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O que as mulheres precisam saber sobre os homens, por Gina Strozzi

O que as mulheres precisam saber sobre os homens, por Gina Strozzi

"O amor se revela como necessidade do outro. Necessidade amorosa pelas vias do saber de quem é este ser que eu amo"

Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 18:39

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Que a delicadeza da alma feminina se dedica muito mais às percepções do outro. Sabemos sobre os gostos, fragilidades, necessidades, vontades e dificuldades dos nossos parceiros. Muito mais do que o abrutalhamento das entranhas sensitivas do macho. Sim, eles não sabem e não se interessam muito sobre nós.

Digo macho, porque há homens que se afastam muito desta aura da macheza e se tornam mais sensíveis que muitas mulheres. São os homens sofredores, que veem tudo, percebem nuances no ar, facilmente reconhecem e desvendam o outro à sua frente. Porque veem, sentem, passam pelas dores da visualização do mapa das verdades ocultas. Têm olhos com alcances como os nossos, enxergam como mulheres.

Quando um homem se determina a entender e a conhecer sua parceira verdadeiramente ele prova o seu real e profundo amor por ela. O amor se revela como necessidade do outro. Necessidade amorosa pelas vias do saber de quem é este ser que eu amo.

Sendo a mulher um ser de mistérios, pois deseja algo que ela não anuncia, e sendo o homem, desinteressado a perceber o outro, o destino desse desencontro e dessa desatenção é a fúria feminina e a incompreensão masculina: “do que ela está falando? Eu não percebi o que? É uma charada? Melhor deixar pra lá”.

O homem facilmente larga de mão. Evita o confronto e o blá-blá-blá.

Instala-se o cerne do enfrentamento do casal. Ela não fala, o que o outro mesmo ouvindo, não gostaria de ter percebido, pra não ter que atender. Homens se dão ao direito de não compreender as mímicas, olhares e bandeiras sinalizadoras dos desejos e necessidades femininas. Não lhes faltam capacidade, falta-lhes dedicação.

Isso está ligado à imaturidade emocional, psicológica e relacional deles. Portanto, as mulheres precisam saber, que cada vez mais, infelizmente, os homens estarão mais infantilizados nesses aspectos primordiais do universo emocional feminino e, por consequência, mais apegados às suas mães.

Eu explico: o apego exagerado a mãe afasta-o da figura e da identificação com o “macho-mor” - o pai. Ou ainda, seria justo dizer que o distanciamento do menino com relação ao pai, já que este não é atencioso, causa uma junção afetiva singular e cortês entre o filho e a mãe, como forma de recompensa e escape da solidão dos dois.

Confira as dicas da psicóloga Gina Strozzi . (Unsplash )

Funciona assim: O pai deveria unir-se à mãe (do seu filho), sua esposa, com interesse, atenção por ela e dedicação, e assim desbancaria o filho deste lugar de primazia. Como rumo ao seu norte, o filho enfurecido sairia em busca da sua mulher, a qual poderia fazer o mesmo movimento que o pai outrora fez com sua esposa, a mãe dele. O pai foi dedicado à sua mãe, logo ele aprende a se dedicar à esposa, simples assim. O modelo contundente no forjar o filho.

Mas, se os homens não são dedicados em atenção às esposas, e não dão o exemplo, eles ensinam o que aos filhos? Reforçam o apego dos meninos às suas mães. E impedem que os meninos-filhos-machinhos se tornem os homens que as mulheres tanto querem e desejam ter.

O círculo vicioso da desgraça do amor desatencioso segue vitimando os filhos, meninos e homens e como fruto dessa miséria. As mulheres se enveredam infelizes em relacionamentos solitários com homens zumbis.

Assim, as mulheres precisam saber que um cara regredido emocionalmente e com essa dependência materna precisará de uma fêmea bem fêmea, e que não goste da ideia de botar ninguém no colo, e que estique ele até os extremos de sua masculinidade e macheza.

Por fim, e muito importante, as mulheres precisam saber, que se tem a intenção de colocar o homem com tal comportamento no eixo, desistam. Essa ideia escraviza e altera patologicamente o eixo central e saudável da relação. Você é esposa, não é mãe ou pai dele, não tem o dever ou obrigação de educá-lo para um relacionamento adulto, profundo e abundante. O lugar de inculcação desses conceitos e exemplos será sempre no lar de origem deles.

 

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“As mulheres precisam saber, que cada vez mais, infelizmente, os homens estarão mais infantilizados nesses aspectos primordiais do universo emocional feminino e, por consequência, mais apegados às suas mães”

Gina Strozzi
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