Publicado em 4 de maio de 2019 às 22:21
Muita gente, quando ouve falar em pole dance, pensa logo em strip-tease, em mulheres jovens, atléticas e sensuais. Mas faz tempo que dançar no poste deixou de ser algo apenas erótico e passou a ser encarado como uma modalidade esportiva e mais: uma atividade superdemocrática.>
A pole dance pode ser praticada por qualquer pessoa, por homens e mulheres, por gente magra ou acima do peso e independente da idade, diz a professora Karina Marques, que dá aulas em um estúdio em Vila Velha.>
A professora lembra que a pole dance tem várias linhas, da esportiva à mais sensual. Cada um escolhe a que mais lhe agrada. Basta deixar o preconceito de lado.>
E foi o que fez Olira de Carvalho. Aos 61 anos, é aluna de pole fitness. Apesar de ser a única praticante nessa faixa etária, ela chama a atenção pela habilidade na barra. Uma paixão que a empresária descobriu muitos anos atrás. Há uns oito, dez anos, eu morava no Rio de Janeiro e tinha uma fábrica de roupas de pole dance. Sempre montava um estande nas competições. Acabei me apaixonando pelo esporte, conta Olira.>
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Na época, ela nem se imaginava pendurada numa barra. Até porque precisou vencer outro desafio antes de se ver vencendo a gravidade. Eu só trabalhava, costurando muito. Era sedentária e tinha diabetes. Não me cuidava. Um dia, acordei completamente cega, lembra.>
O fato aconteceu há pouco mais de quatro anos. E foram pelo menos oito meses sem enxergar nada. O desespero quase tomou conta da vida dela. Foi a pior sensação do mundo. Andava pela casa de um lado para o outro perguntando a Deus por que eu?, chorando e esbravejando. Mas descobri que tinha tratamento e fui atrás.>
Enquanto recuperava a visão, aos poucos, Olira resolveu que era hora de encarar uma aventura. Consegui recuperar uma parte de apenas um olho. Mas isso me animou a começar a desenvolver essa vontade de vencer desafios. Foi quando comecei a praticar a pole dance. Gostei tanto que instalei uma barra dentro de casa.>
Força>
A atividade só trouxe coisas boas. Força, energia... E faz muito bem para minha mente porque me sinto bem praticando, diz Olira, que administra um espaço que reúne tratamentos estéticos e aulas, entre elas a pole dance.>
Lá, Olira não se intimida pelas jovens. Até dá conselhos para as mais inseguras. Quando conto para umas meninas novinhas que faço pole dance elas não acreditam. Dizem: como você consegue?. Digo que qualquer um pode aprender. Já evoluí bastante. Descobri que tenho capacidade para muito mais.>
Ela não teme nem as quedas. A gente não cai. Tem toda uma preparação no chão. Vamos aos poucos encarando uma altura maior, de acordo com o que consigo fazer.>
Às vezes, precisa praticar de óculos. Precisei fazer várias cirurgias. Estava parada por ordens médicas e voltei para as aulas há dois meses e meio. Espero não parar mais, comenta.>
A pole dance traz mesmo vários benefícios, como destaca Karina. É um exercício que trabalha o corpo inteiro, mas sobretudo as costas, o ombro e o abdômen. Além de melhorar o condicionamento físico, ajuda os praticantes a superarem limites e a acreditarem em si mesmos.>
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