Publicado em 19 de novembro de 2018 às 15:14
Pais de crianças com alergias fortes receberam com felicidade um estudo que afirma ser possível cultivar tolerância a proteína presente no amendoim e reduzir as chances de ataques alérgicos. A pesquisa, que envolve o Evelina Chindren's Hospital em Londres, usou extratos do alimento, expondo-o aos poucos ao organismo de crianças que não conseguiam tolerar a ingestão de um décimo de um amendoim no início do estudo.>
De acordo com a pesquisa, dois terços dos jovens conseguiram desenvolver uma resistência, aumentando a quantidade de amendoins que podem comer com segurança, além de desenvolver a tolerância inicial em 100 vezes, em média. O resultado reduz significativamente o risco de uma reação alérgica ameaçadora, o que pode acontecer com alimentos que não especificam bem seus componentes nos rótulos.>
Os pais de Emily Pratt, criança de seis anos que foi diagnosticada com a alergia e participou do estudo, receberam bem a notícia:>
O estudo mudou completamente nossas vidas. Antes, ficávamos preocupados de estar mais que 20 minutos longes de um hospital. Além disso, ela não podia ir a festas de aniversários dos colegas ou participar de outros eventos da escola sem que eu ou meu marido estivéssemos por perto. A alergia dela era muito forte, então qualquer pequena quantidade de amendoim poderia levar a uma séria reação alérgica. O impacto desse experimento na nossa vida, portanto, foi grande afirmou Sophie Pratt, mãe de Emily.>
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O estudo, oficialmente chamado "Estudo de Imunoterapia Oral de Alergia a Amendoim AR101 para Dessensibilização (PALISADE)", envolveu 496 crianças e adolescentes com idades entre os 4 e 17 anos, tendo o King's College e o Evelina Chindren's Hospital como parceiros.>
Dois terços dos participantes receberam cápsulas contendo uma molécula de proteína encontrada no amendoim, o que é um gatilho de reações alérgicas, enquanto o restante recebeu uma pílula de placebo. A concentração da proteína foi aumentada a cada duas semanas durante seis meses sob supervisão médica, além de outros seis meses em uma "dose de manutenção".>
As descobertas do estudo, publicado no New England Journal of Medicine no domingo, revelam que 67% dos participantes podem tolerar pelo menos 600mg de proteína do amendoim, o equivalente a dois amendoins inteiros, sem desencadear reações alérgicas. Isso se compara a apenas 4% dos pacientes tratados com placebo.>
Metade dos participantes pode consumir o equivalente a quatro amendoins, enquanto Emily agora pode comer sete amendoins sem reação adversa.>
Agora podemos deixá-la socializar com os amigos e fazer todas as coisas normais que outras crianças fazem acrescentou Pratt.>
O professor George du Toit, consultor de alergia pediátrica em Evelina London e o principal pesquisador do Reino Unido para o estudo, saudou os resultados.>
Os resultados deste estudo inovador são muito promissores e sugerem que seremos capazes de proteger crianças alérgicas ao amendoim de uma reação forte após exposição acidental afirmou du Toit.>
A alergia a amendoim afeta uma criança em 50 no Reino Unido atualmente, e a tolerância raramente é melhorada, o que significa que o único tratamento é a restrição.>
Os riscos da alergia foram relembrados em outubro a partir do caso de Megan Lee, de 15 anos de idade. A adolescente comeu uma refeição preparada com presença generalizada de proteína de amendoim em um restaurante, apesar de ter alertado o estabelecimento sobre sua alergia. A reação alérgica foi tão forte que Lee faleceu e os proprietários do estabelecimento foram condenados por homicídio culposo.>
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