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Especialistas indicam cinco vinhos e pratos para degustar sob o sol

Especialistas indicam cinco vinhos e pratos para degustar sob o sol

Cinco chefs criaram pratos que harmonizam perfeitamente com os rótulos como o rosé e o branco

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 20:37

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Vinhos brancos, rosés e espumantes são a melhor pedida para beber no verão. (Ari Oliveira / Divulgação)

O vinho rosé combina com o carpaccio de lagosta, com sal de açafrão e grãos de mostarda. Já o branco chega perfeitamente à mesa junto ao mollejas ao limão, prato típico argentino. Sob o sol a pino, o casamento perfeito entre comida e bebida fica ainda mais evidente.

A verdade é que nem só de chope, cerveja ou caipirinha se faz a combinação bebida + gastronomia nos dias de sol. É possível degustar um bom vinho com os pés na areia ou à beira de uma piscina, curtindo o sol quente na pele. Espumantes, brancos e rosés ganham espaço nas mesas e nas praias como ótimas pedidas para amenizar o calor e harmonizar com vários tipos de pratos.

 “Existem uvas diferentes que trazem suas próprias características”, explica Humberto Freire, da Grand Cru. “A Chardonnay, por exemplo, é a uva branca mais conhecida e plantada no mundo”, acrescenta. O motivo é a sua versatilidade, uma vez que apresenta características diferentes de acordo com o terroir (solo e o microclima particular, que concebe o nascimento de um tipo de uva) onde é cultivada. É a uva típica da Borgonha, na França, e entra no corte dos champanhes.

Para os apreciadores do vinho branco, o ideal é que a bebida seja servida a uma temperatura entre oito e 10 graus. “Mas como nem todo mundo tem um termômetro à mão, costumo tentar simplificar a questão dizendo ‘o mais gelado possível’. No caso dos brancos, é preferível ‘pecar’ pela baixa temperatura. Se o vinho chega gelado demais à mesa, basta esperar um pouquinho até que suba para a temperatura ideal”.

Espumantes

As taças borbulhantes conquistaram definitivamente os brasileiros. E isso não aconteceu por acaso. A qualidade do espumante produzido no país cresce a cada ano, e os rótulos se tornaram boas surpresas da enologia mundial. “O espumante nacional é reconhecido e respeitado em praticamente todo o mundo”, diz Humberto Freire. O produto ganhou a mesa brasileira de mansinho, perdendo o nariz empinado. A bebida também deixou de estar restrita a eventos especiais e passou a acompanhar banho de mar, o churrasco e outras comemorações mais prosaicas.

Oladir Francisco Zanatta, da Zanatta Wine Store, explica que os espumantes brasileiros se destacam devido as suas características - que combinam frescor, jovialidade e estrutura mediana. “São muito versáteis para as harmonizações. Em alguns casos temos inclusive as contraposições, quando servimos a bebida com feijoadas, por exemplo. No Rio de Janeiro é comum acontecer isso”, comenta.

Segundo ele, os espumantes devem ser servidos a uma temperatura que varia de seis a 10 graus. “Se forem Demi séc ou doces (Moscatéis) pode-se baixar ainda mais a temperatura para em torno de quatro graus”, sugere Zanatta.

A sommelier Nicole Batista, da Wine, explica a importância de se estar atento a temperatura correta da bebida. “De forma geral, servir um vinho em temperatura inadequada desequilibra as características da bebida. As temperaturas mais baixas tendem a inibir a expressão dos aromas da bebida, mas no paladar, o amargor (caso haja) e os taninos, também se destacam com maior intensidade. Agora, servido sob uma temperatura mais elevada, o álcool se evidencia de forma desagradável em nossa boca”.

Servido à temperatura de sete graus, os rosés também combinam com os dias de verão. “Altas temperaturas pedem um vinho mais leve e fresco, uma excelente opção são os rosés e existem muitas opções disponíveis. Vale lembrar que este tipo de vinho pode ser feito de qualquer uva tinta, e isso vai mudar muito o estilo de rosé”. explica o sommelier Boris Acevedo Valderas.

