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Coletor menstrual: tudo sobre o absorvente ecológico

Coletor menstrual: tudo sobre o absorvente ecológico

O dispositivo não é novidade, mas se popularizou agora pois as mulheres estão procurando cada vez mais formas sustentáveis, naturais e confortáveis para segurar o fluxo menstrual

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 12:11

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Coletor menstrual . (Reprodução/ Instagram )

Absorvente, absorvente interno, absorvente de pano - ou paninho, calcinha absorvente… mas e o coletor menstrual?. Provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre ele, porém, sempre surgem aquelas dúvidas - principalmente quando o assunto é ligado a menstruação -, e por isso, resolvemos conversar com ginecologistas, e também com quem já aderiu ao famoso copinho, para saber, se é mesmo eficaz, quais os riscos, e se quem usou recomenda, ou não.

A ginecologista Fabianny Valli, explica que o coletor não é uma total novidade, já que existe no mercado há alguns anos, porém, se popularizou agora devido ao fato de as mulheres estarem procurando formas mais sustentáveis, naturais e confortáveis para segurar o fluxo menstrual. “Com o coletor menstrual, a mulher passa a ter um controle maior sobre seu ciclo e o fluxo sangue”, avalia a médica.

O QUE É?

O coletor menstrual, também chamado de ‘copinho’, se caracteriza como um cálice feito de silicone, que coleta e armazena o sangue menstrual. Ele é reutilizável, podendo durar entre 5 a 10 anos. No mercado, os valores giram em torno de R$ 85,00 a R$ 150, 00.

A médica Fabianny Valli explica que o coletor não traz riscos à saúde, e geralmente, quem começa a usar, não quer mais abrir mão do copinho depois. “Os benefícios são - além da sustentabilidade - a praticidade e autonomia, já que ele possibilita menos trocas em comparação com o absorvente, e o conforto”, afirma ela.

E O CHEIRO?

A ginecologista Lorena Baldotto atenta-se para outro aspecto positivo no uso do coletor: o controle de odores. Ou seja, como o copinho preserva o sangue dentro do corpo até o momento da troca, este não entra em contato com o ambiente, e por isso não há a produção de odor. “Na realidade, o sangue da menstruação não tem cheiro, ele só acontece por conta do contato dos absorventes comuns com o ambiente”, relata a médica.

CUIDADOS?

O coletor menstrual pode ficar até 12h no corpo. Mas, a médica Lorena Baldotto indica o seu uso por até 8 horas em dias normais, e por até 4 horas em dias de fluxo intenso, ou para quem faz uso de dispositivo intra uterino (DIU). “As mulheres que fazem uso do DIU também devem ter atenção redobrada na hora de retirar o coletor, para não puxarem a cordinha do dispositivo”, diz a ginecologista.

Existem várias dobraduras do coletor na hora de sua colocação, por isso, deve-se testar qual se adapta melhor. E na hora de higienização, Lorena explica que durante os dias de uso, água e sabão são suficientes, porém, sempre no final de um ciclo, e início de outro, deve-se higienizar o copinho com água fervendo - pode ser no fogão, ou no microondas (em recipiente próprio). “Lembrando que é importante sempre seguir as orientações do fabricante”, alerta ela.

QUEM USA APROVA

A estudante de Direito Maria Carolina Magalhães começou a usar o coletor menstrual há 2 anos, e apesar do desconforto inicial, hoje, ela enxerga o coletor como símbolo de praticidade, além de ter mudado a sua visão sobre a própria menstruação. “Quando usei pela 1a vez achei que nunca mais iria usar (risos), que era dinheiro jogado fora e nunca iria me acostumar com aquilo. Mas, 2 dias depois eu já amava e dei graças a Deus por ter descoberto. Hoje sou fã, e indico pra todas minhas amigas”, lembra a universitária.

A universitária Maria Magalhães. (Arquivo pessoal )

Maria conta que descobriu o coletor em pesquisas na internet. “O absorvente descartável passou a me dar alergia, e como nunca me senti confortável usando o absorvente interno, resolvi procurar outros métodos na internet, e assim descobri o coletor”, afirma ela.

A estudante também diz que hoje não se priva de fazer nenhuma atividade por estar menstruada. “Minha vida continua a mesma. Às vezes com o coletor eu nem lembro que estou menstruada, já que não tenho que ficar checando de 10 em 10 minutos para ver se ‘vazou’, e também não preciso ter a preocupação de levar o absorvente dentro de bolsa”, finaliza Maria Carolina.

A estudante Lívia Barcelos . (Arquivo pessoal )

Lívia Barcelos, também universitária, adotou o copinho há 3 meses, e ela conta que a escolha se deu por questões ambientais, e financeira. “Decidi usar depois de saber que os absorventes descartáveis demoram muito para se decompor, por isso poluem bastante o meio ambiente. Também levei em conta a questão monetária, pois ao pôr na ponta do lápis, o coletor sai bem mais em conta do que ter que comprar absorvente todo o mês”, explica Lívia.

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Ela compartilha que começou a entender melhor sobre o seu corpo,e seu período menstrual após o uso do copinho. “Aprendi mais sobre o meu corpo e minha menstruação, deixando de lado aqueles tabus que são impostos sobre o nosso sangue. Hoje eu vejo como algo natural”, finaliza a estudante.

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