Publicado em 15 de abril de 2018 às 21:45
Uma caneta deslizando calmamente no papel, letra por letra. E o estresse vai embora. A simples arte de desenhar palavras acabou virando um tipo de terapia para muita gente. Tal como aconteceu com a febre dos livros de colorir, cerca de dois anos atrás, agora a nova mania se chama Lettering.>
Um traço aqui, outro lá... Os desenhos vão surgindo e vão ajudando a jovem Sabrina Breder, de 22 anos, a aliviar a ansiedade. Sempre gostei de coisas manuais e sentia necessidade de fazer algo assim, mais artístico. É muito gostoso! A gente esquece os problemas, conta a auxiliar de clínica médica.>
Sabrina é uma das alunas em um curso de Lettering em Colatina, onde metade da turma é de gente a fim de desestressar, segundo a professora Warley Simonassi Borges. Algumas pessoas buscam as aulas até por recomendação médica, caso de uma aluna que estava tratando um câncer e outra com fibromialgia, cita ela, que é calígrafa profissional.>
ANALGÉSICO>
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Para Luciana Lievore Bassetti, 44 anos, que sofre de enxaqueca crônica, o curso tem até um efeito analgésico. Sou da área financeira de uma empresa, então lido com algo burocrático, que exige concentração. Saio do trabalho e vou direto para o curso de Lettering. Lá, a gente nem sente a hora passar. É muito terapêutico. Ajuda a aliviar minhas dores de cabeça, afirma.>
Mais do que meros rabiscos, o Lettering envolve técnica. Tanto que há quem faça dessa arte uma profissão. Caso do jornalista e ilustrador Márcio Scheppa, que vem fazendo diversos trabalhos na Grande Vitória. Eu já fazia algumas coisas nessa área como um hobby. De um ano e meio para cá, fiz alguns cursos livres e resolvi oferecer isso como um serviço. É o tipo de arte que pode ser aplicada de várias formas, na decoração, em peças do vestuário..., cita Márcio.>
Lápis, canetinha, pincel, até giz escolar pode servir de material. E aí, é só usar a criatividade. Há muitas possibilidades para se trabalhar esteticamente uma frase. Você pode distorcer as letras, colocar uma inclinação, um contorno diferenciado, destaca ele.>
É preciso treinar bastante, exercitar a coordenação motora. Quanto mais a pessoa praticar, melhor vai ficar o desenho. Quem tem mais traquejo manual se sai melhor. Mas quem não tem esse domínio pode buscar cursos na Internet, onde há até tutoriais gratuitos que ajudam a avançar. Tem que ter paciência, insistência, destaca o ilustrador.>
Quem tem letra feia pode ter mais dificuldade, lembra Warley. Quem escreve com garranchos vai demorar mais tempo para desenvolver. Vai ter que praticar mais com certeza.>
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