Publicado em 26 de maio de 2025 às 18:39
O governo da Rússia respondeu aos comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chamou Vladimir Putin de "completamente louco"" por continuar os ataques contra a Ucrânia. >
"O que diabos aconteceu com ele? Está matando um monte de gente", disse Trump, no domingo (25/05), a um grupo de jornalistas em Nova Jersey. Logo depois, nas redes sociais, ele classificou Putin como "completamente louco". >
Trump deixou claro que sua paciência com o líder russo estava acabando ao declarar que "sempre tive uma boa relação com Vladimir Putin, mas algo aconteceu". >
No entanto, o Kremlin tomou uma postura mais diplomática durante uma coletiva de imprensa, segundo o editor de assuntos russos da BBC em Moscou, Steve Rosenberg. >
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Por meio do porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, o governo russo agradeceu a Trump pelo seu trabalho em fomentar as negociações com a Ucrânia, e declarou que há uma "sobrecarga emocional de todos os envolvidos".>
"Claro, o início do processo de negociação, pelo qual a parte americana fez grande esforço, é uma conquista muito importante e estamos realmente agradecidos aos Estados Unidos e, pessoalmente, ao presidente Trump por sua ajuda na organização e no lançamento desse processo de negociação", disse o porta-voz. >
"É uma conquista muito importante. Ao mesmo tempo, claro, este é um momento muito importante que está ligado a uma sobrecarga emocional de todos os envolvidos e a reações emocionais.">
Peskov também aproveitou para culpar Kiev de provocar os mais recentes e contundentes bombardeiros aéreos russos contra a Ucrânia. >
"Monitoramos cuidadosamente todas as reações. Contudo, o presidente Putin toma as decisões que são necessárias para a segurança do nosso país", disse.>
Deu como exemplo a suposta ameaça feita pela Ucrânia contra líderes estrangeiros que planejavam ir a Moscou para comemorar o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. >
"Muitos líderes que estiveram aqui foram testemunhas das tentativas do regime de Kiev de atacar o território russo com drones, grandes cidades, incluindo a capital, às vésperas de um dia tão importante.">
Dmitry Peskov garantiu que essas tentativas continuam e que as medidas ordenadas pelo presidente Putin são necessárias para que haja segurança na Rússia. >
No domingo, a Rússia lançou 355 drones e nove mísseis contra a Ucrânia. Foi um número sem precedentes de drones lançados em uma só noite, segundo a força aérea ucraniana.>
Por sua vez, a Rússia afirmou ter interceptado 96 drones ucranianos lançados durante a noite sobre 12 regiões, incluindo seis sobre Moscou. >
"Vimos como os ucranianos têm atingido nossa infraestrutura social, infraestrutura pacífica", disse Peskov, indicando que o ataque russo foi uma represália. "É um ataque contra instalações militares, alvos militares", concluiu.>
Trump prometeu em sua campanha eleitoral que daria fim à guerra entre Rússia e Ucrânia "em 24 horas", mas, mais de quatro meses se passaram desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos e ele não foi capaz de cumprir sua promessa, o que parece estar aumentando sua frustração. >
Em fevereiro, durante um encontro na Sala Oval, Trump repreendeu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diante das câmeras, por considerar que faltava colaboração dele nas conversas de paz com Moscou, impulsionadas por Washington. >
Agora, sua raiva parece ter se voltado para Putin, que intensificou os ataques russos contra o território ucraniano, em um momento que afasta qualquer perspectiva de paz.>
Trump foi muito crítico no passado ao apoio militar e ao envio de armas dos Estados Unidos à Ucrânia durante a presidência de Joe Biden. Com sua volta à Casa Branca, esse apoio a Kiev foi posto em dúvida. >
Mas, à medida que Moscou dava sinais de não estar disposta a moderar suas pretensões territoriais na Ucrânia, e nem a frear a intensidade de suas operações militares, Putin passou a se colocar como um problema para Trump. >
O presidente dos Estados Unidos já advertiu que poderia impor sanções à Rússia se não cessasse seus ataques contra alvos civis ucranianos. No domingo, ele repetiu essa ameaça. >
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