> >
Videogame que simula ataque a tiros em escola gera revolta

Videogame que simula ataque a tiros em escola gera revolta

Pais de alunos mortos em massacres fazem campanha contra jogo violento prestes a ser inaugurado

Publicado em 30 de maio de 2018 às 11:13

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Data: 06/09/2013 - A Gazeta 85 anos Massacre em escola nos EUA - Foto: Reprodução. (Reprodução)

Parentes e amigos de estudantes recentemente assassinados por disparos em suas escolas nos Estados Unidos lideram uma campanha contra o lançamento de um videogame que simula um ataque a tiros em uma escola. O jogo, que custará entre 5 e 10 dólares, propõe aos jogadores assumir o papel de atirador ou dos policiais que intervêm na situação. "Active Shooter" sairá à venda em 6 de junho, segundo sua página de apresentação na plataforma de videogames Steam, propriedade da Valve Corporation.

Um trecho divulgado no site da Steam, distribuidor digital do Valve, começa com um jogador membro da SWAT, a polícia de elite americana, como personagem. Ele entra em uma escola para enfrentar um atirador. A perspectiva, no entanto, muda para a do agressor, ao som de uma trilha de heavy metal. O curta termina com um rastro de corpos de estudantes que sujam um auditório, enquanto um quadro com estatísticas registra o número de policiais e civis assassinados neste tipo de ataque.

"Desde que meu filho morreu em um ataque a tiros na escola, vi e ouvi muitos horrores nos últimos meses. Esse jogo é um dos piores — disse Fred Guttenberg, pai de um adolescente morto no tiroteiro em uma escola de Parkland, na Flórida, no Twitter. "Esta empresa deve enfrentar a ira de todos os que se preocupam com a segurança pública e escolar, e isso deveria começar imediatamente. Não compre este jogo para seus filhos ou qualquer outro jogo fabricado por esta companhia!"

Ryan Petty, outro pai que perdeu sua filha em Parkland, disse que era "repugnante" que uma empresa de videogames fizesse uma "apresentação sedutora das tragédias que afetam nossas escolas em todo o país".

Além de permitir aos usuários eleger bandos, o game pode ser simultaneamente utilizado por vários jogadores. É possível também competir como estudante desarmado que tenta sobreviver.

Bill Nelson, senador da Flórida, afirmou que é "imperdoável" a existência de um jogo deste tipo, sobretudo menos de quatro meses a tragédia de Parkland. Na ocasião, um jovem de 19 matou 17 pessoas na escola Marjory Stoneman Douglas.

— Qualquer empresa que desenvolva um jogo como este na sequência de uma tragédia tão horrível deveria se envergonhar de si mesma — justificou.

Desde o incidente em Parkland, os Estados Unidos viveram outro ataque a tiros fatal em um escola, desta vez no Texas. Um estudante de 17 anos, usando as armas de seu pai, matou 10 pessoas em 18 de maio.

Na terça-feira à tarde, mais de 100 mil pessoas haviam assinado uma petição no site change.org para exigir que a Valve Corporation não lançasse o jogo "Active Shooter".

Este vídeo pode te interessar

Emma Gonzalez, David Hogg e Jaclyn Corin, jovens sobreviventes do ataque a tiros de Parkland, também juntaram suas vozes à campanha. Os três ganharam notoriedade no movimento nacional conduzido pelos estudantes em favor de uma legislação sobre armas mais severa nos EUA.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais