Publicado em 1 de outubro de 2018 às 16:12
Ninguém quer ficar velho, mas, também, ninguém quer morrer jovem.>
Afinal, envelhecer é ruim?>
Embora ninguém queira, não há nada errado em envelhecer. Nada mais natural. Nascer e morrer mantêm o equilíbrio do planeta. Certamente todos optarão por querer ficar velho, até os que achem muito cedo para pensar sobre isso.>
Inicialmente, é preciso encontrar um modo mais natural e digno de envelhecer. Numa sociedade que apresenta quadros negativos sobre a velhice, esta pode não ser uma missão muito fácil. É necessária uma mudança radical de pensamento para alcançar uma revolução coletiva. Para que este caminho do envelhecimento não seja doloroso, apresentarei algumas sugestões para torná-lo mais suave. Eis algumas dicas:>
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1. Esqueça quase tudo o que a sociedade lhe diz sobre envelhecer e ser idoso.>
A visão da sociedade sobre o envelhecimento não considera o ser humano como portador de uma alma eterna, mas como um organismo que, gradualmente, para de funcionar. A vida tem uma dimensão espiritual que é muito mais fundamental do que a física, e o idoso pode se conectar mais facilmente com ela e obter inspiração e força.>
2. Compreenda que nada se perde, nunca.>
Tudo que tem valor permanece: os membros da família e amigos, o mundo da nossa infância e as experiências mais queridas, continuarão presentes ainda que nas lembranças. Nos entregando ao processo natural de envelhecimento, compreenderemos que nada se perderá e este entendimento trará paz, serenidade e sentido para continuar vivo.>
3. Saia para o mundo. Este é o momento de deixar sua luz brilhar. Ela servirá à humanidade e aos seus companheiros de jornada.>
Os jovens, geralmente, não entendem os idosos. Como estes podem ser, geralmente, tão cautelosos, pacíficos e felizes, mesmo enfrentando diariamente a perda da saúde e das capacidades, além da morte que está cada dia mais perto? A resposta é que o idoso possui um conhecimento interior que o jovem não possui. Foi marcado e amadurecido pelas experiências da vida e teve que se desapegar e se entregar com mais frequência, desenvolvendo uma moderação que traz paz e felicidade. O idoso deve continuar consciente dos seus próprios talentos e os compartilhar.>
4. Veja a relatividade dos papéis que as pessoas desempenham. Não os leve tão a sério.>
A vida é um jogo. Os adultos estão completamente envolvidos neste jogo e levam seus papéis muito a sério.>
A dica é que se mantenha a certa distância, observando os jogadores desempenharem seus papéis; assim, ficará mais fácil desapegar-se dos padrões e expectativas, libertando-se das regras que usava para jogar, - como pai ou mãe, empregador, empregado, etc... , abrindo-se para um novo rumo da vida com novas experiências; novos papéis podem se ajustar melhor ao que você realmente é, mesmo estando envelhecendo. O passado passou; abra-se para o novo e descubra aspectos diferentes de si mesmo. Se você se agarrar a algo que não lhe serve mais, poderá surgir um sentimento de vazio e perda. Então, confie na mudança e desapegue-se.>
5. Identifique-se neste mundo, por sua consciência.>
Identificar-se neste mundo apenas por sua função social pode ser divertido e interessante, pois você fica completamente absorvido nele. Durante certo período da vida, é natural identificar-se com os papéis que se desempenha, mas também é natural perceber quem você é por trás desse papel. Geralmente isso acontece quando se fica mais velho.>
Mesmo que ao olharmos num espelho sintamos que estamos ficando mais velhos, por trás desta imagem há algo que não envelhece e é atemporal: a nossa consciência. E é com ela que devemos nos identificar e não com o corpo que está envelhecendo, seguindo seu caminho natural. Essa conscientização fará com que você brilhe com sabedoria e paz.>
Finalmente, não se esqueça que não é só você que está envelhecendo. Todos estão. Envelhecer é bom e natural, ruim é morrer jovem.>
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