Foram comercializados 8,7 milhões de e-books e audiolivros em 2020, de acordo com pesquisa da Nielsen
Foram comercializados 8,7 milhões de e-books e audiolivros em 2020, de acordo com pesquisa da Nielsen. Crédito: Pixabay

Livro físico ou digital: vale qualquer meio para se chegar a uma história

Pessoalmente, ainda prefiro os livros como os conhecemos há séculos, gosto de tê-los à mão em papel, mas de um modo geral entendo que acessar aquilo que desejamos é o que mais importa

Publicado em 25/09/2021 às 02h00
  • Sizue Itho

    É psicanalista, jornalista e produtora de conteúdo literário

A discussão, à primeira vista, parece velha, mas continua pertinente e a todo vapor nas redes sociais: o livro de papel é dispensável? Audiobooks e e-books cumprem o mesmo papel? São substitutos à altura? A biblioteca física, hoje, seria um fetiche, um capricho, uma exibição clara de vaidade? Todas essas perguntas giram em volta do ato de ler, e me parece que aí está a chave da questão.

Acho que qualquer meio utilizado para chegar a uma história ou a um autor vale a pena. Uma narrativa bem contada, a voz segura, o ritmo e as ênfases certas... Que delícia poder ouvir algo assim! O ato de folhear um livro, dobrar página após página ou simplesmente deitá-lo no colo enquanto penso sobre o que acabei de ler – tão bom quanto!

Ou ligar meu Kindle em um quarto de hotel, já deitada, a luz apagada, e poder ler até o sono vir, sabendo que um aperto de botão basta pra deixar tudo de lado, tudo aquilo podendo ser retomado com o mesmo apertar de tecla no dia seguinte... São muitas as maravilhas que temos à disposição para a leitura, cada uma com seu conforto, com sua hora, com sua adequação às necessidades e aos bolsos do leitor. Tudo somando, nada dividindo ou afastando.

Pessoalmente, ainda prefiro os livros como os conhecemos há séculos, gosto de tê-los à mão em papel, mas de um modo geral entendo que acessar aquilo que desejamos é o que mais importa, em uma brochura,  em um dispositivo eletrônico,  lendo ou ouvindo alguém que tomou para si a leitura. Conhecer e saber são o pão, e cada leitor, interessado ou curioso que escolha sua farinha de trigo, sua quantidade de água e seu sal.

Falo um pouco de mim agora: tenho o dispositivo eletrônico de leitura, e meu marido também possui o seu (ele o usa mais do que eu). Tem seu charme frio e parece perfeito para viagens – ocupa pouco espaço, pesa pouco, é de fácil manipulação em qualquer local. Mas admito sem culpa: amo minha biblioteca. Seu cheiro, pois bibliotecas têm seu cheirinho, a disposição das lombadas nas prateleiras (gosto de organizá-las com minhas predileções estéticas), os boxes que ocupam lugar especial, a profusão de cores.

Às vezes, basta que me sente por cinco ou dez minutos a observar para me sentir tranquila e confortável. É bom simplesmente estar ali, e saber que eles, meus bons companheiros, estão por perto, à disposição, sempre generosos, sempre dispostos a me receber entre suas páginas.

Então, deixemos de lado qualquer polêmica e abracemos a leitura como ela melhor se apresentar a cada um: na tela, nos fones ou no papel, vale caminhar novos caminhos, dizer “oi” para novos personagens, viver ou reviver uma história, acrescentar algo àquilo que sabemos, refrescar ideias ou modificá-las. Do modo como for feita, o que importa é aproveitar essa bela viagem.

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