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Fé e a quinta medida

Fé e a quinta medida

“... de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Hb 11:3

Publicado em 9 de junho de 2020 às 17:39

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A quinta medida está na esperança profética, que expõe o mistério que vence a morte e ressuscita o homem para levá-lo de volta à vida eterna
A quinta medida está na esperança profética, que expõe o mistério que vence a morte e ressuscita o homem para levá-lo de volta à vida eterna. (Divulgação)

Ideias informes

Não há espaço para “ideias informes”, ainda que somos envolvidos nesta vida e, às vezes, nos atemos a contribuições culturais, de certo valor, deixadas pela existência de grafados, de ideias e de trabalhos que notabilizam seus autores, alguns sem compromisso com os resultados positivos ou negativos de suas produções.

Na verdade, as teorias não sustentam nem modificam o que por Deus foi criado, servindo como comprovações e especulações acadêmicas, cujos resultados de cunho científico e cultural são comprovadamente válidos para a sobrevivência humana.

Com todo respeito à realidade cientifica e histórica, na vida de Charles Darwin (1809-1882) constam “ideias informes”, expressão que usou ao se pronunciar em seus últimos dias de vida, quando, naquele momento, apoiado em travesseiros, olhava firmemente para uma cena distante de um bosque e campos de milho que reluziam à luz de um belo pôr do sol.

A narrativa[1] da Lady Hope de NorthField (Inglaterra), em sua visita costumeira ao autor do evolucionismo, perguntou o que ele estava lendo na Bíblia, aberta em suas mãos. Respondeu ele: “Hebreus” (o Livro real – por ele assim chamado). Perguntou ela sobre a criação e o julgamento que ele faria do primeiro capítulo de Gênesis, quando, parecendo nervoso e angustiado, disse: “Eu era um jovem de "ideias informes”, que indagava sobretudo, que, para meu espanto, de tais ideias as pessoas fizeram uma religião!”

Em seguida, na conversa com Hope, pediu que ela falasse sobre Cristo Jesus e sua salvação – Não é o melhor tema? “Eu era um jovem de ideias informes” (base teológica e de outras ciências que podem arrastar multidões para o mundo das ideias informes).

As “ideias informes” de Darwin não contavam até aqui, nem contam com a verdade do princípio da criação, só identificada agora pela física moderna, que introduziu o tempo, além das três medidas representadas pelo espaço, uma criação já conceituada por Isaac Newton, que não sabia do fato bíblico mencionado no livro de Hebreus 11:3, de que o mundo não tinha sido criado daquilo que é aparente. O mesmo equívoco de Darwin, apesar de que naquele momento da visita de Hope, estivesse lendo o livro de Hebreus, que se refere ao Autor e Criador do universo que se valeu de substância e não de matéria em sua ordem criadora através do Verbo.

É importante lembrar que os elementos mencionados na Bíblia, em seus muitos relatos, em que são utilizadas palavras comuns aos homens, designadas de matéria, tendo como exemplo os momentos que o Senhor Jesus, em determinados encontros com os seus discípulos, se manifesta como sendo o “Pão da Vida”, a “Água da Vida”, o “Caminho”, a “Casa do Pai”, lembrando que são palavras e expressões que falam não de elementos, materiais palpáveis que estão à disposição do homem na obra criadora, e, sim, são usadas como substância de Deus, integradas ao mistério da criação e da redenção, cujo termo empregado no grego para designar substância de Deus é Aiônios.

Para melhor entendimento, existem duas palavras fundamentais que estão expostas na Bíblia, tanto no hebraico do Velho Testamento, quanto no grego do Novo Testamento, que definem a palavra “princípio” respectivamente Reshit (hebraico) e Archê (grego). “No princípio criou Deus os céus e a terra.” Gn 1:1

A palavra “princípio” no Gênesis, como já mencionado acima, encontra-se no original do Velho Testamento, em hebraico, com a designação de Reshit, traduzida por espaço e tempo, princípio relativo da obra criadora.

“NO PRINCÍPIO era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Jo 1:1

O outro princípio, que está mencionado no Novo Testamento, encontra-se mencionado no Evangelho de João 1:1, que se refere a um princípio absoluto, cuja palavra traduzida no original grego é Archê, relacionada à Obra Redentora.

Darwin buscou em suas “ideias informes” o caminho mais difícil para concluir os seus extraordinários esforços, quando sua pesquisa se baseou a partir do que já estava criado, da criação para o criador, isto é, do fim para o princípio, sendo isso por ele mesmo reconhecido, naquele momento da visita de sua amiga, quando se referiu a “ideias informes”.

No livro de Hebreus, designado por Darwin como o livro real, estava o segredo da criação, que não foi percebido por ele ao escrever suas ideias, uma vez que o texto refere-se a uma ordem criadora, que exclui, no texto, aquilo que se vê, do que é feito, e do que não é aparente. “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Hb 11:3

Da mesma forma, os grandes da física clássica, como Isaac Newton, consideravam a criação do mundo dentro de três medidas, e, em nossa era, Albert Einstein surpreendeu o mundo da ciência acrescentando mais uma medida: o tempo, como a quarta medida do universo, resumida em espaço e tempo, já destacada no texto bíblico pela palavra Reshit¸ traduzida por espaço e tempo.

