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Os mercadinhos de bairro retornam com tudo e conquistam novos adeptos

Os mercadinhos de bairro retornam com tudo e conquistam novos adeptos

Sucesso nas décadas passadas, os pequenos mercados estão de volta aos bairros. Além da comodidade, eles oferecem dos produtos tradicionais aos itens mais diferenciados

Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 15:17

Lembra-se dos mercadinhos populares das cidades do interior? As pessoas mais velhas, na certa, já viveram a experiência de ter um para chamar de seu. Os anos se passaram, e surgiram grandes supermercados, mas os mercadinhos estão de volta, mais versáteis e antenados.

A médica nutróloga Márcia Gonçalves da Rocha, de 44 anos, guarda a lembrança da infância de compras com os pais nos mercadinhos, principalmente os famosos baleiros que garantia a felicidade da criançada. “Ia junto com minha mãe e meus 8 irmãos, era uma bagunça, ficávamos ajudando a pegar os produtos e sempre saímos com uma sacolinha de papel pardo cheia de balas”, relembra.

Apesar de morar na Praia do Canto, Márcia se desloca até o mercadinho no bairro vizinho, Jardim da Penha. Sua preferência pelo local é pela comodidade e por achar desde os produtos tradicionais aos mais diferenciados. Salmão selvagem, pão sem glúten, chips de couve, frutas e verduras orgânicas costumam estar no seu carrinho. “Sinto-me acolhida com o carinho dos funcionários e também pelos donos que estão sempre no local”, conta.

O mercadinho frequentado por Márcia é a La Vendita que tem a proposta de oferecer um ambiente agradável e acolhedor que se diferencie das atividades corriqueiras do dia a dia que exigem pressa. O local oferece a opção de comprar o pãozinho do café da manhã, de tomar um suco funcional pós-academia ou o local para encontrar um amigo para o café. “A propostas é resgatar a ideia da vendinha que vendia de tudo nas antigas cidades do interior. Estamos em um momento de vida muito acelerado e precisamos retomar esse prazer”, disse Clarissa Zon, uma das sócias do local.

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“Sinto-me acolhida com o carinho dos funcionários e também pelos donos, que estão sempre no local”

Márcia Gonçalves da Rocha
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Segundo ela, a ideia foi resgatar tradição de sua família. Seu avô, imigrante italiano, vendia produtos no mercado direto de sua fazenda. “Dentro de uma vida corrida a gente acaba esquecendo essas lembranças. Meu avô é imigrante italiano e foi o primeiro a trazer produtos importados. Ele fazia a venda de produtos da propriedade e essa venda resgata essa história”, destaca.

PRODUTOS ORGÂNICOS

Outro segmento dos mercadinhos de bairro é a venda de produtos orgânicos. O empresário Lucas da Silva, 28 anos, percebeu que esse segmento estava em alta em São Paulo e inaugurou a “Quitandinha do Parque”, na Praia da Costa, em Vila Velha, com arquitetura bairrista. “É um mercado que só cresce. No início tivemos dificuldade de divulgar e hoje temos um público crescente. As pessoas procuram cada vez mais esse tipo de alimentação”, afirmou Lucas.

A estudante de nutrição Fernanda Rigo, 26 anos, também se lembra das vendinhas de sua infância. Ela costuma frequentar os mercadinhos na procura de produtos saudáveis . “Os grandes mercados estão aderindo a essa alimentação saudável, mas os eles vendem mais caro e com pouca variedade. Muitas vezes não é possível comprar a quantidade que a gente quer. O mercadinho que frequento dá para ir a pé e nele encontro as coisas que suprem minhas necessidades”, disse a estudante.

José Nilson investiu no minimercado por causa do atendimento Crédito: Vitor Jubini

Os pequenos varejos alimentares, representados por minimercados, mercadinhos e armazéns, compõem um dos canais de vendas mais bem-sucedidos e promissores do varejo de autosserviço. Mesmo repaginados, eles oferecem a tão valorizada combinação entre praticidade e proximidade, tanto do ponto de vista geográfico como pensando na questão do atendimento e do relacionamento.

“É um novo conceito de conveniência, não um supermercado e frio. O nosso foco é ser pequeno e nosso diferencial é o atendimento. No supermercado você fica muito sozinho e estamos sempre próximos dos clientes que entra”, diz o empresário José Nilson, da Quitanda em Jardim Camburi.

 

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