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Navio de guerra dos EUA chega a Trinidad e Tobago em meio a tensão crescente com Venezuela

Navio de guerra dos EUA chega a Trinidad e Tobago em meio a tensão crescente com Venezuela

O navio foi visto no domingo pela manhã diante do porto da capital Port of Spain, que em linha reta fica a cerca de 570 km de Caracas

Publicado em 27 de outubro de 2025 às 09:35


O navio de guerra dos EUA visitará Trinidad e Tobago para exercícios conjuntos perto da costa da Venezuela em meio à campanha de Washington contra supostos traficantes de drogas na região
O navio de guerra dos EUA visitará Trinidad e Tobago para exercícios conjuntos perto da costa da Venezuela em meio à campanha de Washington contra supostos traficantes de drogas na região Crédito: Martin Bernetti/AFP

Um navio de guerra lança-mísseis americano chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, pequeno país insular composto por 23 ilhas e situado em frente à Venezuela, em um momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifica sua pressão sobre o ditador Nicolás Maduro.

O navio foi visto no domingo pela manhã diante do porto da capital Port of Spain, que em linha reta fica a cerca de 570 km de Caracas. A chegada do USS Gravely, assim como de uma unidade de fuzileiros navais para exercícios com o Exército trinitino, havia sido anunciada na quinta-feira (23) pelo governo local.

O regime em Caracas reagiu neste domingo e disse em nota que os exercícios são "provocação militar em conjunto com a CIA", a agência de espionagem americana.

A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, tem oferecido apoio ao governo Trump e já fez falas defendendo os ataques da marinha americana contra embarcações que supostamente levariam drogas aos EUA. Ela disse recentemente que o Caribe "não é mais uma zona de paz" devido ao aumento da criminalidade na região.

A encarregada de negócios da embaixada americana em Port of Spain, Jenifer de Ortiz, disse em nota que os exercícios com o país insular "têm o objetivo de lidar com ameaças em comum, como o crime organizado transnacional, e desenvolver resiliência por meio de treinamento, missões humanitárias e esforços de segurança". O navio de guerra pertence à classe Arleigh Burke e foi batizado em homenagem ao primeiro homem negro a chegar ao posto de oficial sênior na Marinha dos EUA, Samuel L. Gravely Jr., que se aposentou em 1980 como vice-almirante e morreu em 2004.

O USS Gravely é capaz de lançar os mísseis de longo alcance Tomahawk, um dos mais avançados do mundo, entre outros armamentos. O navio já foi utilizado contra o Estado Islâmico, lançando mísseis em direção ao grupo terrorista no início da guerra da Síria, e mais recentemente contra os houthis, milícia que controla boa parte do Iêmen. A chegada do navio de guerra a Port of Spain aumenta ainda mais a presença militar americana nas proximidades da Venezuela. Um oficial militar trinitino disse à agência de notícias Associated Press que o envio do USS Gravely foi acertado de última hora.

Na sexta (24), o Pentágono anunciou o envio ao Caribe do USS Gerald R. Ford, o maior e mais poderoso porta-aviões do mundo, e de outras embarcações que o acompanham. A chegada do navio de guerra USS Gravely ocorre no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) se encontrou com Donald Trump e se ofereceu para mediar a tensão entre Washington e a Venezuela.

Segundo o chanceler Mauro Vieira, Lula disse que a América do Sul é uma região de paz, e o Brasil estaria disposto a atuar pra a promoção da paz e do entendimento entre as nações. Lula e Trump se encontraram na tarde deste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participam da cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático, em português). O encontro aconteceu por volta das 16h do horário local (5h de Brasília) e durou cerca de 50 minutos.

O tema principal da conversa foram as tarifas impostas pelo americano ao Brasil, mas outros assuntos também foram tratados.

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