Publicado em 20 de março de 2018 às 11:09
O último rinoceronte masculino do norte do norte morreu no Quênia, aos 45 anos, anunciaram seus cuidadores nesta terça-feira. A perda de Sudan deixa apenas duas fêmeas de sua subespécie vivas sua filha, Najin, e sua neta, Fatu. No começo do mês, o parque Ol Pejeta, onde o animal vivia desde 2009, ressaltou que o animal estava com a saúde debilitada e não tinha "futuro brilhante".
O rinoceronte "estava sendo tratado por complicações relacionadas à idade que levaram a alterações degenerativas nos músculos e ossos combinados com feridas extensas na pele", de acordo com uma declaração da Ol Pejeta Conservancy, onde ele morava sob guarda armada para evitar a caça furtiva.
"Sua condição piorou significativamente nas últimas 24 horas, ele não conseguiu se levantar e estava sofrendo muito. A equipe veterinária tomou a decisão de o eutanizar", confirmou o parque.
Sudan chegou ao Quênia transferido de um zoológico na República Tcheca, há quase dez anos. Teoricamente, segundo a agência France Presse, a morte do animal assegura a extinção desta subespécie de rinoceronte. Em 2008, o rinoceronte-branco do norte foi considerado extinto em estado selvagem.
Os cientistas coletaram seu material genético e tentam desenvolver técnicas de fertilização in vitro para preservar a subespécie. A população de rinoceronte- brancos do norte foi dizimada em Uganda, República Centro-Africana, Sudão e Chade, em consequência da caça dos anos 1970 e 1980. A perseguição dos animais foi estimulada pela demanda de chifres de rinoceronte para a medicina tradicional chinesa na Ásia e para alças de punhal no Iêmen.
Quatro rinocerontes férteis, dois machos e duas fêmeas, foram transportados do zoológico de Dvur Kralove, na República Tcheca, para a reserva de Ol Pejeta no Quênia, com a esperança de que as condições similares a seu habitat natural permitissem a procriação. As tentativas, no entanto, não deram resultado.
O outro espécime macho, de nome Suni, morreu de causas naturais em outubro de 2014.
"Sudan foi o último rinoceronte-branco do norte nascido na selva. Sua morte é cruel símbolo do desprezo humano pela natureza e deixa todos os que o conheceram tristes. Mas nós não devemos desistir. Temos que aproveitar a tecnologia celular usada para conservar espécies em perigo. Pode parecer inacreditável, mas, graças a técnicas desenvolvidas, até Sudan pode ter descendência", destacou o diretor do Projeto Internacional do Zoo Dvur Kralove, Jan Stejskal.
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