No quarto episódio da série “Amigas do Peito”, o assunto é o caminho até a remissão da doença: o tratamento. A convidada Gilsilene Passon, advogada e professora universitária que esteve também nos episódios anteriores e venceu o câncer de mama, traz para a conversa as decisões diárias que a paciente precisa tomar. Essas decisões vão desde os alimentos e exercícios até a rotina da paciente, questões que passam a ser desafiadoras e exigem organização. “Todos os dias diante do tratamento, nós precisamos tomar decisões”, pontuou Gilsilene.
A advogada aconselha que, no início do dia, sejam definidas e listadas as atividades que serão realizadas naquele dia para ter clareza do que deve ser priorizado, pensando do próprio bem-estar. “Quando escrevemos, a nossa mente recebe um comando. Quanto mais conseguimos materializar, maior vai ser a motivação para realmente cumprir todas as decisões”, complementou.
Outra dica de Gilsilene é agradecer diariamente pelo que foi possível realizar naquele dia. Para ela, a gratidão, apesar das questões desafiadoras, faz com que haja um acolhimento da própria história. “Antes de dormir, eu faço um ritual e agradeço por pelo menos três coisas que aconteceram no meu dia. No começo, eu me esforçava pra pontuar três. Hoje já agradeço umas quinze coisas”, compartilhou. “Nós não somos a doença, ela não nos resume. “‘Estou com câncer’, o ‘estar’ é transitório, nós estamos no trajeto, estamos atravessando essa ponte. Para algumas, ela é mais curta, para outras, mais longa, mas é essa travessia que vai exigir de nós decisões diárias”, acrescentou.
O episódio contou também com a participação de mais uma convidada, a também advogada Luana Petry (33), que descobriu o câncer de mama há quatro meses, cinco dias após o nascimento da sua filha e está em tratamento atualmente. Ela compartilhou um pouco sobre seu diagnóstico que, segundo Luana, foi mais complicado por conta da gestação, já que os dois seios estavam inchados e em produção de leite. “Eu me conheço e sabia que tinha algo errado. No dia do nascimento, questionei a médica que fez o parto e tenho certeza de que, naquele momento, a profissional já sabia o diagnóstico, mas me manteve muito calma e sugeriu que focássemos no nascimento da minha filha”, contou.
“No dia seguinte, essa médica levou um mastologista até mim e, em uma semana, eu tinha o diagnóstico. Cinco dias depois do diagnóstico, eu já estava fazendo quimioterapia”, complementou.
Luana contou que não reclamou em nenhum momento, apenas agradeceu por ter descoberto a doença a tempo de se tratar e pela sua filha ter nascido com saúde, apesar de seu diagnóstico. “A perda de cabelo não me afetou, porque eu tive uma perda maior antes que foi interromper a minha amamentação com 15 dias. No dia da primeira quimio, eu acordei mais cedo para amamentar pela última vez, depois comecei a tomar a medicação para cerrar o leite”, lembrou.
A advogada compartilhou também sobre a importância de a sua filha ter chegado nesse momento, pois é sua motivação para seguir e se dedicar ao tratamento. “Nós fazemos pelos filhos, mas também fazemos por nós, porque nós queremos vê-los crescer. A Malu (filha) não foi planejada, então eu entendo como uma benção, ela veio exatamente no tempo de Deus”, conclui.
Clique aqui para ouvir o episódio na íntegra.
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