Publicado em 28 de junho de 2024 às 10:48
Num mundo em constante transformação, estar atento às novidades e movimentações do mercado é essencial para ter sucesso nos negócios. A inclusão do uso de dados na rotina das empresas é um exemplo. Transformando números em informações, a análise de indicadores tem sido protagonista, auxiliando na tomada de decisões nas mais diversas áreas. >
O uso de dados tem sido fundamental para que as corporações possam fazer escolhas mais assertivas. Isso porque a análise dessas informações permite que as empresas entendam melhor seu público, seus concorrentes e seu próprio desempenho. >
E esse direcionamento pela orientação por dados não é à toa. Segundo o relatório “Insights-Driven Business Set The Pace For Global Growth” (Negócios orientados por insights definem ritmo para crescimento global, em tradução livre), publicado em 2020 pela Forrester, empresas guiadas por dados tendem a crescer mais 30% ao ano.>
Cada vez mais acessível com o desenvolvimento de novas tecnologias, essa forma de atuação substitui as ações e decisões baseadas em instinto, intuição, emoção, opinião ou pressão externa, privilegiando uma abordagem racional, fundamentada na análise e interpretação de números e fatos observáveis significativos e mensuráveis.>
>
No marketing, a análise de dados também tem tido papel crucial nos projetos, ajudando a provocar insights e dar direcionamento para ações mais assertivas das marcas para o consumidor. E, no Espírito Santo, já está presente na rotina de muitas agências. >
O diretor-presidente da Artcom, José Adilson Lourenço, sustenta que, atualmente, quanto mais informação se tem, mais fundamentadas podem ser as decisões. >
José Adilson Lourenço
Diretor-presidente da ArtcomJá Karine Guaitolini, planner da Aquatro, aponta que a análise de dados é o ponto de partida para qualquer decisão estratégica nos negócios, uma vez que é a partir dela que são mensuradas e avaliadas todas as informações relevantes sobre os resultados das ações de marketing de uma empresa. >
“Ela é essencial para entendermos todo o panorama envolvendo uma marca e nos permite ir além de uma leitura básica das informações. Conseguimos, por exemplo, avaliar a eficiência do uso de recursos e o desempenho que está sendo obtido com o trabalho, analisar as ações de outros players, compreender comportamentos de públicos-alvo, identificar padrões, mapear tendências de mercado, entre outras diversas interpretações imprescindíveis para embasar decisões.”>
Na avaliação de Luiz Roberto Cunha, diretor-presidente da Danza, com a análise de dados, as empresas podem trilhar seu caminho com muito mais segurança, pois obtêm informações precisas sobre o comportamento do consumidor e as tendências do mercado. >
Quem utiliza dessa ferramenta consegue identificar riscos e oportunidades, além de se antecipar às necessidades dos clientes. Nesse trabalho, podem ser feitos vários tipos de análise de dados, conforme descreve:>
Luiz Roberto Cunha
Diretor-presidente da DanzaO publicitário Rimaldo de Sá, CEO da Beta Rede, holding especializada em comunicação, afirma que empresas data driven, ou seja, orientadas por dados, conseguem elaborar seus planejamentos e ajustar suas ações a partir da inteligência gerada por informações mensuráveis. >
Rimaldo de Sá
CEO da Beta RedeEle acrescenta que, ao coletar dados, é possível ter acesso a informações que estão “escondidas” por trás dos processos de negócios, do comportamento do consumidor, do comportamento do mercado e do ambiente competitivo. >
Para Carla Sobreira, gerente de Marketing da Rede Gazeta, a análise de dados é crucial para os negócios porque permite uma compreensão profunda do comportamento do cliente, das tendências de mercado e uma maior eficácia das estratégias de comunicação. >
“Com insights precisos, podemos personalizar mensagens, otimizar campanhas e tomar decisões que aumentam a eficiência e o impacto da comunicação, garantindo um melhor engajamento e resultados mais positivos.">
Ela acrescenta que, com o excesso de informações da atualidade, atrair a atenção do consumidor é um grande desafio. Para se diferenciar, é necessária uma personalização crescente de produtos e serviços, além de oferecer uma excelente experiência ao cliente. >
Carla Sobreira
Gerente de Marketing da Rede GazetaJá Aldo Muñoz, gerente de Planejamento e Performance de Negócios da Rede Gazeta, lembra que a análise de dados tem se tornado de vital importância nas organizações, não sem razão, sendo chamado por muitos do novo petróleo. >
“Num mundo com excesso de informação, grandes volumes de dados e acesso às mais variadas ferramentas de analytics torna a análise de dados fundamental neste contexto, especialmente para apoiar a tomada de decisão dentro das empresas.”>
Para ele, num mercado cada vez mais competitivo, essas ferramentas têm se tornado chave na mídia de performance. >
Aldo Muñoz
Gerente de Planejamento e Performance de Negócios da Rede GazetaPara Rimaldo, o uso correto de dados pode ser decisivo para o desempenho das marcas. Ele avalia que atualmente as pessoas se importam com muito mais do que produtos, mas com aquilo que as marcas têm a dizer. >
“Com base em dados, podemos, por exemplo, construir uma marca, posicionar, ajustar o discurso, interpretar o comportamento desse público para a melhora ou inovação em um processo, produto ou serviço, contornar um cenário de crise, consolidar conceitos e, principalmente, fazer um relacionamento da marca com o público, comunicando, ouvindo o que as pessoas têm a dizer e transformando em ações entregues em alta escala e alcance”.>
Por outro lado, os publicitários destacam que é preciso também ficar atento para que a análise de dados não resulte em erro nas avaliações. Segundo Lourenço, um deles é a interpretação errada dos dados, principalmente por desconhecimento dos conceitos da pesquisa, como pontos e percentuais de audiência, por desconsiderar tendências ou por não buscar informações sobre o meio.>
“Outro erro é você não saber extrair o que realmente deseja da ferramenta. Além disso, considerar uma pesquisa muito antiga, apenas para indicar uma fonte, pode apresentar informações desatualizadas e fora do atual contexto.”>
Karine Guaitolini descreve que os erros mais comuns envolvem, normalmente, objetivos e estratégias mal definidos, não se atentar à credibilidade da base de dados e não validar os resultados com diferentes métodos de análise. >
Outro ponto de atenção são os possíveis vieses de quem interpreta o dado. Orientar a análise a partir de um julgamento, intuição ou pensamento individual, pré-estabelecido, pode desqualificar as informações extraídas. >
Karine Guaitolini
Planner da AquatroLuiz Roberto pondera, entretanto, que a análise de dados é apenas uma ferramenta, e é fundamental questioná-la, validá-la e buscar outras fontes de informação para embasar as decisões. A observação desses indicadores também não deve se concentrar somente nos números, mas sim considerar fatores externos que podem influenciar os resultados, como a concorrência, a economia e as tendências do mercado.>
Para realizar esse trabalho, os especialistas citam o uso de várias ferramentas. Rimaldo de Sá fala sobre a importância da pesquisa e da análise de big data, que requer engenharia de dados, desenvolvimento e implantação de softwares específicos e modelagem estatística. >
As ferramentas mais usadas são as que processam e analisam grandes volumes de transações carregados em “data warehouses” (armazéns de dados), ajudando a extrair informações a partir de visões multidimensionais dos dados armazenados nesses sistemas. >
No Espírito Santo, o uso de dados já está na rotina na hora da tomada de decisões nos negócios e também nas estratégias de marketing. >
Rimaldo de Sá deu exemplo do projeto realizado para um shopping, cujo desafio era melhorar a experiência dos frequentadores do centro de compras. >
“Muitas das descobertas que fizemos ao longo do projeto foram utilizadas pela gestão de marketing do shopping para fazer algumas mudanças buscando a melhoria da experiência desses frequentadores. E o relatório final, com todos os insights, análises e princípios que orientam a percepção de valor dos frequentadores do shopping foram utilizados como referência no planejamento.”>
Luiz Roberto, por sua vez, lembra que, em 2021, a Danza recebeu o desafio de criar uma campanha para lançar a temporada de verão e fomentar o turismo capixaba, um dos setores mais afetados pela crise sanitária da Covid-19. >
A análise de dados e pesquisa, afirma ele, foi fundamental para estudar o comportamento do turista pós-pandemia, identificar os principais perfis alvos da comunicação e qual seria a melhor estratégia para vender o destino, atrair turistas de outros Estados e também estimular a população a explorar o Espírito Santo. >
“Por ser período de instabilidade econômica e mental para muitas pessoas, sem pesquisa para entender as aspirações e necessidades dos perfis, a campanha poderia não ser assertiva”, conta. >
O resultado foi que, nos três primeiros meses de 2022, o Espírito Santo registrou crescimento de +38,1% nas atividades do setor de turismo, na comparação com o mesmo trimestre de 2021. >
Já Adilson falou sobre como o uso de dados conseguiu ajudar na mudança de estratégia para um cliente. “Fizemos toda a análise de audiência que indicava que uma rádio impactava diretamente seu público. O cliente, por não ser ouvinte da rádio e considerar a programação distante do público, achava que não deveria veicular. Porém, com os dados e análises da audiência e perfil de público, o cliente entendeu que precisava veicular na rádio e teria resultado.”, conclui. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta