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De descobertas profissionais a saúde mental: dicas de jornalistas que hoje estão em outras emissoras do ES

De descobertas profissionais a saúde mental: dicas de jornalistas que hoje estão em outras emissoras do ES

Leiriane Santana, do Folha Vitória, e George Bitti, da TV Tribuna, conversaram com os alunos do 28º Curso de Residência em Jornalismo sobre trajetória, mercado e oportunidades da profissão

João Pimassoni

Residente em Jornalismo / [email protected]

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 11:40

Leiriane Santana, do Folha Vitória, e George Bitti, da TV Tribuna, após bate-papo com alunos do 28º Curso de Residência em Jornalismo
Leiriane Santana, do Folha Vitória, e George Bitti, da TV Tribuna Crédito: João Pimassoni

Insegurança, dúvidas e ansiedade marcam o início da carreira de muitos jovens jornalistas. Onde trabalhar? Como lidar com a competitividade? O que fazer para ser contratado? Essas perguntas rondam o pensamento de quem dá os primeiros passos na profissão, e isso independe de quando se dá o começo da jornada. O recado é dos jornalistas e ex-residentes George Bitti e Leiriane Santana, que em 2000 e 2023, respectivamente, estavam entre os alunos do Curso de Residência em Jornalismo, hoje na 28ª edição.

Os dois profissionais, embora revelados no programa de imersão da Rede Gazeta, atuam hoje em veículos concorrentes. Bitti é apresentador da TV Tribuna/Band; Leiriane, repórter do jornal online Folha Vitória. Paulista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), ela chegou à redação após anos de experiência em assessoria de imprensa.

Quando recebeu a proposta de atuar com SEO - sigla em inglês que significa “otimização para mecanismos de busca” - na Rede Vitória, aceitou o desafio mesmo sem conhecimento prévio, mas disposta a aprender e evoluir. “Ninguém entra em um emprego sabendo tudo. O importante é ter disposição para aprender. Eu precisei pedir ajuda, estudar, errar e acertar. E foi isso que me fez evoluir”, conta Leiriane.

Mais tarde, ampliou sua atuação em projetos de carnaval, saúde e beleza no Folha Vitória, até encontrar no dia a dia da notícia policial uma área em que conseguiu unir as técnicas de SEO ao ritmo da redação. Para ela, o período na Residência foi fundamental para o enriquecimento profissional: “A Residência é um espaço de descoberta. É a fase de errar, tentar, aprender e encontrar o que realmente faz sentido para você dentro do jornalismo”, defende.

Integrante da terceira turma do Curso de Residência, em 2000, George Bitti lembrou que iniciou a carreira desempenhando várias funções na TV Gazeta Norte, em Linhares: produção, edição e até apresentação. Há 20 anos ele atua na TV Tribuna, onde apresenta e edita um telejornal. “Às vezes você entra achando que vai para um caminho, mas alguém enxerga em você um potencial que nem você percebe. Foi assim comigo: queria o jornal impresso, mas me vi na televisão”, relatou.

Para Bitti, a Residência deve ser vista não apenas como uma chance de contratação imediata, mas como aprendizado e vitrine para outras oportunidades: “O que vocês estão vivendo aqui é uma grande oportunidade de aprendizado. Mesmo que não sejam contratados, o conhecimento fica com vocês e abre portas em muitos outros lugares”, recomendou.

Mercado

Questionados sobre o que deve ser feito quando um residente não consegue uma contratação logo após o curso, os dois profissionais tranquilizaram a nova geração.Leiriane destacou que reiniciar a trajetória profissional faz parte da jornada: “Se for preciso recomeçar do zero, tudo bem. O importante é acumular experiências, porque todas elas serão úteis. O Espírito Santo tem muitas pontes na comunicação. Aqui você vai ser visto, e mesmo fora do estado, o seu trabalho aparece.”,

Bitti, por sua vez, ressaltou a importância de ampliar o olhar sobre o mercado: “Hoje a comunicação é muito mais ampla. Se não for TV ou jornal, pode ser assessoria, redes sociais, produção de conteúdo digital. Carteira assinada é importante, mas não é a única forma de viver da comunicação.”

Na prática diária, ambos destacaram a intensidade do trabalho e a importância de cuidar da saúde mental. Leiriane começa o expediente às 13h e cuida de até 11 pautas por dia, além de sugerir novos assuntos e correr atrás das notícias, equilibrando factual, redes sociais e projetos especiais. “Meu dia é de apuração do início ao fim. É preciso ritmo, mas também equilíbrio, para separar a vida pessoal da profissional, e não surtar”.

Já Bitti, que é editor-chefe em sua emissora, conta que, além de revisar o noticiário e distribuir pautas, precisa se adaptar às mudanças constantes na programação do telejornal. “Aprendi a não romantizar a ideia de estar informado o tempo inteiro. Isso desgasta e pode adoecer. Delegar é essencial. Jornalismo é trabalho de equipe.”

* Esta matéria é uma produção dos alunos do 28º Curso de Residência em Jornalismo, sob orientação da editora de conteúdo Mariana Gotardo.

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