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Sem banheiro e energia: ambulantes denunciam falta de estrutura em Cachoeiro

Sem banheiro e energia: ambulantes denunciam falta de estrutura em Cachoeiro

Após obras na cidade, comerciantes foram retirados da rua principal do Guandu, na região central da cidade, e realocados para uma rua lateral

Publicado em 3 de maio de 2024 às 19:03

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Sem banheiro e energia: Ambulantes de Cachoeiro denunciam condições de trabalho
Sem banheiro e energia: ambulantes de Cachoeiro denunciam condições de trabalho. (Luiz Gonçalves)
Sara Oliveira
Repórter / [email protected]

“A única coisa que a gente quer é um lugar digno para trabalhar”. O relato é de um dos vendedores ambulantes de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Há um pouco mais de um mês, eles foram transferidos da avenida principal do Guandu, ponto tradicional do comércio na cidade, para uma rua lateral. Além da queda nas vendas, por conta da localização, os comerciantes denunciam a falta de estrutura no novo espaço, com problemas que vão desde a falta de banheiros e ausência de pontos de acesso à energia.

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Trabalhar aqui é muito difícil porque a rua é muito deserta, não vende e a gente sem banheiro, sem poder lavar uma mão quando termina de montar a barraca

Marlene Avelar de Souza
Vendedora ambulante
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A Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim aponta que a mudança de local dos ambulantes era necessária para a continuidade de obras de macrodrenagem na cidade. Porém, segundo informações da Associação De Vendedores Ambulantes de Cachoeiro de Itapemirim (Avaci) do dia 19 de março, o que tinha ficado combinado com a secretaria de obras era que os vendedores ambulantes só sairiam da região central após a construção de um camelódromo na Rua Joaquim Vieira, mas não foi o que aconteceu.

“A gente viria para cá com o shopping popular pronto e obrigaram a gente vir sem ter nada pronto”, relatou o vendedor Alexandro Fonseca, em entrevista à repórter Alice Sousa.

No dia 20 de março, os vendedores foram retirados da região do Guandu. Após reuniões, discussões e adiamentos desde meados de 2023, cerca de 15 dos mais de 20 ambulantes cadastrados foram realocados para o novo endereço. Na época, a prefeitura apontou uma falta de diálogo por parte dos vendedores.

Sem banheiro e energia: ambulantes denunciam falta de estrutura em Cachoeiro

“A gente só quer trabalhar”

Vendedor ambulante há 30 anos, Alexandro Fonseca conseguiu sua primeira barraca em 2006, na época uma conquista. Para o comerciante, tudo se tornou uma frustração. “Foi uma conquista muito grande que hoje é frustrada, né [...] Às vezes as pessoas não entendem a nossa dificuldade. A gente só quer trabalhar, a gente não tá pedindo nada a ninguém”, conclui o vendedor.

Além da falta de estrutura, os vendedores apontam que o local disponibilizado pela prefeitura também não tem segurança. No último sábado (27), uma das barracas foi arrombada, com prejuízo de R$ 800 reais em mercadorias. “Tenho medo. Eu já quase nem durmo porque a preocupação é muita”, relata a vendedora Marlene Avelar de Sousa.

Projeto pronto, mas sem data

De acordo com a Prefeitura de Cachoeiro, o projeto de um espaço mais estruturado para os ambulantes está pronto e faz parte do pacote de recursos que devem do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) para execução das obras. O município aponta, porém, que o PL aguarda aprovação da Câmara Municipal de Cachoeiro.

Já a Câmara de Cachoeiro diz que o Projeto de Lei 05/2024 até segue tramitação ordinária na Casa de Leis, mas trata-se de um conteúdo complexo, que precisa de análise técnica e jurídica e, neste momento, encontra-se na Procuradoria da Casa, sem data de apreciação. “Durante a tramitação, os vereadores podem pedir novas informações, apresentar emendas e questionar os dados apresentados. Não há data prevista para votação, concluiu a Casa de Leis, por meio de nota”

*Com informações da repórter Alice Sousa, da TV Gazeta Sul

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