Publicado em 10 de julho de 2020 às 16:24
Um aplicativo feito para pessoas com mobilidade reduzida ajuda a encontrar calçadas e estabelecimentos acessíveis. Alimentado pelos próprios usuários, o Easy Calçada ajuda a classificar locais pelos quais as pessoas passaram e são seguros ou estão preparados - ou não - para receber ou permitir a circulação de quem tem baixa mobilidade. O projeto, inclusive, foi segundo lugar em um edital publicado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Os idealizadores do Easy Calçada, Rodrigo Sthelmer e Bruno Tonini, dois ex-alunos de Ciência da Computação da Faesa, tiveram a ideia a partir da própria realidade, já que Rodrigo, ainda criança, teve uma paralisia cerebral que afetou a sua coordenação motora, e mesmo com tratamentos e fisioterapia, ainda encontra dificuldade para se locomover em alguns ambientes que não tenham um mínimo de acessibilidade.
Rodrigo Sthelmer
Idealizador do Easy CalçadaO projeto inovador foi acolhido pela professora Eliana Caus, da Unidade de Engenharia e Computação da Faesa, que já trabalhava com projetos de engajamento social, como o Programa de Inclusão Digital (PID), desenvolvido dentro da instituição e do qual ela é uma das idealizadoras, junto com a professora Renata Laranja. O objetivo é levar conhecimento de informática a pessoas excluídas digitalmente, por meio do trabalho voluntário dos alunos, que são os instrutores do projeto.
Eliana Caus
Professora da Unidade de Engenharia e Computação da FaesaQuando Rodrigo e Bruno levaram o projeto até ela, Eliana conta que ficou orgulhosa em ver os alunos desenvolvendo uma ideia inovadora que usa a tecnologia para melhorar a realidade da sociedade. Para ela, isso mostrou que eles conquistaram, ao longo do curso, o domínio das ferramentas e também o desenvolvimento de habilidades comportamentais, trazendo uma visão humanizada sobre as questões do cotidiano. Um profissional bem-sucedido tem que desenvolver diversas habilidades e competências, que estão divididas em dois pilares: o técnico e o comportamental. Quando um aluno conquista essas competências, professor e instituição estão cumprindo a sua missão de promover o desenvolvimento social por meio do conhecimento , disse.
O primeiro pilar, segundo Eliana, corresponde a todas as habilidades que uma pessoa precisa ter para ser um bom profissional: atualização constante, domínio do conhecimento, as ferramentas que vão desenvolver o seu lado técnico. Já o segundo pilar é mais subjetivo e composto das emoções e da construção do aluno e futuro profissional com a sociedade.
É preciso ter paixão no que faz, usar a energia vital, pulsante, para fazer. E a Faesa tem um olhar carinhoso, maduro e profissional na preparação de seus alunos, afinada no sentimento de transformar o outro. A instituição busca desenvolver o seu aluno na melhor versão dele mesmo, além de preparar um profissional altamente capacitado tecnicamente, observa Eliana.
Para o diretor de Desenvolvimento Institucional da Faesa, Erthelvio Nunes Junior, as mudanças constantes no mercado profissional vão exigir cada vez mais pessoas com capacidade de adaptação, que saibam trabalhar de forma colaborativa, que tenham capacidade de inovar, de resolver problemas complexos e, acima de tudo, que saibam aprender a aprender, avalia o diretor, que desenvolve pesquisas sobre os desafios apresentados pela Revolução 4.0 para a educação superior.
Bruno Tonini, um dos idealizadores do app Easy Calçada, lembra de alguns eventos realizados pela própria instituição, como o Hack Faesa, uma competição entre alunos desenvolvedores que incentiva a criar coisas novas e a formar parcerias, e que é a maior maratona universitária de programação do Estado. O evento representa um estreitamento entre o conhecimento oferecido nas instituições de ensino e as demandas do setor produtivo.
O Hack Faesa faz parte das atividades promovidas pelo Movimento de Inovação e Empreendedorismo (Mov.ie), que envolve alunos, equipe, mercado e a sociedade, na construção de soluções inovadoras e no desenvolvimento de talentos. Segundo o Centro Universitário, o objetivo é fortalecer cada vez mais a relação da Instituição com o setor produtivo por meio de atividades, como eventos, parcerias e cursos de formação.
Alexandre Nunes Theodoro
Reitor da Faesa
Hoje, tanto Bruno quanto Rodrigo já estão atuando na área. Ambos foram convidados para trabalhar nas empresas em que atuam após realizarem um programa de estágio supervisionado da instituição.
Bruno Tonini
Idealizador do Easy CalçadaPara ele, ter passado pela instituição foi importante para definir seu futuro e mostrar as áreas que ele gostaria de atuar, além de possibilitar o desenvolvimento do aplicativo Easy Calçada, que será útil para muitas pessoas. Vamos procurar manter as atualizações, para que as pessoas possam usá-lo, disse.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta