Publicado em 16 de março de 2020 às 17:39
Aulas suspensas, pais e filhos em casa em tempos de pandemia. A chegada do vírus que colocou o mundo em alerta fez surgir novos arranjos nas rotinas, ainda que só por um tempo. É essencial saber se comunicar com os pequenos nesse período, mas é preciso tomar muito cuidado para não gerar pânico nas crianças e tratar o assunto de forma lúdica.
O primeiro passo, de acordo com a psicóloga Bianca Martins, é informar-se primeiro, para vencer os próprios medos e entender sobre o assunto antes de passá-lo para as crianças. É muito importante se orientar em fontes seguras e também é função dos pais filtrar a quantidade de informações que os pequenos recebem, diz a profissional.
É importante focar em não criar pânico e orientar os pequenos sobre cuidados básicos, como a lavagem das mãos e o uso do álcool em gel, além de e incentivar a criatividade para ampliar o distanciamento corporal na interação com outras crianças. Tranquilizar crianças maiores é muito importante já que elas amplificam a informação e compartilham com outras crianças, gerando muita ansiedade, orienta Bianca.
Cabe aos pais trabalhar um comportamento educativo, brincar e ensinar de forma lúdica o que é o vírus, e trabalhar questões como responsabilidade social de forma leve e amorosa. Aproveitar o confinamento para curtir e interagir com a família, buscar sugestões de brincadeiras familiares na internet, dividir as funções domésticas. Além de repensar nossas formas de cuidar uns dos outros, complementa Bianca.
Bianca Martins
PsicólogaA pedagoga Cristiane Batista sugere que os pais e educadores sejam sinceros com as crianças, mas que as tranquilizem. Segundo ela, é preciso deixar claro que o vírus faz mal, mas que ele vem e passa, como a gripe. Mostrar materiais lúdicos e abordar o assunto com desenhos para colorir e responder às dúvidas das crianças também é muito importante, diz.
Crie musiquinhas sobre os cuidados preventivos, para ajudar na fixação da importância deles na mente das crianças e desenvolva brincadeiras ou até recompensas para incentivar esses hábitos, complementa.
Para a psicóloga Nanda Perim, a Psimama, é preciso falar com jeitinho para não assustar, mas sem deixar de passar a informação. "Tem que explicar que é um bichinho muito pequeninho, que quando entra no nosso corpo deixa a gente doente. E que algumas pessoas ficam muito doentes, tipo o vovô, a vovó. Acho que não tem que ficar falando de morte, que a pessoa morre. Diz que a pessoa vai ficar tossindo, tossindo, que vai precisar ir para o hospital tomar injeção, e que ninguém quer isso", orienta.
A dica, diz Nanda Perim, é quando for lavar a mão da criança, passar álcool, fazer isso de forma menos pesada, menos tensa. "É não transparecer pânico e nem relaxar demais. Porque realmente existem casos em que a criança com coronavírus ficou entubada. São seres que, obviamente, têm menos cuidados que nós, adultos! Uma criança de 3 anos coloca tudo na boca. Ela pode se contaminar e contaminar muita gente. Então, eu diria para os pais: não subestimem sua criança. Ela dá conta totalmente de saber das informações", comenta.
Nanda Perim, Psimama
PsicólogaA psicóloga Manuela Molina Cruz desenvolveu cartilha que ensina pais e responsáveis, sobre a melhor forma de falar do covid-19 para crianças. O documento conta com ilustrações e linguagem adaptada para essa faixa etária. O material fala sobre o histórico da doença, forma de transmissão e orientações sobre o que fazer em casos de contágio.
Você pode conferir a cartilha no documento abaixo:
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