Ele também ressalta a importância em relação a temperatura correta. “Se fica muito gelado, você vai beber gelo com álcool e vai perder suas características. E se estiver com uma temperatura mais alta, o calor acentua a presença do álcool e fica desequilibrado”, diz Boris.

Agora que você já sabe a temperatura correta para vinhos brancos, espumantes e rosés, escolha um dos rótulos indicados por especialistas no assunto, se inspire nas receitas criadas especialmente para harmonizar com eles, e levante um brinde ao sol. Tim-tim!

Defumado + toque cítrico

O chef Frederico criou o prato mollejas ao limão, para acompanhar o Vinho Verde. “Pensei no sabor sutil de las mollejas, no defumado das brasas e no toque neutro das batatas e seu crocante, já que foram passadas pela grelha. Tem uma mistura de legumes que aportam texturas diferentes (cenoura, vagem, cebolinha) dando origem a um prato equilibrado. É um prato argentino que harmoniza muito bem com os toques cítricos dos vinhos brancos de características únicas no mundo”, explicou.

Mollejas ao limão, do chef Frederico Ciampichini, do restaurante La Dolina. (Ari Oliveira / Divulgação)

O VINHO

Adega Guimarães Vinho verde DOC

ELABORAÇÃO

Tipo: Branco

Uva: Corte

Teor alcoólico: 10%

ORIGEM

País: Portugal

Região: Vinho Verde

Produtor: Adega Guimarães

Preço: R$ 59,00

Por que Humberto escolheu este vinho?

“Além de ser muito bem-feito, este Vinho Verde possui um ótimo preço – normalmente não mostram tanta complexidade e refinamento nessa faixa de preço. Ao servir o vinho, o aspecto visual revela sutil efervescência que vai desaparecendo na medida em que fica em taça. O vinho possui aromas de frutas brancas, como maçã e pera, e de frutas cítricas, como abacaxi e limão, notas que preenchem o paladar acentuando a acidez em boca.”

Leveza + notas aromáticas

Para combinar com o La Source Gabriel Rosé 2015, o chef Vinicius Rocha Cavalcante, do restaurante Peppe, criou o tartar de salmão. “Pensei em um prato leve que complementasse bem com o vinho rosé, sem ofuscar o sabor da bebida, e que tivesse presença no paladar. O prato tem várias notas aromáticas, porém é muito equilibrado, o que o torna muito agradável para o paladar, combinando muito bem com o vinho”, explica o chef.

Tartar de salmão, do chef Vinicius Rocha, do restaurante Peppe . (Ari Oliveira / Divulgação)

O VINHO

La Source Gabriel

Rosé 2015

ELABORAÇÃO

Tipo: Rosé

Uvas: Grenache, Cinsault, Syrah

Teor alcoólico: 13,5%

Amadurecimento: Em tanques de aço inox.

ORIGEM 

País: França

Região: Côtes de Provence

Vinícola: Domaine Font-Freye/Château La Tour de l’Évêque

Preço: R$ 79,00

Por que Boris escolheu este vinho?

“O La Source Gabriel Rosé 2015 oferece uma excelente qualidade e um valor justo. Ele combina com o verão pela sua leveza, sua elegância e sua excelente acidez, que o torna superfresco. O rótulo harmoniza com muitas boas opções de gastronomia de verão, normalmente comidas mais leves.”

Frescor + sutileza

A chef Cleuza Costa, do Della Bistrô, criou o carpaccio de lagosta, com sal de açafrão e grãos de mostarda para fazer uma combinação e tanto com o Alamos Rosé Malbec. “Por ser um prato de leveza singular e muito frescor, ele tem a personalidade da mostarda agregando valor à nobreza da lagosta, o que casa muito bem com a sutileza do Alamos. Bem gelado, cai muito bem num fim de tarde ou abrindo um jantar”, sugere Cleuza.

 

Carpaccio de lagosta com sal de açafrão e grãos de mostarda, da chef Cleuza Costa, do restaurante Della Bistrô. (Ari Oliveira / Divulgação)

O VINHO

Alamos Malbec rosé 2015

ELABORAÇÃO

Tipo: Rosado

Uva: Malbec (100%)

Teor alcoólico: 13,5%

Envelhecimento: Pronto para consumo

ORIGEM

País: Argentina

Região: Mendoza

Produtor: Alamos (Catena Zapata)

Preço: R$ 89,00

Por que escolheu este vinho?

“Escolhi o Alamos Rosé Malbec por causa da vinícola, porque Catena Zapata é sinônimo de qualidade e referência na Argentina. Ele combina com o verão por causa do frescor e da temperatura de serviço, pois deve ser servido a uma temperatura entre

9 e 11 graus. Por ser um vinho bastante versátil, combina com todas as entradas, saladas, peixes e pratos com carne.”

Gordura+ borbulhas

A chef Mônica, do Bendito Bistrô, criou o prato Salmão na Crosta de Amêndoas para combinar com o espumante. “A minha criação combina com o espumante pelo fato do salmão ser um peixe rico em gordura. Ao degustar a bebida, você limpa o paladar com o frescor e as borbulhas do Fantinel bem gelado. É ideal para fazer nos dias de verão na churrasqueira”, indica Mônica.

Salmão na crosta de amêndoas, da chef Mônica Pimentel, do restaurante Bendito Bistrô. (Ari Oliveira / Divulgação)

O VINHO 

Espumante Fantinel D.O.C. Prosecco Extra Dry

ELABORAÇÃO

Tipo: Espumante

Uva: Glera

Teor alcoólico: 11,5%

Envelhecimento: Em tanques

de aço inox

ORIGEM

País: Itália

Região: Friuli

Preço: R$ 67,28

Por que escolheram este vinho?

“O prosecco é um espumante leve, fresco, fácil de beber e descomplicado. Tem a versatilidade de ser degustado sozinho ou harmonizado. O Espumante Fantinel D.O.C. Prosecco Extra Dry é produzido na Denominação de Origem Prosecco. Situada no nordeste da Itália, a área de produção do prosecco abrange cinco províncias do Vêneto e quatro de Friuli Venezia Giulia. Em 2016 este exemplar foi identificado como o prosecco preferido pelos consumidores ingleses, segundo a empresa de pesquisa Strategy CGA, em associação com o The Morning Advertiser. Recebeu também a Medalha de Prata no concurso Prosecco Masters no Reino Unido, em março de 2017.”

Estrutura + fruta 

O vinho branco Tabali Pedregoso Grand Reserva faz as honras na mesa junto aos Camarões na Manteiga de Tomilho ao Vinho Branco e Risotto de Limão Siciliano, criação do chef Danillo. “A minha inspiração foi o verão e este visual maravilhoso que temos de frente para o mar na Praia da Costa, em Vila Velha. O prato harmoniza com o este Sauvignon Blanc, pela sua estrutura, aroma extremamente frutado e sabor de frutas cítricas no qual o prato também apresenta”, explica o chef.

Camarões na manteiga de tomilho ao vinho branco e risoto de limão siciliano, do chef Danillo Amaral, do restaurante Vila Rusticana. (Ari Oliveira / Divulgação)

O VINHO

Tabali pedregoso Gran Reserva

ELABORAÇÃO

Tipo: Branco

Uva: Chardonnay

Teor alcoólico: 13,5%

Envelhecimento: Não leva madeira

ORIGEM

País: Chile

Região: Valle del Limarí

Produtor: Viña Tabali

Preço: R$ 53,90 

 

Por que Danillo escolheu este vinho?

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“Este Sauvignon Blanc, safra 2016, tem uma coloração límpida, com aromas de maçã verde, abacaxi e maracujá, e finaliza na boca com sabor de frutas cítricas. Escolhi por ser um vinho de relação qualidade/preço muito interessante. Ele combina com o verão, por ser refrescante. É produzido num terroir bem atípico, que fica no vale do Limarí, próximo ao Deserto do Atacama.”

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