Residente em Jornalismo / [email protected]
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 11:40
Insegurança, dúvidas e ansiedade marcam o início da carreira de muitos jovens jornalistas. Onde trabalhar? Como lidar com a competitividade? O que fazer para ser contratado? Essas perguntas rondam o pensamento de quem dá os primeiros passos na profissão, e isso independe de quando se dá o começo da jornada. O recado é dos jornalistas e ex-residentes George Bitti e Leiriane Santana, que em 2000 e 2023, respectivamente, estavam entre os alunos do Curso de Residência em Jornalismo, hoje na 28ª edição. >
Os dois profissionais, embora revelados no programa de imersão da Rede Gazeta, atuam hoje em veículos concorrentes. Bitti é apresentador da TV Tribuna/Band; Leiriane, repórter do jornal online Folha Vitória. Paulista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), ela chegou à redação após anos de experiência em assessoria de imprensa. >
Quando recebeu a proposta de atuar com SEO - sigla em inglês que significa “otimização para mecanismos de busca” - na Rede Vitória, aceitou o desafio mesmo sem conhecimento prévio, mas disposta a aprender e evoluir. “Ninguém entra em um emprego sabendo tudo. O importante é ter disposição para aprender. Eu precisei pedir ajuda, estudar, errar e acertar. E foi isso que me fez evoluir”, conta Leiriane.>
Mais tarde, ampliou sua atuação em projetos de carnaval, saúde e beleza no Folha Vitória, até encontrar no dia a dia da notícia policial uma área em que conseguiu unir as técnicas de SEO ao ritmo da redação. Para ela, o período na Residência foi fundamental para o enriquecimento profissional: “A Residência é um espaço de descoberta. É a fase de errar, tentar, aprender e encontrar o que realmente faz sentido para você dentro do jornalismo”, defende.>
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Integrante da terceira turma do Curso de Residência, em 2000, George Bitti lembrou que iniciou a carreira desempenhando várias funções na TV Gazeta Norte, em Linhares: produção, edição e até apresentação. Há 20 anos ele atua na TV Tribuna, onde apresenta e edita um telejornal. “Às vezes você entra achando que vai para um caminho, mas alguém enxerga em você um potencial que nem você percebe. Foi assim comigo: queria o jornal impresso, mas me vi na televisão”, relatou.>
Para Bitti, a Residência deve ser vista não apenas como uma chance de contratação imediata, mas como aprendizado e vitrine para outras oportunidades: “O que vocês estão vivendo aqui é uma grande oportunidade de aprendizado. Mesmo que não sejam contratados, o conhecimento fica com vocês e abre portas em muitos outros lugares”, recomendou.>
Questionados sobre o que deve ser feito quando um residente não consegue uma contratação logo após o curso, os dois profissionais tranquilizaram a nova geração.Leiriane destacou que reiniciar a trajetória profissional faz parte da jornada: “Se for preciso recomeçar do zero, tudo bem. O importante é acumular experiências, porque todas elas serão úteis. O Espírito Santo tem muitas pontes na comunicação. Aqui você vai ser visto, e mesmo fora do estado, o seu trabalho aparece.”, >
Bitti, por sua vez, ressaltou a importância de ampliar o olhar sobre o mercado: “Hoje a comunicação é muito mais ampla. Se não for TV ou jornal, pode ser assessoria, redes sociais, produção de conteúdo digital. Carteira assinada é importante, mas não é a única forma de viver da comunicação.”>
Na prática diária, ambos destacaram a intensidade do trabalho e a importância de cuidar da saúde mental. Leiriane começa o expediente às 13h e cuida de até 11 pautas por dia, além de sugerir novos assuntos e correr atrás das notícias, equilibrando factual, redes sociais e projetos especiais. “Meu dia é de apuração do início ao fim. É preciso ritmo, mas também equilíbrio, para separar a vida pessoal da profissional, e não surtar”.>
Já Bitti, que é editor-chefe em sua emissora, conta que, além de revisar o noticiário e distribuir pautas, precisa se adaptar às mudanças constantes na programação do telejornal. “Aprendi a não romantizar a ideia de estar informado o tempo inteiro. Isso desgasta e pode adoecer. Delegar é essencial. Jornalismo é trabalho de equipe.”>
* Esta matéria é uma produção dos alunos do 28º Curso de Residência em Jornalismo, sob orientação da editora de conteúdo Mariana Gotardo.
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