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Contemplar e agradecer: entenda melhor a importância dessa atitudes

Contemplar e agradecer: entenda melhor a importância dessa atitudes

A psicóloga Bianca Martins explica melhor sobre o que podem ser considerados os "pequenos luxos"

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 18:43

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Contemplar e agradecer também é sinônimo de luxo. (Unsplash)

Todos nós, sujeitos, buscamos algo que nos destaque dos demais. Seja em nossas profissões, nos usos que damos aos nossos corpos (malhado, tatuado, bronzeado, malcuidado), seja no que consumimos e como consumimos. Tudo é indicativo de como queremos ser percebidos pelos outros sujeitos, e isso vale para os homens também, não é um atributo do universo feminino, apenas. 

Mas nos esquecemos com frequência de que o que, de fato, sustenta as relações entre os sujeitos humanos não são somente os adereços, os objetos, mais, sim, as formas como nos relacionamos, os modos de trocas afetivas, a importância que damos ao outro. O brilho nos olhos quando se conta uma história e se percebe o quanto aquilo afeta a emoção na outra pessoa. O arrepio que surge do enlaçar das mãos. O calor disparado por um longo e acolhedor abraço. Isso é luxo!

A palavra luxo deriva etimologicamente de “luz”. A luz é o que tira das trevas, da escuridão, que nos permite ver em profundidade, em cores, o que nos cerca e quem nos cerca. Trazer à luz é poder transitar com mais consistência no que se deseja. 

Mas, luz em excesso afasta o olhar, é agressiva, faz com que desviemos nossa atenção. Nesses tempos em que nossos desejos e consumos rapidamente podem se tornar reais, há algo da experiência humana que somente a relação com outro humano nos proporciona. E, no fundo, no fundo, a cada conquista luxuosa, é isso o que buscamos, o olhar do outro. Esse reconhecimento construído a partir do laço vinculatório de reciprocidade, admiração e confiança são os alicerces das relações familiares, das boas amizades, daquele sentimento único e inequívoco de poder contar com a outra pessoa na adversidade. 

Engana-se quem aposta que os laços sanguíneos garantem esse sentimento. Ele é construído somente a partir do exercício de considerar o outro como alguém que é importante para mim. Importante no sentido de uma rede de relações onde me sinto acolhido e acolho, respeito as diferenças e sou respeitado, me constituo importante e reconheço o outro como importante.

Toda essa equação é muito rara na atualidade, em que o outro é descartável, desconsiderado.

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Luxo é cafuné de mãe, comida na mesa, um colo para chorar, acolher quem precisa da maneira que se pode, ter fé, sim, isso é luxo, isso é luz. Afinal, muitos compartilharão de seu banquete, mas são muito poucos aqueles que se oferecerão para compartilhar da pia suja no final da festa. Ter esse momento de contemplação do que foi vivido, isso sim, é um luxo!

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