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Alimentação adequada ajuda a combater o câncer de mama

Alimentação adequada ajuda a combater o câncer de mama

Especialista explica que a alimentação inflamatória e os contaminantes ambientais têm sido os principais pontos de pesquisa quando o assunto é a prevenção da doença

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 19:01

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Laiza Volponi descobriu o câncer aos 28 anos. E apostou na alimentação saudável durante o tratamento. (Arquivo Pessoal )

A alimentação e a nutrição inadequadas são classificadas como a segunda causa de câncer que pode ser prevenida. São responsáveis por até 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento, como o Brasil, e por aproximadamente 35% das mortes pela doença.

A nutricionista Roberta Larica explica que, no estilo de vida atual, alimentação inflamatória e os contaminantes ambientais têm sido os principais pontos de pesquisa quando se fala em prevenção. “Pesquisas atuais mostram uma relação direta entre estas questões e a expressão de nossos genes. Pessoas que têm uma “predisposição genética maior” ao desenvolvimento do câncer, devem ter maior cuidado na prevenção através de um estilo de vida saudável, assim como modificações em nossa microbiota intestinal (quantidade e qualidade de bactérias que moram em nosso corpo e agem como protetoras ou agressores no desenvolvimento de doenças)”, explica.

Além disso, diversas pesquisas já mostram a influência de uma alimentação inflamatória (repleta de industrializados, sal, açúcar, baixa em gorduras boas e alta em gorduras trans e saturadas) aumentando o risco da doença. “Assim como uma dieta anti-inflamatória, variada e colorida (rica em frutas e hortaliças orgânicas, peixes, oleaginosas, açafrão, azeite e fitoquímicos) é capaz de fortalecer nossa imunidade e agir na prevenção e no combate á doença”, ressalta a nutricionista.

De acordo com ela, estudos mostram que, durante o tratamento, quando as pessoas já têm uma vida equilibrada, fazem escolhas mais saudáveis, fazem atividade física regular e sabem lidar melhor com o estresse e as emoções, podem tornar o câncer menos ativo e aumentar as chances de sucesso. “Melhorar a alimentação deve ser o primeiro passo na gestão do câncer. Uma vez que a nutrição pode amenizar deficiências nutricionais, controlar perda de peso, amenizar sintomas e reduzir o combustível que alimenta as células tumorais. Tanto na prevenção quanto na luta contra o câncer precisamos priorizar uma alimentação rica em compostos bioativos capazes de fortalecer imunidade, reduzir multiplicação celular e inflamação. Para isso busque uma alimentação equilibrada, variada e colorida”.

Mastectomia total

A alimentação foi uma grande aliada no tratamento da empresária Laiza Volponi Paganini. “A nutricionista preparou um plano alimentar para ficar tudo mais leve. Comia de tudo, mas de forma equilibrada. Frutas, legumes... a alimentação contribuiu muito para o meu tratamento”, conta.

Foi também durante o banho que ela, aos 28 anos, descobriu um caroço na mama direita. “Tomei um susto, não imaginava que poderia ser um câncer por conta da minha idade”.

Procurou, imediatamente, um ginecologista que pediu os exames de mamografia e ultrassom e disse que não tinha dado nada. “Mesmo assim procurei um outro médico que também disse que eu não precisava me preocupar”, lembra. Só que a empresária se preocupou. E seis meses depois trocou de médico, mesmo não sentindo dor no seio. “Na hora do resultado não acreditei. No começo foi bem difícil. Mas depois tive muita fé”.

Laiza alternou o tratamento em Vitória - com seis sessões de quimioterapia a cada 21 dias - e exames de ponta feitos em São Paulo. Foi num deles que ela também descobriu a mutação genética, que no caso dela foi a BRCA2. “Em decisão com o médico optamos por também tirar a mama esquerda que não tinha a doença”, conta. A mastectomia total aconteceu em 2016, e a reconstrução mamária, um ano depois.

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Com a quimioterapia, os cabelos caíram. E a irmã, em solidariedade, também cortou os próprio fios. “Ela me doou pra que eu pudesse fazer a minha peruca”. Hoje, aos 32 anos, Laiza leva uma vida normal. O cabelo já cresceu, ela voltou a fazer atividades físicas e, passado três anos, só faz o acompanhamento periódico. “Aprendi que o câncer não é uma sentença de morte. Passei a me conhecer melhor e a valorizar as pequenas coisas”, diz ela, que sonha em ser mãe. “Para isso, guardei meus óvulos”.

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