à criatividade”, diz. Foi a partir de então que ela ajudou a levar o teatro a adultos que, provavelmente, não teriam acesso a este tipo de arte. “Paro pra olhar e vejo que não estou dando muita coisa. Aprendo muito mais do que ensino”, diz. Joelma conta que a oficina de teatro compreende atividades dinâmicas, práticas e lúdicas. “Os alunos realizam o exercício do faz de conta, imaginam ser o outro e criam situações imaginárias. São trabalhadas a construção de peças teatrais, com a interpretação de vários temas, desenvolvendo a expressão corporal e vocal, por meio de atividades interpretativas, dinâmicas e jogos pedagógicos voltados para o teatro”. Aos 46 anos, moradora de Cobilândia, em Vila Velha, ela conta que essa dedicação acontece por ter um exemplo na própria família. “Tenho um tio com síndrome de down e quis retribuir o que aprendi com ele, que diz que sou a paixão da vida dele”. Joelma acredita na educação mais humanizada, onde educador possa se aproximar de seu aluno de forma mais sensível. “O meu trabalho é com eles, mas acaba se propagando por outros cantos. O teatro tem salvado a vida dessas pessoas”.

Na luta contra a gravidez adolescente

Dez anos atrás Sylvia do Val arregaçou as mangas e colocou, literalmente, a mão na massa. Na região de Boa Vista, na Serra, a pediatra criou um ambulatório de ginecologia para crianças e adolescentes, com objetivo de reduzir o índice de gravidez, já que não aguentava mais ver tantas meninas tranformando-se em mães. Tomou o incômodo como missão de vida e dedicou-se muito ao objetivo. O projeto “Conversando com Meninas” foi criado para orientar grupos de adolescentes que residiam nos bairros ao redor da Unidade de Saúde onde atuava. Cerca de 30 mil crianças e adolescentes já foram atendidas pelo projeto da médica, que este ano se torna estadual. “Passei no concurso do Estado e, há dois meses, criamos um ambulatório de ginecologia para crianças e adolescentes no Hospital Infantil, em Vitória. Um orgulha ver onde esse projeto chegou. Acredito no trabalho que faz diferença na vida de outras pessoas”, conta. Sylvia sempre acreditou na mudança através do seu trabalho com palestras, dinâmicas e brincadeiras. Tanto que no começo tirava do próprio bolso o dinheiro necessário para elaborar, imprimir e distribuir as cartilhas de conscientização que continha orientações sobre os cuidados com o corpo, prevenção da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis. “Hoje já temos apoio que custeia todas as demandas”. A médica, que atua há 24 anos, é reconhecida por ter reduzido o número de gravidez adolescente na região onde tudo começou. “Me sinto abençoada por realizar este trabalho e poder mudar a vida dessas meninas para melhor”, conta ela que, por enquanto não tem nem os sábados de folga. “Já prometi aos meus filhos que vou só estruturar o ambulatório do Infantil, pra depois voltar a folgar no sábado. Eles sentem a minha falta”.

Ações afirmativas para todos

É através das palavras que a professora e servidora pública Valquíria Nascimento, 29 anos, constrói a sua história e a de outras pessoas, principalmente mulheres. Ela trabalha com ações afirmativas, para formações e capacitações em educação para relações raciais com jovens e coletivos. “Foi com a minha mãe que aprendi o sentido da militância. E o desejo de atuar na área social. Através de oficinas e palestras, trabalho com alunos a questão da autoestima”, conta a moradora de Caratoíra, em Vitória. Valquíria tem como pauta de vida trabalhar mais perto de questões de discriminações raciais. “Na escola sempre diziam que meu cabelo era feio, que minha cor era feia... É cruel. Na escola acontecem as divisões, é um local desigual, de preconceito”. Ela gosta de afirmar que a discriminação racial não é questão individual, afeta um coletivo. “Vejo o racismo dentre os preconceitos sociais como uma herança histórica negativa que persiste desde a construção da sociedade brasileira sobre a população negra. Prova disso são os dados alarmantes nos índices de violência, condições socioeconômicas e a desigualdade no mercado de trabalho”. A servidora, que já atuou como Gerente de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Estado, continua trabalhando para que, cada vez mais, mulheres negras sejam independentes. “Não temos postos de trabalho. Mulheres negras estão sempre na base da pirâmide. É preciso mudar esse cenário”, conta ela, que exibe um cabelo black power que, ainda hoje, incomoda e impacta as pessoas. “Geralmente sou a única em diversos espaços. Onde estão as outras?”.

 

A juíza das mulheres

Foi durante uma noite de insônia que Maria Hermínia Azoury criou o botão do pânico. A juíza é a maior referência no Estado no combate à violência contra a mulher. Profissional de carreira, estudou Direito e foi defensora pública. Como diretora do Fórum da Serra implantou a Primeira Vara de Violência Contra a Mulher do Espírito Santo, sendo a segunda do país. Assumiu, em 2012, a coordenação da divisão de Enfrentamento à Violência Doméstica, quando o Espírito Santo era líder no país em violência contra a mulher. Cuidou de casos dilacerantes, como de vítimas que eram humilhadas publicamente, apanhavam dos seus companheiros ou viviam em cárcere privado. Ainda assim, não se deixou levar pela miséria humana. “Não levo para casa os problemas, porque lá é um lugar sagrado. Mas nunca vou esquecer tudo o que já vi”, conta. Hermínia é incansável na luta pela defesa das mulheres. É dela a ideia do botão do pânico – dispositivo eletrônico de segurança preventiva que possui GPS e também gravação de áudio – entregue às vítimas. “A Lei Maria da Penha foi o maior avanço que as mulheres conquistaram. O botão é um rigor maior de auxílio nas medidas protetivas”.  A juíza também criou a Vara Itinerante, em que um ônibus atende mulheres do interior. “Observei ao longo dos anos que na área rural, onde não tem delegacia da mulher, muitas não conhecem os próprios direitos. Se elas não podem vir até o Judiciário, ele vai até elas”. Em agosto, Hermínia pretende levar para as escolas de ensino fundamental o entendimento das leis. “Nossos meninos estão crescendo com a violência naturalizada, precisamos mudar essa história. Atualmente essa é a minha grande preocupação e desafio”, conta a juíza que costuma dormir cinco horas por noite.

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