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Sobe para 39 número de mortes no desabamento de ponte em Gênova

Sobe para 39 número de mortes no desabamento de ponte em Gênova

Entre as vítimas, estão três crianças de 8, 12 e 13 anos de idade. Governo pede demissão de diretoria de concessionária e quer revogar contrato

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 12:52

Uma grande porção da ponte Morandi, que passa pela rodovia A10, em Gênova, na Itália, desabou nesta terça-feira (14) Crédito: Luca Zennaro | Associated Press | Estadão Conteúdo

aumentou para 39 o número de pessoas que morreram no desabamento de uma ponte em Gênova, norte da Itália, de acordo com um balanço atualizado divulgado pelo vice-premiê e ministro do Interior, Matteo Salvini.

Mais cedo, no Twitter, o ministro informou que, entre as vítimas fatais da tragédia de Gênova, estavam três crianças de 8, 12 e 13 anos. As equipes de resgate continuam trabalhando sem descanso em busca de sobreviventes sob os escombros do viaduto e nos veículos que caíram de uma altura de 45 metros.

Durante a noite, os bombeiros retiraram mais corpos dos escombros da ponte, informou à AFP Emanuele Gissi, um dos comandantes da corporação.

— Todos os espaços vazios acessíveis foram explorados. Agora seguimos para os escombros maiores, com duas gruas gigantes — contou. — Não sabemos se há mais sobreviventes, mas nosso trabalho é continuar procurando.

Após a chegada de reforços ao local do desastre, quase 400 bombeiros profissionais trabalham no local da tragédia.

Trinta e cinco automóveis e três caminhões caíram no vazio quando parte do viaduto desabou na manhã de terça-feira, informou o Serviço de Proteção Civil.

GOVERNO QUER REVOGAR CONCESSÃO

O governo italiano já está exigindo a demissão dos diretores da concessionária Autostrade per l'Italia, do grupo Atlantia, responsável pela manutenção da ponte.

"Para começar, os diretores da Autostrade per l'Italia da devem pedir demissão. E, como houve falhas graves, já iniciamos os procedimentos para uma possível revogação das concessões e para infligir até €150 milhões (R$ 656 milhões) de multa", anunciou no Facebook o ministro da Infraestrutura e Transportes, Danilo Toninelli. "Se eles não são capazes de manter nossas estradas, o governo o fará."

Equipes de resgate retiram ferido do local onde um trecho de aproximadamente 200 metros da Ponte Morandi, que passa pela rodovia A10, em Gênova, na Itália Crédito: Luca Zennaro | Associated Press | Estadão Conteúdo

A ponte foi construída nos anos 60 e se sustentava sobre pilares estreiros, atravessando rios, ferrovias e edificações para levar o tráfego até o centro de Gênova.

O grupo italiano Atlantia também atua em Brasil, Chile e Espanha, e tem como acionista a tradicional família de indústrias Benetton. No Brasil, o grupo integra, junto com o grupo Bertin, a joint venture AB Concessões S/A, que administra mais de 1.500 quilômetros de rodovias, sendo “responsável pelas concessionárias Triângulo do Sol (100%), Rodovias das Colinas (100%) e Rodovias do Tiête (50%), em São Paulo, e a Nascentes das Gerais (100%), em Minas Gerais”. Só na Itália, a Atlantia faturou em 2017 € 3,9 bilhões (R$ 17 bilhões) com os pedágios em estradas, o que corresponde a 62% da receita do grupo.

Também exigiram a demissão dos responsáveis pela Autostrade os vice-premiês Luigi Di Maio e Matteo Salvini, líderes, respectivamente, do antissistema Movimento Cinco Estrelas e da Liga, de extrema-direita, partidos que formam a coalizão de governo na Itália. Ambas as autoridades também ameaçaram cancelar a concessão da empresa para operar estradas.

Segundo o jornal "La Reppublica", mais de 300 pontes e túneis apresentam riscos estruturais na Itália.

 

Salvini afirmou que a Itália vai incluir no Orçamento de 2019 todos os recursos necessários para aperfeiçoar a infraestrutura do país, mesmo que isso ultrapasse as restrições impostas pela União Europeia. Segundo ele, não é possível priorizar regras fiscais quando a segurança da população está em jogo.

A Atlantia não respondeu aos pedidos de entrevista, mas a Autostrade disse em comunicado que os relatórios sobre a ponte garantiam o bom estado da infraestrutura, e que a manutenção era feita baseada nesses relatórios. "Os projetos de intervenção para manutenção da ponte eram aprovados pelo Ministério da Infraestrutura e Transportes, de acordo com a lei."

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