De igual modo, Darwin também não sabia que a base da sua teoria, proposta por volta de 1859, conhecedor, por certo, dos relatos bíblicos de Gênesis sobre a criação, continha a palavra “princípio” que agora, depois de 6.000 anos, a física moderna inclui o que estava revelado na palavra Reshit, que traduzida, refere-se a espaço e tempo no Bereshit.

Espaço, portanto, engloba as três medidas da física clássica, e o tempo foi o acréscimo da física moderna, profeticamente registrado no Gênesis, há quase 6.000 anos.

Em 1934, Einstein escreveu o livro “Como vejo o mundo” que, segundo entende, fundado pela razão, teoria ditada por René Descartes, que aceita um deus geômetra.

O TEMPO

O tempo, incluído na física de Einstein, caminha no quadrado da velocidade da luz (C²). Velocidade que, em suas fórmulas, pode transportar a matéria até transformá-la em energia: E=MC².

Tudo certo: Estamos perto do infinito no mundo das ideias, por onde transita a ciência e os pensamentos como parte da criação.

No mundo das ideias, “E" (energia) seria eternidade; “M” (massa) seria o homem; “C²” (luz ou revelação), no caso, velocidade da luz. Na razão, tudo estaria certo, ao passo que, na revelação, algo maior terá que ser entendido, considerando que existe o obstáculo da morte que interrompe a vida, ainda que o tempo, sendo eterno, não poderá sustentá-la (a vida), comparada a um veículo que caminha no tempo, ao encontro do seu dono, com o qual a morte será vencida, sendo ela, o seu único e definitivo obstáculo.

E=MC²- Em resumo: o homem “M” (massa) na luz ou na revelação “C²” (a maior velocidade medida pelo homem), pode entrar no tempo da eternidade “E”.

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Em outro texto, o Senhor Jesus se expressa: “... Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” Jo 11:25

VIDA E LUZ

Maior que a vida terrena é o tempo e o espaço como substâncias de Deus, obstáculos que serão transformados em vida, onde estará presente a luz verdadeira que será revelada ao homem com todos os segredos da eternidade.

“Mas, se andarmos na luz (ou revelação), como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1:7

A QUINTA MEDIDA – REVELAÇÃO

Este será o primeiro passo para entendermos mais uma medida, que poderia ser chamada de quinta medida, essencial para a vida, um elo capaz de ligar o homem à eternidade através de Jesus, que poderá ser compreendido como revelação de Deus, cuja origem e propósito fazem parte do universo da obra redentora.

Portanto, para o crente, além das quatro medidas da física moderna, existe uma quinta medida, que é a revelação, responsável pela transcendência da Palavra de Deus, como o Verboque se revela por meio da fé, e na comunhão, completando o projeto de salvação.

Nada de dúvidas, nada de “ideias informes”, nada de velocidade, nada de medidas matemáticas ou físicas, notáveis como ciência, sem dúvida, cujos valores são indispensáveis para esta vida onde tudo é finito, restando o eterno. Ou seja, a última morada que aguarda o homem, a vida eterna que pode ser alcançada por todos aqueles que almejam e buscam viver na quinta medida como dádiva de Deus por meio de Jesus, o logos divino, que Se revela pelo Seu glorioso Espírito Santo.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” Jo 1:1-3

Nesta quinta medida tudo ficará mais claro para o homem, uma vez que luz e vida como substâncias de Deus, estão no âmbito da revelação que é capaz de debilitar a razão que está à disposição e restrita a todas as medidas do universo, que permanecem ativas, como velocidade, espaço e tempo.

A Igreja Cristã Maranata, neste tempo, continuará voltada para buscar, entender, viver e proclamar a quinta medida, cujo caminho está aberto a todos, apontando o rumo certo para a morada eterna junto ao Pai, cujo caminho está apontado nas palavras do Senhor Jesus, em João 14:6.

“... Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.”

CONCLUINDO

A RAZÃO É DO HOMEM – Estará sempre restrita aos limites impostos pelas quatro medidas da obra criadora.

A REVELAÇÃO É DE DEUS – A quinta medida está na esperança profética, que expõe o mistério que vence a morte e ressuscita o homem para levá-lo de volta à vida eterna.

O homem saiu da luz quando pecou, ou seja, saiu em desobediência ao projeto de Deus, que em sua misericórdia abriu um caminho de Luz, que é Jesus, através do Espírito Santo.

Nas palavras do Apóstolo Paulo, um novo e vivo caminho. “Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou...” Hb 10:20

Ficando evidenciado que a entrada para esse novo caminho, segundo o registro de Gênesis 3:24, seria para aqueles que passam pela espada flamejante, ou seja, a Palavra Revelada com sua força e luz inflamada, e prossigam no caminho da árvore da vida.

“E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” Gn 3:24

Assim, entendemos que existe, à disposição do homem, um projeto para ser compreendido, vivido e proclamado a todos e para todos, cuja base está assentada na Obra Redentora, na luz que não se apagará (PHÔS[2]). Ao contrário da que está firmada em “ideias informes”, apenas temporais, voltadas só para esta vida, emergentes da Obra Criadora, luz criada que um dia se apagará (OR[3]).

“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” - I Co 15:19

Artigo escrito por Gedelti Victalino T. Gueiros

Notas

[1] Extraído do artigo "Darwin diante da morte".

[2] PHÔS - Palavra no grego, que se refere à luz da eternidade, que permanecerá

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[3] OR - Palavra no hebraico, que se refere à luz que foi criada, e que um dia se apagará

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