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Escrever à mão ajuda a ativar o cérebro

Escrever à mão ajuda a ativar o cérebro

Treinar a caligrafia desenvolve mais habilidades do que o ato de digitar

Publicado em 1 de julho de 2019 às 19:24

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A artista Simone Saiter trabalha com lettering e caligrafia. (Vitor Jubini)

A caligrafia desenvolve mais habilidades do que o ato de digitar Paula Stange [email protected] Qual foi a última vez que você teve que escrever algo à mão? Parece que, em plena Era digital, essa habilidade ficou até antiquada, sem utilidade. Mas para a ciência, ela continua muito importante.

Numa época em que prevalecem a troca de e-mails e de mensagens pelo celular, uma pesquisa publicada na revista científica “The Journal of Learning Disabilities” mostrou que a escrita – e tanto faz se é de forma ou cursiva – ajuda no desenvolvimento do cérebro. Digitar não traria o mesmo efeito.

Para o neurologista Flávio Sekeff Sallem, faz todo o sentido. “Não perder a escrita é fundamental, mesmo para pessoas que já nasceram em um ambiente digital”, defende o médico.

Segundo ele, a caligrafia estimula áreas específicas do cérebro. “Digitar é algo mais simples. Exige, basicamente, uma habilidade motora, de usar os dedos, e duas funções cognitivas: a localização espacial do teclado e a linguagem. Já escrever à mão é uma tarefa mais complexa, que exige uma coordenação motora fina e não grosseira, e ativar funções como de leitura, memória e gramática, por exemplo.”

Relação

No estudo, os pesquisadores analisaram a relação entre a escrita e o desempenho escolar de crianças e constataram que aquelas que tinham uma letra mais bonita, ou seja, uma coordenação motora fina superior, se deram melhor na escola.

O hábito, de acordo com o neurologista, se mostra benéfico não só às crianças, como aos adultos também. Tanto que chega a virar uma prescrição médica. “A gente pede aos pacientes com Alzheimer, por exemplo, que escrevam. Pode ser para si mesmo ou para filhos e netos. Mas que escrevam. Pois isso exercita a memória, a linguagem”, explica Sallem.

Mesmo sendo uma usuária da tecnologia, a artista visual Simone Saiter é uma apaixonada pela caligrafia e fez dela seu principal modo de vida. “Escrever à mão exige técnica, treinamento para adquirir essa habilidade. Quanto mais se pratica, mais leveza e delicadeza ganham os traços”, afirma.

Ao contrário do que muita gente pensa, Simone diz que escrever à mão não é algo apenas mecânico. “É preciso saber observar, replicar, desenvolver traços específicos”, comenta ela.

Lettering

Mas tem gente despertando para essa arte, talvez até pela beleza que é. O chamado lettering virou moda e está nas paredes de cafeterias badaladas da cidade, em camisas, capas de livros, roupas, convite de festas etc.

“O lettering é uma letra mais desenhada, que tem muitas voltas e contornos. Requer criatividade e sempre fazer algo novo, formando ua harmonia. Ele tem diversas possibilidades artísticas. Em um dos meus trabalhos mais recentes, desenhei sobre um andaime, a cinco metros de altura”, conta Simone.

“A gente pede aos pacientes com Alzheimer, por exemplo, que escrevam. Pode ser para si mesmo ou para filhos e netos. Pois isso exercita a memória, a linguagem” Flávio Sekeff Sallem neurologista Vitor Jubini

Simone mostra um trabalho usando a técnica do lettering, que virou tendência: criatividade e traços precisos

COMO A CALIGRAFIA AJUDA

Para crianças

- Facilita o aprendizado de letras e formas.

- Aprimora habilidades motoras.

- Ajuda a criança a se expressar melhor.

Para adultos

- Facilita a memorização de datas, números e palavras.

- Melhora o desenvolvimento de ideias

- Estimula o raciocínio rápido por mais tempo.

Fonte: Isto É

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