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Desvendando a harmonização facial

Desvendando a harmonização facial

Entenda o que envolve esse conjunto de procedimentos que visam o embelezamento e por que se deve evitar exageros

Publicado em 21 de outubro de 2019 às 16:26

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Ana Paula Costa, empresária, fez harmonização facial . (Ricardo Medeiros)

O universo da estética, de tempos em tempos, se encarrega de criar novos nomes e protocolos que nada mais são do que técnicas antigas aplicadas de um jeito um pouco (quase nada) diferente. Em resumo, a harmonização facial é isso. Mas, fique calmo, caro leitor. Não vamos desiludir ninguém do sonho de dar um jeitinho nas próprias imperfeições da face nos próximos parágrafos – até porque, hoje em dia isso já é mais do que possível.

Só para se ter uma ideia, tamanha é a criatividade do mundo da beleza que enquanto a reportagem produziu, pautou e editou esta matéria outros dois nomes mais novos surgiram para procedimentos estéticos que são feitos à base, apenas, de botox e preenchimentos - com, muito provavelmente, toxina botulínica tipo A e ácido hialurônico, respectivamente. Para matar a curiosidade, a referência é de “beautification” e “masculinization”, que são os termos que já se tornaram o último grito do beauté para quem é habitué do assunto beleza. Advindas do inglês, elas remetem a “embelezamento” e “masculinização” e são bastante parecidas com a tal harmonização facial.

Apesar de que, mesmo sendo um termo popular, há uma controvérsia bastante grande com o nome “harmonização facial”. É que, como muitos dermatologistas já esclareceram, não existe um procedimento com esse nome. O que existe é um conjunto de aplicações de botox e preenchedores, nesses casos, que tornam o rosto, digamos, mais bonito de se ver. No entanto, nem a Escala Richter conseguiria medir a proporção da corrida aos consultórios médicos que o desejo de ter um rosto padrão e simétrico tem provocado Brasil afora.

Só é preciso ter cuidado com os exageros, como desvenda Ligia Kogos, a dermatologista das estrelas. Para alguns profissionais que fazem a harmonização facial não tem nada demais em injetar até 49ml (não, não erramos na digitação) de vez na face em busca do rosto perfeito. Mas não é para tanto. “Nenhum profissional sabe ao certo como cada um vai reagir àqueles produtos. Colocar seis, sete ampolas por vez é arriscado. E à medida que vai colocando aos poucos você deixa tudo mais natural e com as próprias substâncias você acaba estimulando a produção de colágeno no próprio organismo”, dispara.

Para Ligia, inclusive, a duração dos procedimentos – que não são baratos – pode ser até maior se feitos dessa forma. “Até quatro anos de duração. É mais uma vantagem de se injetar aos poucos. O profissional e paciente precisam dar o tempo que o produto precisa para estimular o colágeno. E a longo prazo cada vez mais vai ser necessária uma quantidade menor. E hoje em dia todo esse movimento antienvelhecimento se complementa com os cuidados em casa e suplementação, quando há indicação, com ativos que também são bastante poderosos e eficazes”, conclui.

A receita básica da harmonização facial não muda muito. Em geral, é feita a associação da aplicação de botox, preenchimento, modelações específicas.

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A verdadeira harmonia acontece quando você se sente bem consigo mesmo, descobre que cada dia pode ficar melhor com mudanças de hábitos

Kamilla Pimentel
Dermatologista
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Mas a dermatologista Kamilla Pimentel, assim como Ligia Kogos, observa que um santo só não faz milagre. Na prática, isso quer dizer que se atirar na harmonização facial não é o segredo para manter jovialidade e que nada disso é milagre. “Os procedimentos visam o embelezamento, mas um diagnóstico de causas e processos do envelhecimento pode ser estabelecido para melhorar todo o aspecto da paciente. A verdadeira harmonia acontece quando você se sente bem consigo mesmo, descobre que cada dia pode ficar melhor com mudanças de hábitos”, fala.

Kamilla enumera, ainda, que a harmonização precisa levar em conta até perfil étnico para que a figura “criada” não fique extremamente diferente do que todos ao redor daquela pessoa estão acostumadas a ver. “Vivemos um momento de exageros e bizarrices nas intervenções faciais. É frequente a sensação de rostos iguais e verdadeiras caricaturas, por isso é preciso cautelo de todos os lados”, justifica.

E ela não é a única que pensa assim. Nos Estados Unidos e Europa, berço de tudo ligado a beleza e estética que dita os hits do mundo, o termo “masculinization” não foi criado à toa. É que muitos profissionais do estrangeiro avaliam que, mesmo em mulheres, a harmonização feita de forma padrão, sem levar muito os traços originais em consideração, tornam até as características femininas um tanto quanto masculinas. Exemplo claro dessa distorção, que acaba criando algo que não existe, é o preenchimento exagerado da mandíbula nas mulheres que buscam as injeções de beleza. Quando é feito de forma mais marcada, acaba tendo um acabamento plástico, que remete a tudo menos naturalidade.

“Para cada caso tem que ver o que é necessário de acordo com desejo e possibilidade de cada paciente, porque são procedimentos caros e isso deve ser levado em conta. Se o que incomoda é uma queda das estruturas faciais, queda das maças, o médico vai avaliar o rosto e entender que devem ser feitas injeções para erguer tudo aquilo sem que haja necessidade de volumizar, aumentar o tamanho. Nem sempre há que ter esse volume a mais. Apenas a suspensão dos músculos e correções já está de bom tamanho”, esclarece a dermatologista Ligia Kogos.

“Gastei R$ 4 mil na harmonização facial e estou satisfeita”

A frase é da empresária Ana Paula Costa, de 34 anos, que não se esquiva de pergunta alguma que dê conta dos procedimentos que já são de praxe para ela: “Já tinha feito botox e vou à dermatologista a cada seis meses”.

Segundo a empresária, antes de tudo foi feita uma avaliação em seu rosto que começou em casa e, depois, passou para o consultório. Ana Paula reparou no que a incomodava e conversou com a profissional que a atendeu. Em seguida, as duas decidiram partir para a harmonização. Mas nada muito invasivo, no caso da morena. Fez só a manutenção do botox e volumizou a boca e a região das maças do rosto. “Sentia falta dessa região da maçã do rosto ser mais proeminente e achava meus lábios muito finos. Gastei cerca de R$ 4 mil com tudo e estou muito feliz com o resultado. Amei!”, exclama.

Mas além das injeções, Ana Paula leva a sério a rotina de cuidados que é prescrita pela dermatologista. Em casa, diariamente dedica alguns minutos do seu dia à beleza facial e realiza uma programação do que deve ser feito periodicamente. “No dia a dia uso produtos indicados pela médica e tenho um protocolo de tratamento montado, que também tem procedimentos incluídos no calendário”, continua.

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De acordo com ela, assim que os preenchimentos decorrentes da harmonização derem a primeira rateada a ida ao consultório será imediata para repor o que for preciso. Mas talvez isso nem seja surpresa para a empresária, que reitera que se consulta semestralmente com a dermatologista que já a acompanha há algum tempo. “Me guio muito de acordo com o que ela prescreve”, corrobora.

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