Que fazer exercício, qualquer que seja, faz bem para corpo e mente ninguém discute. Mas quando o assunto é turbinar o cérebro, algumas atividades saem na frente.
A natação, por exemplo, é excelente para a saúde. Só não espere um ganho extra em termos de funções cognitivas. Ciclismo? A mesma coisa. Prefira outras modalidades, como vôlei, basquete ou mesmo o pingue-pongue. As lutas marciais também têm esse benefício.
Estudos já mostraram que atividades que exigem respostas rápidas e não automáticas são melhores para estimular o cérebro. É o caso do tênis de mesa, por exemplo. Já a natação, ciclismo, patinação, entre outros, não ativam tanto o cérebro por serem mais repetitivos. Não que nadar e pedalar não seja bom. Mas é um estímulo repetitivo, que não exige resposta rápida de pensamento, explica o neurologista Alexandre Teixeira dos Santos.
De acordo com o médico, para o cérebro funcionar bem precisa sempre de estímulos novos. É preciso sempre trabalhar áreas do cérebro que não são trabalhadas na rotina. Não adianta para um músico profissional aprender novo instrumento, pois essa área já é bem trabalhada. Agora, se alguém que nunca tocou um instrumento musical for aprender a tocar violão, por exemplo, vai desenvolver uma região cerebral nova, e isso vai ser bom para a memória dele, observa ele.
Por isso, a dica para qualquer pessoa é sempre buscar aprender algo diferente. Atividades manuais, como pintura, escultura, são ótimas para a mente de quem não costuma fazer isso, destaca o neurologista.
LIMITAÇÃO
Alexandre coloca o tênis de mesa no topo da lista de esportes bons para o cérebro. O vôlei, o basquete e o próprio tênis de quadra também funcionam. Mas esbarram na questão da limitação física. Já o tênis de mesa pode ser praticado por pessoas de qualquer idade, de crianças a idosos.
Que o diga o advogado aposentado José Luiz de Almeida, de 60 anos, que praticamente não pensa em outra coisa. Jogar é ter formação de neurônios aos quilos, brinca ele.
Praticante há 10 anos, José Luiz se dedica a ensinar o esporte a outras pessoas, em um clube de Vitória. Montei um centro de treinamento e ensino para crianças e adultos. É ótimo. É uma atividade que faz a gente pensar rápido, além de ser empolgante, divertido, comenta ele.
Quem está envelhecendo deve se atentar a essas dicas, já que é com a velhice que o cérebro vai perdendo algumas funções. Por isso, quanto mais estimulado esse órgão, menos problemas de memória e outras doenças neurológicas a pessoa tende a ter após os 60 anos.
MEMÓRIA
É comum pessoas com menor nível acadêmico entrarem na terceira idade com um quadro de demência leve. Isso ocorre porque elas estimularam pouco o cérebro ao longo da vida e têm um nível de reserva de memória mais restrito, pontua o médico.
Das artes marciais, o neurologista destaca o jiu jitsu como melhor opção, pelo mesmo motivo do tênis de mesa: pode ser praticada por qualquer pessoa.
Treino crianças. Mas tive alunos com 50, 60 anos que começaram tarde no jiu-jítsu. É uma modalidade que não tem impacto ou risco de queda, pois é praticada sobretudo no chão. Trabalha ação e reação. Por isso brincam que é como um xadrez de corpo, diz o professor Rodrigo Lemos.
O funcionário público Pedro Bernardino de Freitas tem 52 anos e começou a lutar jiu-jítsu há três. A escolha foi de caso pensado. Refleti sobre a atividade que gostaria de fazer pelos próximos 20 anos. Achei que a longo prazo, é a melhor forma de investir em saúde e bem-estar, conta.
Para Pedro, a atividade pode ajudá-lo a envelhecer com corpo e mente mais sadios. Quero chegar numa idade avançada em condição física e mental melhor, evitando doenças.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta