Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 18:44
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu nesta quinta-feira (18/12) cassar o mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). >
A medida foi tomada por maioria dos integrantes do colegiado, incluindo Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa.>
Eduardo, que está nos EUA desde fevereiro, foi cassado por excesso de faltas às sessões da Câmara neste ano. Ele faltou a 63 das 78 sessões deliberativas realizadas neste ano. >
A decisão foi assinada por Motta e outros quatro membros da Mesa. O prazo para apresentação da defesa de Eduardo se encerrou na quarta-feira (17/12). >
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O mandato de Alexandre Ramagem (PL-RJ) também foi cassado, em cumprimento à condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a perda do cargo e a pena de 16 anos e um mês de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado.>
Eduardo decidiu se silenciar em março, alegando sofrer perseguição política e jurídica no Brasil. >
O parlamentar tentou exercer o mandato à distância e buscou alternativas para evitar o registro de ausências, mas as iniciativas foram rejeitadas pela Câmara.>
Em maio, o STF abriu inquérito para investigar Eduardo pelos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. >
O inquérito foi instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Paulo Gonet, que enviou pedido de investigação no domingo ao STF, afirma que o deputado, um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve ser investigado por sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.>
Em março, Eduardo Bolsonaro anunciou licença do seu mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, onde já estava desde fevereiro. >
Após a denúncia protocolada pela PGR, Eduardo publicou um vídeo em sua conta no X, dizendo que "a esquerda passou anos viajando o mundo para falar mal da Justiça brasileira". >
Na denúncia, a PGR diz que, desde o início do ano, Eduardo diz publicamente que está á se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo, da PGR e da Polícia Federal, "pelo que considera ser uma perseguição política a si mesmo e a seu pai".>
Segundo a PGR, essas manifestações do deputado licenciado se tornaram mais intensas à medida que o inquérito do golpe avançava. >
"Há um manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos", diz o documento assinado pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet. >
Gonet afirma que Eduardo Bolsonaro diz ter influência junto às autoridades americanas e, com isso, ameaça cassação de visto de entrada nos EUA e bloqueio de bens e valores naquele país. >
Na denúncia, Gonet menciona publicações de Eduardo Bolsonaro com as ameaças às autoridades brasileiras e as declarações do governo americano em concordância com o deputado brasileiro. "Em 22.5.2025, o Secretário de Estado do governo americano confirmou a possibilidade de imposição dessas sanções a autoridades brasileiras, tão aplicadamente requisitadas pelo sr. Eduardo Bolsonaro", diz Gonet. >
"As retaliações buscadas, concatenadas e anunciadas intrepidamente contra as autoridades responsáveis pela condução dos casos mencionados nesta peça se assomam como graves atos de interferência sobre o livre exercício dos Poderes Constitucionais.">
Por último, Gonet pede que, além de Eduardo, Jair Bolsonaro também seja ouvido, "dada a circunstância de ser diretamente beneficiado pela conduta descrita e já haver declarado ser o responsável financeiro pela manutenção do sr. Eduardo Bolsonaro em território americano". O pedido foi acatado por Alexandre de Moraes. >
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