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Alunos têm aula de empatia e solidariedade durante visitas a asilos e creches

Alunos têm aula de empatia e solidariedade durante visitas a asilos e creches

Estudantes do ensino médio das unidades do UP participam há sete anos de projeto que recolhe donativos para instituições que atendem crianças e idosos

Publicado em 20 de setembro de 2018 às 13:09

Sábado pela manhã, e o pátio da escola UP, em Jardim Camburi, está lotado. A estudante de ensino médio Eduarda Rocha Tenório se encontra com colegas, todos com idades entre 15 e 17 anos. Não é dia de simulado para o vestibular nem de aula extra. Mas o aprendizado deste dia eles levarão para o resto da vida. Os estudantes farão uma visita a um asilo, para entregar donativos recolhidos durante o ano letivo e, principalmente, levar um dia de carinho e atenção aos idosos do local.

A atividade faz parte do projeto “Viva Gentileza”, que há sete anos envolve alunos das quatro unidades do Centro Educacional UP em ações beneficentes em asilos, creches e hospitais da Grande Vitória. Idealizadora do projeto, a professora de literatura brasileira Sedna Campos explica que a participação dos adolescentes é maciça, mesmo sendo uma ação voluntária sem vínculo com nota na disciplina.

“Hoje contamos com a participação direta de 1.200 estudantes do 1º e 2º do ensino médio das quatro unidades do UP. Mas o projeto é abraçado pela escola inteira, já que alunos do ensino fundamental e também do pré-vestibular ajudam no recolhimento de donativos e realizam campanhas de arrecadação durante todo o ano”, afirma a professora.

Somente no ano passado foram recolhidos e doados 1.220 litros de leite, uma tonelada e meia de alimentos não perecíveis, cerca de 700 kits de higiene pessoal, além de fraldas e até perucas. feitas com cabelos de estudantes para serem doadas a pacientes com câncer.

Altruísmo e empatia

Eduarda Tenório já se considera uma veterana no projeto. Aos 16 anos, ela já visitou três vezes o asilos e duas creches, e garante que a troca de carinho é mutua. “A gente começa a criar laços com os idosos, eles contam histórias da vida deles. É triste saber que muitos estão aqui há dois, três anos, sem ver nenhuma parente. Eles nos tratam como filhos.”

Ela relata que essas visitas fazem os alunos tomarem conhecimento de uma realidade que, normalmente, não faz parte da vida deles. É uma verdadeira aula de empatia, e muitas vezes a emoção fala mais alto. “Uma vez, visitando uma creche com meus colegas, na hora da despedida, uma das crianças pediu para a gente levá-lo para casa, porque os pais não gostavam dele”, se emociona a estudante ao lembrar do episódio.

Já Mateus Santos, 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio do UP de Vila Velha, estuda na escola desde o ensino fundamental, quando já ajudava na arrecadação de donativos. Quando chegou ao ensino médio, a primeira coisa que fez foi entrar no programa das visitas às instituições. No ano passado, foi pela primeira vez a uma creche, e não tira da memória a recepção que ele e seus colegas tiveram.

“É uma emoção muito grande, eles adoram a nossa visita. A cada ano, criamos um foco para a campanha. Neste, faremos um Natal solidário com o asilo, no qual cada aluno vai ‘apadrinhar’ um idoso, e vamos atender a um pedido de presente que eles vão fazer. Para a gente, é uma coisa pequena, mas, para eles, faz toda a diferença”, afirma.

Segundo Fábio Portela, diretor-presidente do Up, o projeto "Viva Gentileza" há sete anos envolve alunos em ações beneficentes em asilos, creches e hospitais da Grande Vitória Crédito: UP/Divulgação

10 anos

O “Viva Gentileza” é uma das principais ações desempenhados pelo UP, rede de ensino criada em 2001 e que há exatos 10 anos está sob nova administração. “Naquela época, o UP tinha 900 alunos e quatro unidades alugadas. Hoje, são três unidades próprias, e quase 5 mil estudantes. Os resultados só crescem em todos os segmentos em que atuamos”, afirma Fábio Portela, diretor-presidente da rede de ensino.

“Quando, num sábado de manhã, o aluno vai à escola para resolver uma prova de 45 questões, estamos preparando um jovem capaz de produzir resultados. Quando, num mesmo sábado de manhã, o aluno sai de seu lar para, junto com a equipe pedagógica, ir a um orfanato doar sua ajuda, seu carinho e seu coração, estamos formando um cidadão dotado de empatia, de visão crítica, capaz de dialogar”, diz Fábio.

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