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OMS confirma que vírus ebola se espalhou para área urbana no Congo

OMS confirma que vírus ebola se espalhou para área urbana no Congo

Nova onda de casos estava confinada em região rural; contenção da doença preocupa

Publicado em 17 de maio de 2018 às 12:51

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Ações contra o Ebola mobilIzaram a África. (EPA/Agência Lusa/Direitos Reservados)

A epidemia de ebola na República Democrática do Congo (RDC) se espalhou para uma cidade, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira, o que acende o alerta e intensifica a preocupação sobre a dificuldade de conter o vírus.

A mais nova onda de casos, divulgada em 8 de maio, já deixou 23 mortos, mas estava confinada, até então, a uma área rural remota do noroeste do país africano, Bikoro. A agência de saúde das Nações Unidas confirmou a contaminação de uma pessoa na cidade de Mbandaka, a cerca de 150 quilômetros da área original da epidemia.

"Este é um desenvolvimento preocupante", ressaltou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.

Na semana passada, uma autoridade do órgão destacou que, se o vírus atingisse Mbandaka, a RDC poderia ser confrontada com uma crise de ebola. A população da cidade é estimada entre 700 mil e 1,2 milhões.

"Se nós virmos uma cidade deste tamanho afetada pelo ebola, então nós deveremos ter uma grande epidemia urbana", frisou a repórteres o chefe de resposta de emergência da OMS, Peter Salama.

A agência informou nesta quinta-feira que deslocou 30 especialistas para Mbandaka a fim de "supervisionar" a cidade e rastrear relatos de novos casos de ebola na área urbana. Até o momento, houve 44 ocorrências registradas — três confirmadas, 20 prováveis e 21 sob suspeita, segundo a contagem da OMS.

O vírus ebola não só é letal como é altamente contagioso, o que dificulta a contenção da doença. Sem um arsenal de medicamentos que tratem ou previnam o mal, os médicos apostam no isolamento dos doentes e observação de pessoas que tiveram contato com eles. Nas áreas urbanas, o desafio é maior: os moradores costumam se movimentar e encontrar mais pessoas que os residentes de ambientes rurais.

Fora a complexidade do vírus, preocupa o fato de o ebola ter afetado uma das nações mais vulneráveis do mundo. A RDC é quatro vezes maior que a França, por exemplo, e tem política instável e episódios de violência desde que se tornou independente da Bélgica, em 1960. A pobreza, a corrupção e a deficiência an infraestrutura de hospitais, estradas e energia elétrica são grandes obstáculos, sobretudo nas regiões remotas.

Trata-se da nona vez que o Congo enfrenta o ebola desde 1976, quando o vírus foi identificado pela primeira vez no país, então chamado Zaire. A OMS também confirmou que a nova epidemia vem da mesma cepa do vírus que se espalhou pelo oeste da África em 2013 e matou mais de 11 mil pessoas.

"Nós agora temos ferramentas melhores que antes para combater o ebola", ressalvou Tedros, na terça-feira, ao visitar a RDC.

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Uma vacina experimental chegou ao país na quarta-feira e foi autorizada pelo governo como um dos meios de resposta da OMS para a doença. Tedros ressaltou, no último fim de semana, que havia doses suficientes para a resposta. Mas, naquele momento, ainda não havia confirmação de casos na área urbana.

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