> >
Pole dance depois dos 60 anos? Claro que sim

Pole dance depois dos 60 anos? Claro que sim

Atividade ajuda a entrar em forma e a melhorar a autoestima

Publicado em 4 de maio de 2019 às 22:21

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Olira de Carvalho, de 61 anos, é aluna de pole fitness. (Fernando Madeira)

Muita gente, quando ouve falar em pole dance, pensa logo em strip-tease, em mulheres jovens, atléticas e sensuais. Mas faz tempo que dançar no poste deixou de ser algo apenas erótico e passou a ser encarado como uma modalidade esportiva e mais: uma atividade superdemocrática.

“A pole dance pode ser praticada por qualquer pessoa, por homens e mulheres, por gente magra ou acima do peso e independente da idade”, diz a professora Karina Marques, que dá aulas em um estúdio em Vila Velha.

A professora lembra que a pole dance tem várias linhas, da esportiva à mais sensual. Cada um escolhe a que mais lhe agrada. Basta deixar o preconceito de lado.

E foi o que fez Olira de Carvalho. Aos 61 anos, é aluna de pole fitness. Apesar de ser a única praticante nessa faixa etária, ela chama a atenção pela habilidade na barra. Uma paixão que a empresária descobriu muitos anos atrás. “Há uns oito, dez anos, eu morava no Rio de Janeiro e tinha uma fábrica de roupas de pole dance. Sempre montava um estande nas competições. Acabei me apaixonando pelo esporte”, conta Olira.

Na época, ela nem se imaginava pendurada numa barra. Até porque precisou vencer outro desafio antes de se ver vencendo a gravidade. “Eu só trabalhava, costurando muito. Era sedentária e tinha diabetes. Não me cuidava. Um dia, acordei completamente cega”, lembra.

O fato aconteceu há pouco mais de quatro anos. E foram pelo menos oito meses sem enxergar nada. O desespero quase tomou conta da vida dela. “Foi a pior sensação do mundo. Andava pela casa de um lado para o outro perguntando a Deus ‘por que eu?’, chorando e esbravejando. Mas descobri que tinha tratamento e fui atrás”.

Enquanto recuperava a visão, aos poucos, Olira resolveu que era hora de encarar uma aventura. “Consegui recuperar uma parte de apenas um olho. Mas isso me animou a começar a desenvolver essa vontade de vencer desafios. Foi quando comecei a praticar a pole dance. Gostei tanto que instalei uma barra dentro de casa”.

Força

A atividade só trouxe coisas boas. “Força, energia... E faz muito bem para minha mente porque me sinto bem praticando”, diz Olira, que administra um espaço que reúne tratamentos estéticos e aulas, entre elas a pole dance.

Lá, Olira não se intimida pelas jovens. Até dá conselhos para as mais inseguras. “Quando conto para umas meninas novinhas que faço pole dance elas não acreditam. Dizem: ‘como você consegue?’. Digo que qualquer um pode aprender. Já evoluí bastante. Descobri que tenho capacidade para muito mais”.

Ela não teme nem as quedas. “A gente não cai. Tem toda uma preparação no chão. Vamos aos poucos encarando uma altura maior, de acordo com o que consigo fazer”.

Às vezes, precisa praticar de óculos. “Precisei fazer várias cirurgias. Estava parada por ordens médicas e voltei para as aulas há dois meses e meio. Espero não parar mais”, comenta.

Este vídeo pode te interessar

A pole dance traz mesmo vários benefícios, como destaca Karina. “É um exercício que trabalha o corpo inteiro, mas sobretudo as costas, o ombro e o abdômen. Além de melhorar o condicionamento físico, ajuda os praticantes a superarem limites e a acreditarem em si mesmos”.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais