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Nigéria resgata 1,1 mil reféns dos extremistas do Boko Haram

Nigéria resgata 1,1 mil reféns dos extremistas do Boko Haram

Sequestro de 110 meninas na semana passada desata novo drama no país

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 19:09

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Vídeo mostra meninas de Chikon, jovens sequestradas pelo Boko Haram . (Divulgação)

As forças militares da Nigéria disseram nesta terça-feira (27) já ter resgatado mais de 1,1 mil reféns do grupo Boko Haram, incluindo mulheres e crianças, em diferentes partes da região do lago Chad, perto de Camarões. Há mais de uma semana, os extremistas sequestraram 110 meninas de uma escola em Dapchi, no estado de Yobe, dando início a um novo drama num país já traumatizado por incidentes semelhantes e uma série de ameaças às mulheres e meninas nos últimos anos, durante os quais milhares de pessoas já foram sequestradas.

Segundo o porta-voz das operações militares da Nigéria, o coronel Onyema Nwachukwu, os soldados mataram pelo menos 35 combatentes do Boko Haram durante operações de segunda-feira (26) no Norte das ilhas do lado Chad e na região de Sambisa. Uma grande quantidade de armas também teria sido apreendida.

O governo nigeriano enfrenta uma crescente pressão pública para reagir ao sequestro em Dapchi e provar que, como já declararam as autoridades diversas vezes, o Boko Haram foi derrotado. Inicialmente, o governo havia dito que resgatara 76 meninas reféns e, depois, voltou atrás na declaração.

"Estávamos felizes na quarta-feira quando recebemos a notícia de que algumas garotas haviam sido resgatadas na cidade de Gaidam. Mas agora veja onde estamos. O mesmo governo nos falando que nenhuma garota foi encontrada", Sanusi Muhammadu, pai de Aisha, de 14 anos, e ainda desaparecida.

Dezenas de meninas fugiram durante o ataque do Boko Haram ao internato, tendo corrido em direção ao mato, de onde muitas não teriam retornado. Uma testemunha, que afirmou ter sido obrigada a guiar o Boko Haram para fora da região, disse ter visto as estudantes. Elas estariam chorando e pedindo ajuda.

Mesmo depois de vários dias do sequestro, as autoridades ainda não divulgaram informações sobre os números de desaparecidos, nem seu possível destino. Inicialmente, o governo negou que tivesse ocorrido um sequestro. Depois, admitiu, mas indicou um número menor de desaparecidos (apenas 50) do que a versão dos pais mostrava. Ainda existe, portanto, certa confusão em relação ao caso.

"Nós não podemos dar o que não temos. Nos deem mais tempo, por favor", explicou Lai Muhammed, ministro da Informação da Nigéria, em visita de helicóptero ao vilarejo de Dapchi na quinta-feira (22).

A lentidão e aparente inoperância do governo levou o grupo Bring Back Our Girls, formado para pedir o resgata das 276 meninas desaparecidas em outro sequestro a uma escola de Chibok, quase quatro anos atrás, a criticar publicamente o governo e exigir por uma relação dos nomes das desaparecidas. O caso de 2014 foi o maior sequestro já realizado pelo grupo jihadista.

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O Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado", comete atos violentos desde de 2009 e já teria matado ao todo mais de 20 mil pessoas. Destes, 2.295 seriam professores. O grupo também teria destruído cerca de 1.400 escolas. Apesar de muitas das meninas de Chibok terem sido libertadas, algumas ainda continuam sob domínio do grupo. No mês passado, o grupo divulgou um vídeo mostrando algumas das jovens, afirmando que elas não desejavam voltar para casa.

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